15 Filmes que Romantizam Líderes e Distorcem a História
O cinema tem o poder de contar histórias de maneira envolvente, mas nem sempre a verdade histórica é o foco principal. Muitos filmes biográficos e históricos retratam líderes políticos, revolucionários e figuras controversas de forma idealizada, omitindo suas falhas e transformando-os em heróis inquestionáveis.
Nesta lista, reunimos 15 produções que romantizam personagens polêmicos, suavizando suas ações ou distorcendo eventos para criar narrativas inspiradoras. Embora sejam filmes bem produzidos e, em muitos casos, aclamados, vale a pena assisti-los com um olhar crítico, comparando a versão cinematográfica com os fatos históricos reais.
Sim, há vários filmes que retratam líderes e figuras históricas de maneira idealizada, distorcendo eventos ou omitindo aspectos negativos para transformá-los em heróis. Aqui está uma lista de alguns exemplos:
Líderes políticos e revolucionários romantizados:

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"Marighella" (2021) – Dirigido por Wagner Moura, o filme transforma Carlos Marighella em um herói da resistência contra a ditadura militar, omitindo seu envolvimento com atentados terroristas e seu alinhamento com regimes autoritários. Além disso, a escolha de Seu Jorge para interpretá-lo alterou a aparência real do guerrilheiro, criando uma nova identidade visual para o personagem.
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"Ainda Estou Aqui" (2024) – Um filme que reinterpreta a trajetória de Rubens Paiva, ex-deputado cassado durante o regime militar, enfatizando seu papel como vítima sem abordar seus vínculos com movimentos revolucionários que defendiam a implantação de um regime socialista no Brasil.
"Esses filmes, assim como outros da lista, mostram como o cinema pode moldar a percepção do público sobre figuras históricas, muitas vezes omitindo informações importantes."
Sendo um dos casos mais emblemáticos de distorção da história no cinema nacional é "Marighella" (2021), dirigido por Wagner Moura. O filme não apenas romantiza a trajetória de Carlos Marighella, omitindo seus atentados terroristas e ligações com regimes autoritários, mas também chega a alterar características físicas do personagem, escalando um ator negro para interpretá-lo, apesar de Marighella ser pardo com ascendência italiana.
Ditadores e líderes autoritários suavizados ou romantizados:
- O Último Rei da Escócia (2006) – Apresenta Idi Amin como um líder carismático e quase trágico, minimizando seus crimes brutais.
- Reds (1981) – Glorifica John Reed, um defensor da Revolução Russa, sem explorar as repressões soviéticas.
- Trótski (2017, série) – Simpatiza com Leon Trótski, ignorando sua participação na repressão bolchevique.
- Castro In His Own Words (2014, doc.) – Produzido em Cuba, apresenta uma visão positiva de Fidel Castro, omitindo perseguições políticas e repressões.
- Oliver Stone's South of the Border (2009, doc.) – Retrata Hugo Chávez e outros líderes socialistas latino-americanos de forma elogiosa.
Outros casos de líderes e revolucionários exageradamente glorificados:
- Braveheart (1995) – Embora baseado em William Wallace, deturpa eventos históricos para criar um herói épico.
- 1492: A Conquista do Paraíso (1992) – Mostra Cristóvão Colombo como um visionário benevolente, omitindo seu papel na exploração brutal das Américas.
- A Batalha de Argel (1966) – Glorifica a luta da FLN (Frente de Libertação Nacional) na Argélia, minimizando ataques terroristas.
Muitos desses filmes adotam um tom de exaltação, deixando de lado aspectos sombrios ou controversos das figuras que retratam.
Você sempre aceita aquilo que lhe é despejado goela adentro ou se aprofunda para saber melhor da história? Você já assistiu algum desses filmes ? Deixe nos comentários...
Lembre-se: A história é complexa e cheia de nuances, mas o cinema muitas vezes a simplifica, o cinema tem a capacidade de escolher heróis e vilões de acordo com a narrativa que deseja contar. Embora esses filmes sejam bem produzidos e emocionantes, é essencial que não sejam nossa única fonte de conhecimento sobre o passado.
Para realmente entender os acontecimentos históricos e as figuras que os protagonizaram, é fundamental buscar diferentes perspectivas, explorar fontes variadas e questionar as versões romantizadas ou tendenciosas. Ler livros de historiadores com visões distintas, analisar documentos, ouvir diferentes opiniões e comparar relatos pode revelar um quadro muito mais rico e verdadeiro.
A verdade histórica não pertence a um único lado. Aos jovens que querem compreender o mundo além do que é apresentado em filmes ou discursos prontos, o desafio é claro: estudem, questionem e construam seu próprio pensamento crítico. Só assim podemos aprender com o passado e enxergar o presente de maneira mais justa e informada, sem correr o risco de repeti-lo.
Eu sou Abilio Machado - Psicoarteterapeuta ICH, Neuropsicopedagogo ICH, Arteeducador Cênico e Plástico, Especialista na Docência de Filosofia e Teologia.