quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Chifres no Templo

 SÍMBOLOS DO TEMPLO



Chifres


Os chifres são símbolos de poder e força. Os altares do tabernáculo e templos posteriores na antiga Israel possuíam quatro chifres em cada canto (ver Êxodo 27:2). Em Levíticos 4:13-18 lemos que o sacerdote deveria passar o sangue de um novilho sobre os quatro chifres do altar do incenso e o restante era então derramado na base do altar de sacrifício. O sangue sobre os chifres do altar simbolizava o poder da Expiação do Salvador para redimir Israel.


A cada manhã e noite, o sacerdote queimava incenso no altar que ficava diante do véu no Lugar Santo. Ele então oferecia uma oração com as mãos levantadas em favor de todo o povo de Israel. A fumaça subindo era um símbolo das orações subindo a Deus (ver Salmos 141:2; Apocalipse 5:8). Podemos ver uma relação entre os quatro chifres do altar e a fumaça do incenso indicando o poder da oração. 


O número quatro nas escrituras pode simbolizar completude ou totalidade geográfica.¹ Os altares dos templos da antiga Israel tinham quatro chifres, sendo um em cada canto. Este design parece indicar que a Expiação de Cristo alcança os quatro cantos da Terra, ou seja, todo o mundo. 


Nos templos modernos, a fonte batismal está assentada sobre doze bois que  simbolizam as tribos de Israel. O trabalho da coligação de Israel nestes últimos dias será liderado pela tribo de José (incluindo Efraim e Manassés) que é representada por um boi ou touro. Ao abençoar a tribo de José, Moisés disse: “Ele tem a glória do primogênito do seu boi, e os seus chifres são chifres de touro selvagem; com eles escornará os povos juntamente até as extremidades da terra; estes, pois, são os dez milhares de Efraim, e estes são os milhares de Manassés” (Deuteronômio 33:17).


A tribo de José “escornará os povos juntamente até as extremidades da terra” significando a coligação de Israel em todo o mundo. Os chifres de José simbolizam o poder ligado ao sacerdócio para coligar a Israel dispersa. As “chaves para coligar Israel das quatro partes da Terra” foram conferidas por Moisés no Templo de Kirtland (D&C 110:11). 


Entre os nefitas, o Salvador disse: “Pois farei meu povo, com quem o Pai fez convênio, sim, farei de ferro os teus chifres (...)” (3 Néfi 20:19). Aqueles que fazem convênio com o Senhor foram descritos como tendo chifres de ferro significando o poder que recebem por meio do cumprimento desses convênios. O templo é o lugar onde podemos fazer convênios com Deus e receber força para seguir avante. 


Texto por Gustavo M. Rodrigues


Nota:


1. Alonzo L. Gaskill, The Lost Language of Symbolism: An Essential Guide for Recognizing and Interpreting Symbols of the Gospel. Deseret Book, 2003.


Imagem do sumo sacerdote orando: redeemerofisrael.org

31 de outubro - Dia de A Reforma Protestante

 


A Reforma Protestante: Como Aconteceu e Por Que Mudou o Mundo

Por Abilio Machado 

Hoje, 31 de outubro, é dia de lembrar um dos momentos mais marcantes da história: a Reforma Protestante! Esse evento não só sacudiu a igreja na época como também impactou profundamente a sociedade, cultura, política e economia no Ocidente. Mas, afinal, como tudo isso aconteceu? Quais foram os principais pontos da reforma, suas motivações e consequências? Vem comigo que eu te conto!


---


O Início de Tudo


Em 1517, o monge alemão Martinho Lutero, um teólogo da Igreja Católica, andava muito incomodado com algumas práticas da igreja, principalmente a venda de indulgências. Para quem não sabe, indulgências eram “perdões” vendidos pela igreja que, em teoria, limpavam os pecados das pessoas – uma verdadeira negociação espiritual. Lutero acreditava que isso estava completamente errado, pois desviava a fé e o foco da salvação pela graça divina.


Foi então que Lutero resolveu escrever suas 95 Teses. Ele fixou esse documento na porta da igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha. Essas teses criticavam duramente a igreja e questionavam suas práticas e doutrinas, especialmente a questão das indulgências. E foi assim, de maneira quase “caseira”, que a Reforma Protestante começou.


Principais Pontos da Reforma


A Reforma não foi apenas uma "revolta" contra a igreja, mas sim um movimento que redefiniu a espiritualidade e a relação das pessoas com a religião. Vamos ver os pontos mais importantes?


1. Salvação pela Fé: Lutero acreditava que a salvação vinha apenas pela fé em Jesus Cristo, e não por obras ou pagamentos. Ou seja, não adiantava pagar indulgências; o importante era a verdadeira fé.



2. Autoridade das Escrituras: Para os reformadores, a Bíblia era a única fonte de autoridade espiritual. Isso ia contra a ideia de que o Papa e a hierarquia eclesiástica tinham o poder máximo sobre as questões religiosas.



3. Sacerdócio Universal dos Crentes: Lutero defendia que cada pessoa tinha uma conexão direta com Deus e não precisava de intermediários, como padres, para acessar a espiritualidade. Assim, ele introduziu a ideia de que todos os cristãos são “sacerdotes”.



4. Tradução da Bíblia: Um ponto importantíssimo foi a tradução da Bíblia para línguas vernaculares, ou seja, as línguas que o povo falava. Antes disso, ela era lida apenas em latim, uma língua que a maioria das pessoas não entendia. Com a Bíblia em alemão, francês, inglês, e outras línguas, o acesso à Palavra de Deus se tornou possível para muito mais gente.




Esses pontos mexeram profundamente com a estrutura e a autoridade da Igreja Católica da época e abriram caminho para o surgimento de outras igrejas cristãs, como as igrejas luteranas, calvinistas e outras vertentes protestantes.


Consequências e Desdobramentos da Reforma


A Reforma Protestante trouxe várias consequências, tanto positivas quanto desafiadoras. Vamos entender um pouco melhor?


1. Divisão Religiosa


A primeira consequência foi a divisão da cristandade ocidental em duas grandes correntes: a católica e a protestante. Isso gerou muitos conflitos e até guerras religiosas, como a Guerra dos Trinta Anos, que devastou a Europa.


2. Mudanças Sociais e Culturais


Com a Reforma, veio a valorização da leitura e da educação. O incentivo para que as pessoas lessem a Bíblia gerou a necessidade de mais escolas e alfabetização, o que transformou o cenário educacional na Europa. Além disso, foi o pontapé inicial para o que mais tarde se tornaria o movimento de liberdade de pensamento e expressão.


3. Impacto Econômico


O movimento protestante também influenciou a economia. Com uma nova visão sobre trabalho e ética, surgiu o que Max Weber mais tarde chamou de “ética protestante”, que valorizava o trabalho duro e a honestidade como forma de louvor a Deus. Essa nova ética contribuiu para o desenvolvimento do capitalismo, especialmente em países de maioria protestante, como a Inglaterra e a Holanda.


4. O Despertar da Autonomia Pessoal


A ideia de que cada pessoa poderia ler a Bíblia e interpretar a fé de forma independente gerou um espírito de autonomia individual que impactou outras áreas da vida. Isso abriu caminho para a valorização dos direitos individuais e para o surgimento de sistemas políticos mais democráticos.


E os Benefícios?


Claro que, como qualquer movimento de grande impacto, a Reforma teve seus lados bons e ruins. No entanto, é difícil ignorar os muitos benefícios que ela trouxe para a sociedade como um todo.


Mais liberdade religiosa: As pessoas passaram a ter mais opções de escolha e práticas religiosas, não ficando presas a uma única forma de fé.


Acesso ao Conhecimento: A tradução da Bíblia e a alfabetização em massa foram decisivos para o crescimento do conhecimento e da educação na Europa.


Direitos e Liberdades Individuais: O princípio de que cada um pode buscar seu próprio caminho para Deus incentivou o surgimento de ideias de liberdade pessoal, direitos humanos e respeito à diversidade de crenças.


A indulgência foi, sem dúvida, o estopim visível da Reforma Protestante, mas havia muito mais em jogo. A questão do poder também teve um papel crucial nessa história. Vamos mergulhar um pouco mais fundo nesse cenário complexo.


O Papel das Indulgências e a Crítica de Lutero


A venda de indulgências irritava profundamente Lutero porque, na prática, era um comércio de perdão que prometia "comprar" a salvação. O Papa Leão X incentivava a venda dessas indulgências para arrecadar fundos e financiar a construção da Basílica de São Pedro, em Roma. Essa prática colocava a igreja em uma posição de imenso poder sobre as pessoas, pois controlava não só o aspecto espiritual, mas também se envolvia profundamente no financeiro.


Para Lutero, esse comércio era um sintoma do quão distante a igreja tinha se tornado do ensinamento de Cristo. Ele via a prática como um abuso que explorava o medo do inferno e as esperanças de salvação das pessoas.


Poder e Controle: O "Quê" por Trás da Reforma


Mas o descontentamento de Lutero com as indulgências refletia também uma crítica ao poder absoluto da igreja. A Igreja Católica era uma das instituições mais poderosas da época, influenciando tanto reis quanto plebeus e determinando até aspectos cotidianos. Para muitos, a reforma foi uma maneira de contestar essa autoridade.


Além disso, havia uma tensão crescente entre a autoridade do Papa e o desejo de autonomia dos governantes locais. Muitos príncipes e nobres alemães, por exemplo, viram a Reforma como uma oportunidade para se livrar da interferência de Roma. Se eles apoiassem Lutero, poderiam ter mais controle sobre seus territórios e riquezas, deixando de enviar tantos tributos para a Igreja em Roma.


O "Quê" de Esperança


Para o povo, a Reforma foi também uma esperança de mudança. As críticas de Lutero trouxeram a promessa de uma fé mais acessível e verdadeira, sem os intermediários e os custos que a igreja impunha. Ele pregava que cada pessoa podia se conectar diretamente com Deus, sem precisar do controle da igreja.


Então, o que de fato motivou a Reforma?


A Reforma começou com a questão das indulgências, mas rapidamente evoluiu para uma luta muito maior. Lutero talvez não tenha planejado desafiar o poder da Igreja de maneira tão abrangente, mas, ao questionar suas práticas, acabou tocando em temas mais profundos. A Reforma acabou sendo impulsionada por uma combinação de fatores: o abuso das indulgências, o desejo de reforma espiritual e a busca por poder e independência por parte de nobres e governantes.


Assim, o que começou como uma crítica religiosa se transformou em uma reviravolta que afetaria política, economia e sociedade por séculos!


Resumindo…


A Reforma Protestante foi muito mais do que uma revolta religiosa; foi uma transformação que impactou diversas esferas da vida. Desde a fé até a economia, passando pela educação e pelos direitos individuais, a Reforma moldou o mundo de uma forma que ainda sentimos hoje. Celebrar essa data é lembrar que questionar, buscar conhecimento e lutar por um mundo mais justo são práticas que podem mudar a história.


Então, neste 31 de outubro, fica a reflexão: quais ideias ou práticas na nossa vida talvez precisem de uma “reforma”? Afinal, Lutero mostrou que uma pessoa com uma ideia clara e uma boa dose de coragem pode mesmo fazer uma diferença!


Resta quanto tempo ?

 


"Resta quanto tempo?

Não sei. 

O relógio da vida não tem ponteiros.

Mas é preciso escolher.

Porque o tempo foge. Não há tempo para tudo. 

Não poderei escutar todas as músicas que desejo, não poderei ler todos os livros que desejo, não poderei abraçar todas as pessoas que desejo. 

É necessário aprender a arte de “abrir mão” – a fim de nos dedicarmos àquilo que é essencial."

_Rubem Alves


De uma coisa tenho certeza:

É preciso amar mais!!!

É preciso dizer às pessoas que as ama. 

É preciso fazer a diferença. 

Ser gentil. 

Ser generoso. 

Não acumular culpas.

Perdoar. 

Valorizar. 

Não sofrer à toa. 

Perceber que não há tempo certo para ser feliz. 

O agora nos chama. 

O hoje é aqui. 

O tempo é curto. 

O tempo passa depressa, e, mais do que o tempo, nós passamos depressa.


Paz e Luz.

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Quando a Decepção na Comunidade Religiosa se Torna um Ciclo: Como Romper com o Sentimento de Abandono?

Por Abilio Machado 

---



Quando a Decepção na Comunidade Religiosa se Torna um Ciclo: Como Romper com o Sentimento de Abandono,


Ao longo da vida, muitos de nós buscamos em comunidades religiosas um espaço de acolhimento, um lugar onde nos sentimos cuidados e valorizados. Afinal, essas instituições sempre pregam que "devemos cuidar uns dos outros", "acolher a ovelha perdida", "estar lá para quem sofre". No entanto, a realidade nem sempre corresponde às palavras. Em certos momentos, especialmente nos mais difíceis, como doenças ou crises pessoais, o apoio esperado parece inexistir. E, quando essa falta de atenção se repete, surge uma dor que nos leva a questionar: por que essa decepção parece um ciclo?


Lembro-me da minha própria experiência. Participei ativamente de uma instituição religiosa por cinco anos, realmente vivenciais a instituição, a conheci, eventos, palestras, missas, campanhas, presidi movimento de jovens, dedicando meu tempo e energia, acreditando estar entre irmãos. Mas, então, ao enfrentar um infarto e uma cirurgia de revascularização, fui surpreendido pelo silêncio absoluto da comunidade. Nenhuma ligação, nenhuma visita, nenhuma palavra de apoio. 

E hoje, com outras decepções no período, então me encontro em  outra instituição, e creiam, a história se repetiu: adoeci e passei quase cinquenta dias sem poder comparecer, mas só a pouco, agorinha, recebi um contato para saber como estou. Ontem confabulei com minhas filhas sobre isso, já com a ideia de escrever este artigo desabafo, pois neste tempo recebi visitas de membros de outras instituições, diferentes de tudo, recebi visita de evangélicos, de espírita e até ateu, que vieram saber como eu estava. É uma sensação amarga de exclusão, quase como um ciclo que se torna difícil de quebrar.


A Profundidade da Frustração: Expectativas e Ciclos que se Repetem


Do ponto de vista psicológico, essa decepção toca em nossas expectativas mais profundas. Quando nos entregamos a uma comunidade, investimos não apenas nosso tempo, mas nossa confiança, acreditando que, no momento certo, seremos acolhidos. Quando isso não acontece, sentimos como se nossas necessidades emocionais fossem invisíveis. Essa sensação de abandono pode até mesmo trazer à tona dores de experiências passadas, nos fazendo pensar se estamos, inconscientemente, repetindo um padrão de exclusão ou abandono, algo que herdamos de nossa própria história familiar.


Segundo a Constelação Familiar Sistêmica, às vezes, carregamos “lealdades invisíveis”, ciclos emocionais que vêm de gerações anteriores, onde talvez a dor da exclusão ou da invisibilidade já estivesse presente. Sem perceber, podemos buscar contextos ou relações que recriam esse mesmo cenário, como se, inconscientemente, tentássemos entender ou resolver uma dor antiga.


Quando a Comunidade Fica Aquém das Expectativas


O desapontamento com a comunidade religiosa também nos leva a refletir sobre o que esperamos dela. Afinal, ouvimos pregações sobre o “cuidado com as ovelhas”, sobre a missão de acolher os que sofrem. Naturalmente, nossa mente e coração criam uma expectativa de reciprocidade. Mas a verdade é que, muitas vezes, essa reciprocidade não acontece. Não porque somos menos importantes, mas talvez porque as pessoas também estão presas em suas próprias limitações e falhas.


Nesse ponto, pode ser útil olhar para nossa fé de uma forma mais direta e pessoal. Em vez de depositar toda a esperança nas pessoas, podemos focar em fortalecer nossa conexão espiritual, buscando apoio no divino, sem depender tanto da resposta humana. Em várias tradições religiosas, essa falta de suporte é até vista como um convite para fortalecer a fé e encontrar consolo diretamente em Deus.


A Visão Estoica: Aceitando o que Não Podemos Controlar


A filosofia estoica, por outro lado, nos oferece um caminho de serenidade em meio às frustrações. Os estoicos ensinam que não temos controle sobre o comportamento dos outros, mas podemos controlar nossa reação a isso. Quando nos deparamos com o silêncio de uma comunidade que julgávamos acolhedora, podemos refletir: “Isso está sob meu controle?” Se a resposta for não, o melhor é focar no que podemos mudar – nossa postura, nossa paz interior. Essa prática de aceitar o que não depende de nós pode ser libertadora, evitando que carreguemos a decepção e o ressentimento.


Um Caminho Prático para Transformar a Frustração em Paz


Esses conceitos podem parecer teóricos, mas aplicá-los no dia a dia pode fazer uma grande diferença. Aqui estão alguns passos práticos para lidar com esse sentimento de decepção:


1. Revisar Expectativas: Pergunte a si mesmo o que realmente espera da sua comunidade. Muitas vezes, percebemos que colocamos muita responsabilidade sobre as pessoas, quando essa necessidade de acolhimento talvez pudesse ser suprida de outras formas.


2. Fortalecer a Fé Direta: Dedique momentos à oração ou meditação, buscando apoio na sua espiritualidade. Essa prática pode trazer consolo e preencher a ausência que sentimos em momentos de abandono.


3. Focar no Controle Interno: Quando a frustração bater, lembre-se de que você não controla as ações dos outros, mas pode escolher como reagir a elas. Cultivar essa paz interna é um dos maiores ensinamentos do estoicismo e ajuda a evitar que o ressentimento tome conta.


4. Diário Pessoal: Manter um registro das situações que o frustram pode ser muito útil. Ao final do dia, anote aquilo que o magoou e reflita: “Eu poderia ter mudado essa situação ou não?” Isso ajuda a processar a experiência de maneira mais leve, e, com o tempo, você começa a perceber que nem tudo merece tanto peso.


Encontrando um Novo Sentido na Jornada


Por fim, aceitar que as falhas das pessoas fazem parte da vida e que, mesmo diante das decepções, nossa fé pode ser nossa fonte mais segura de apoio, nos permite caminhar com mais leveza. Pode ser que a comunidade nem sempre corresponda às nossas expectativas, mas, ao cultivar nossa paz interior e uma fé mais direta, encontramos força para seguir em frente sem carregar a dor da decepção.


---


Superar essa frustração é um processo que leva tempo. Reconhecer e expressar esses sentimentos, como você fez, já é um grande passo. 

---

Sempre que precisar desabafar ou buscar uma nova perspectiva, estou aqui para ajudar. Sou Abilio Machado, Psicoterapeuta, Neuropsicopedagogo ICH e Arteeducador Cênicoe Plástico.


domingo, 20 de outubro de 2024

Por que as pessoas que mais precisam são as que mais reclamam ?


A alguns dias participei de um processo para ajudar a uma família que chegou de longe e estava só e perdida na capital do estado e através de uma página no Facebook acabei por empatizar com a situação e fui levado a dar as direções e buscar ajuda através do meu presidente de Quórum e bispo, mas como reza a lenda nem sempre sai da maneira que sonhamos ou desejamos... E hoje em conversa com minha irmã que veio me visitar falamos sobre pessoas que reclamam de mais da conta...E com todo o acontecimento e de nossas conversa saiu este pequeno texto de reflexão:


Por que as pessoas que mais precisam são as que mais reclamam? 


Esta é uma pergunta que muitos de nós já nos fizemos em algum momento de nossas vidas. A verdade é que existem diversas situações e comportamentos que podem levar uma pessoa a reclamar constantemente, mesmo quando ela está em uma situação de necessidade. Neste ebook, vamos explorar as razões por trás desse fenômeno, discutindo questões relacionadas ao equilíbrio emocional, rupturas sociais, transgeracional, moral, política e espiritual.


Desde o primeiro manifesto de percepção de comportamento citei: Não apaguei as velas que estão iluminando seu caminho. Para ver se a mudança aconteceria no decorrer do tempo, ah que vã esperança,  acabamos bloqueados todos creio eu...


Situações que levam as pessoas a reclamar


Existem diversas situações que podem levar uma pessoa a reclamar constantemente. Por exemplo, quando alguém se encontra em uma situação de necessidade, como a falta de recursos financeiros ou de apoio emocional, é natural que essa pessoa se sinta frustrada e descontente. Além disso, problemas de saúde, dificuldades no trabalho e conflitos familiares também podem contribuir para o aumento do comportamento de reclamação. E a priorização de si, mesmo sabendo que outros necessitam, sempre a dor do narcisista será maior, sua necessidade é imediatista, ela tem que ser atendido primeiro, vemos isso diariamente em vários lugares principalmente em atendimento médico onde todos estão para serem atendidos como pacientes porém haverá aquele que quererá ter a prioridade na prioridade sem ter entendimento do que significa preferencial. 


 Comportamentos que favorecem a reclamação


Alguns comportamentos podem favorecer o hábito de reclamar. Por exemplo, pessoas que têm dificuldade em lidar com suas emoções e que não conseguem expressar suas necessidades de forma assertiva tendem a recorrer à reclamação como uma forma de chamar a atenção para si mesmas. Além disso, indivíduos que possuem baixa autoestima e que se sentem constantemente desvalorizados também são mais propensos a Equilíbrio emocional e a reclamação. Ou o seus opostos, aquela pessoa a sempre conseguir que façam suas exigências,  que cedam ao seu mecanismo manipulador, do eu sou por mim como principal lema de vida.


O emocional perturbador


O equilíbrio emocional desempenha um papel fundamental na forma como lidamos com as situações adversas da vida. Pessoas que possuem um bom controle emocional são capazes de enfrentar os desafios de forma mais positiva e construtiva, enquanto aquelas que se deixam levar pelas emoções negativas tendem a reclamar com mais frequência. Portanto, desenvolver habilidades de inteligência emocional pode ajudar a reduzir o comportamento de reclamação.


Rupturas sociais e transgeracionais


As rupturas sociais e transgeracionais também podem influenciar a propensão das pessoas a reclamar. Por exemplo, indivíduos que cresceram em um ambiente familiar onde a reclamação era comum tendem a reproduzir esse comportamento em suas próprias vidas. Da mesma forma, a falta de oportunidades e de acesso a recursos básicos pode levar as pessoas a se sentirem injustiçadas e, consequentemente, a reclamar mais. Colocaríamos aqui um condicionamento a repetir o conceito aprendido. E este aculturamento família e social são os mais difíceis de se desconstruir porque em alguns casos se transformou em vida orgânica, só se vive nesta e desta maneira , sendo uma crença que só assim funciona.


Aspectos morais, políticos e espirituais


Questões morais, políticas e espirituais também podem influenciar a forma como as pessoas lidam com suas necessidades e frustrações. Por exemplo, indivíduos que possuem uma visão de mundo baseada em valores éticos e espirituais tendem a buscar soluções construtivas para seus problemas, em vez de simplesmente reclamar. Além disso, a falta de representatividade política e de políticas públicas eficazes pode levar as pessoas a se sentirem desamparadas e, consequentemente, a reclamar mais, levando este conceito a outros lugares como hospitais, igrejas, empresas e escolas, pois se veem sempre como os únicos a precisarem de ajuda mais que o outro a tal que ao fazerem o pedido de sua necessidade já estabelecem regras e poréns.


Por fim as pessoas que mais precisam nem sempre são as que mais reclamam por simples capricho. Existem diversos fatores que podem contribuir para o comportamento de reclamação, desde situações de necessidade até questões emocionais, sociais, morais, políticas e espirituais. Portanto, é importante compreender esses aspectos e buscar formas saudáveis de lidar com as dificuldades da vida, em vez de simplesmente se deixar levar pela reclamação constante. Afinal, a mudança começa dentro de nós mesmos. Olhar o todo e o contexto se faz necessário. 




sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Encontros Brilhantes com Papai Noel Abilio Machado 🎅

 


Encontros Brilhantes com Papai Noel Abílio Machado


Na não pequena cidade de Abílio Machado, Campo Largo, onde o sol se despede em tons de ouro, um homem de barba branca e olhos brilhantes caminha pelas ruas como quem carrega um segredo. Não era apenas o Papai Noel, mas sim o Papai Noel, Abílio, o guardião dos encontros mágicos entre almas. Em cada Natal, ele faz mais do que entregar presentes; ele conectava histórias, sonhos e desejos em momentos tão profundos que parecem enlaçar o tempo com laços de estrelas.


Esta contação acontece em uma noite ante véspera de Natal, na praça da cidade, Praça Getúlio Vargas, onde está o Museu da cidade, toda decorada, dezembro de 2023. As luzes penduradas nas árvores balançavam com a brisa, como se fossem pequenas constelações em um céu próximo. As crianças corriam de um lado para o outro, ansiosas, esperando pelo momento de ver o Papai Noel, famílias formavam fila para tirar uma foto com o bom velhinho. Mas, para Abílio, cada encontro sempre é diferente. Ele sabe que nesta época não se trata de uma foto ou apenas de dar um presente, mas de criar uma memória afetiva, um laço invisível que liga sua alma às das pessoas que encontra.


Naquela noite, tudo começou com João, um menino que sempre acreditou na magia, apesar das dificuldades. Ele andava com dificuldade desde pequeno, mesmo com TEA nunca deixava de sorrir. Quando se aproximou de Abílio, algo inusitado aconteceu, o agarrou com força fazendo a mãe e a avó estranharam, pois geralmente não gosta de toque, estava ali mostrando uma coragem inexplicável. O tempo pareceu parar mesmo com tantas pessoas pela praça. As luzes pareciam brilhar mais forte, como se o próprio universo estivesse atento. Abílio, com a delicadeza de quem já havia vivido muitas vidas em uma, estava ali respondengo ao abraço,  sem pressa, sem julgamento, parecia até que o mundo mágico criado estava a altura dos sonhos do menino.


— O que você quer neste Natal, João? — perguntou Papai Noel, sabendo que aquele pedido viria do fundo do coração.


João hesitou, olhou para as muletas e depois para o céu. Não pediu brinquedos, nem doces. Com os olhos cheios de luz, ele sussurrou:


— Queria que meu pai voltasse para casa... só isso.


Abílio não prometeu o impossível, mas naquele instante, um vento suave passou entre eles, e João sentiu algo diferente. Não era um presente que ele receberia naquela noite, mas a certeza de que, de alguma forma, a magia estava em movimento. Quando do outro lado do banco que estavam a figura de um homem surgiu, com um brilho diferente sobre si, e o menino sorriu e gritou: _ Pai...Você veio... E o homem sorriu e abriu os braços para receber também o abraço longo e apertado e pode fazer uma belíssima foto junto a ele e o Papai Noel. O tempo, novamente, voltou a andar, os sons voltarão a se fazer ouvir.


Enquanto João se afastava, sorrindo com a esperança renovada junto a seu pai, acompanhado a distância pela mãe e a avó, Abílio seguiu seu trabalho com as famílias da fila. Encontros assim sempre foram frequentes, e ele sabia que, às vezes, a verdadeira magia não estava no que se podia ver, mas no que se sentia.


Foi então que dele se aproximou Clarinete, uma senhora que, de longe, parecia apenas mais uma entre tantas. Mas seus olhos, ah, seus olhos! Eles brilhavam como se escondessem uma constelação inteira. Abílio pediu para que ela sentasse ao seu lado, sem dizer uma palavra. Não precisava. Ali, no silêncio compartilhado, as almas se reconheciam. Clarinete, que havia perdido a filha anos atrás, segurou a mão de Papai Noel com a doçura de quem encontrava um velho amigo.


— Às vezes, sinto que ela ainda está aqui... — disse ela, com um sorriso de paz.


Abílio sorriu de volta, um sorriso que dizia tudo sem precisar dizer nada. Naquele instante, o céu da cidade parecia mais estrelado, e Clarinete soube que não estava sozinha. Os encontros que ela vivia com sua filha não eram uma mera lembrança, mas a prova de que as almas, quando se amam, nunca se separam, que a distância pelo véu é apenas um até breve.


Ao final da noite, Papai Noel Abílio retornou à sua casinha no topo da colina no Moradias Bom Jesus, onde o silêncio era companheiro e as estrelas eram cúmplices. Cada pessoa que ele encontrou naquela noite levaria consigo algo muito além de um presente material. O que Abílio distribuía não eram apenas brinquedos, mas pequenos pedaços de tempo enfeitiçado, onde a vida parava e os corações se encontravam.


Enquanto o vento assobiava lá fora, Abílio sabia que, naquelas noites especiais, o tempo brilhava de forma diferente. E o universo, com todo seu mistério, sempre conspirava para que aqueles encontros mágicos acontecessem.

E assim acontece, basta encontrar o Papai Noel Abilio Machado 🎅 para sentir a magia do Natal no fundo da Alma.


#euamoserpapainoel #ensinamentosdopapainoel #magiadenataltododia

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Oração do dia

 

Oh Deus Pai Todo Poderoso, neste momento preciso conversar contigo, Abre-me os caminhos nesta semana, dau-me a oportunidade de fazer o bem e falar de Ti, da Sua Palavra e das Suas promessas através da restauração pessoal e da Sua comunidade.

Sei que não sou digno, porém sei que basta uma Palavra Sua sobre mim e tudo será mudado.

Que minha conversão seja sentida através do Eu Sou em Mim que é a Sua Centelha Divina que me move desde a vida pré mortal e seguirá para todo o sempre.

Que a minha semana, a de minha família e a de meus amigos seja abençoada com Tua presença. 

Testemunho que acredito na Sua Palavra, na Sua Igreja e no Seu Evangelho e sobretudo que todo indivíduo pode mudar ao Lhe escutar com  o Espirito  aberto para A Sua Verdade.

Em nome de Seu Filho Jesus, o Cristo. Amém.

Paz profunda ✌ 🙏 🙌 🎅

sábado, 5 de outubro de 2024

TÁ EM CASA MAIS A TARDINHA? TÔ INDO AI !

  


TÁ EM CASA MAIS A TARDINHA? TÔ INDO AÍ!

Por Abilio Machado

Acordei neste sábado com uma rotina pronta, planejada como um roteiro,  mesmo com as dores e remédios. Sabia que o dia teria sua dose habitual de compromissos: medicação, faxina, e-mails, redes sociais no banheiro , formatar o novo livro digital e algumas pausas forçadas para lembrar que me programei em assistir a Conferência de Outubro na TV ou no computador. Uma espécie de marasmo bem organizado como quase todos os dias quando não estou no hospital sendo apertado ou furado por agulhas. Mas eis que, entre uma tarefa e outra, o celular vibra. Uma mensagem curta e direta: "Tá é casa mais a tardinha? Estamos indo aí!", ao qual respondi: Afeee,  vou ter de tomar banho e tirar o pijama...hahahahaha!


Na hora, um misto de surpresa e alegria tomou conta. Quem mandava? Claro, os amigos de a muito, Jeová encontrei ainda obtém na rua, depois do branco que me deu no banco. A dupla que dispensa cerimônia, Jeova e Abel, que já conheço a tanto tempo, antes mesmo de ficarmos amigos. Não há avisos antecipados, planejamento ou espera; eles apenas decidem e vêm, ou dão uma passada entre uma visita de trabalho ou entrega a fazer. Uma invasão de carinho sem pedir licença, e quando você percebe, já estamos trocando histórias e risadas como se o tempo não tivesse passado, hoje não uoi diferente,  mesmo a esposa de Jeová estando junto, pareceu que também já era de casa.


Tem algo mágico nesse tipo de amizade. A presença espontânea, quase invasiva, parece desafiar a lógica da vida contemporânea, onde agendas se entopem e encontros viram eventos burocráticos marcados com semanas de antecedência. Não, aqui o papo é outro. Eles simplesmente chegam, e é como se o ar mudasse na casa. O ambiente antes silencioso ganha novas frequências, risadas preenchem os vazios e o clima fica leve, como se alguém abrisse a janela e deixasse entrar uma brisa que há tempos faltava. Não somos da mesma igreja porém comungamos do mesmo Pai Celestial.


Você já parou pra pensar no quanto isso faz bem? Parece simples, mas é um remédio poderoso. Ouvir os cachorros em algazarra e abrir a porta, ir ao portão e abrir para os amigos de longa data é uma cura para o corpo, a mente e o espírito. Vê-los carregando caixas para lhe agradar. O corpo, esse coitado que anda tenso, travado em rotinas sem fim de exames e consultas, se solta. O riso é um exercício sem igual, e de repente, todos aqueles músculos endurecidos por causa do estresse diário e fibromialgia relaxam. A mente, antes em turbilhão, se aquieta. A conversa informal é leve, sem cobranças, e as preocupações são empurradas para um canto qualquer. E o espírito? Ah, esse flutua. O reencontro alimenta a alma como poucas coisas no mundo conseguem.


É como um retorno às origens. O espírito se lembra de tempos mais simples, quando a gente ia à casa do vizinho sem avisar, batia na porta e já entrava, minha infância na Vila Silka. A vida era mais solta, menos ensaiada. Esse tipo de amizade, que não pede permissão nem faz rodeios, nos devolve um pedaço desse passado e lembra do quanto é importante simplificar.


Claro, também tem o caos. Aquela correria de última hora pra arrumar o sofá, esconder a bagunça ou dar um jeito em algo e lembrar que não tem coador para o café. Mas esse caos é quase terapêutico. Ele te tira do piloto automático, te faz lembrar que a perfeição é dispensável quando o que importa é a presença. Aliás, é exatamente isso: eles vêm e te lembram que estar presente vale mais que qualquer formalidade ou arrumação.


No fim de tudo, quando os amigos vão embora, tentando lhe soltar dinheiro para lhe ajudar na mão,  logo depois do abraço, sabe, a vida fica uma paz. Um silêncio diferente, menos pesado. Você deita a cabeça no travesseiro e percebe que aquele recado simples — "Tá em casa mais a tardinha? Estamos indo aí!" — fez mais pelo seu bem-estar do que qualquer terapia ou retiro espiritual, onde já comecei brincando: _ Afee vou ter de tomar banho e tirar o pijama hahhahaha. A amizade é essa troca sem igual, que aquece por dentro e faz a vida ter um sabor diferente, mais doce, mais verdadeiro.


Então, da próxima vez que você receber aquela mensagem inesperada, não se assuste com a falta de aviso. Abra a porta, sirva o café, chá ou suco, mesmo quecseja de pacotinho, e se deixe invadir por essa energia que só os amigos podem trazer. Porque, no fundo, a vida é isso: um convite constante para rir, relaxar e lembrar que nunca estamos sozinhos.


E se vierem sem avisar? Melhor ainda.

Amei a visita de vocês... 

05102024

Instilar Na Nova Geração a Fé em Deus

 

Alma 53


INSTILAR NA NOVA GERAÇÃO A FÉ EM DEUS.


“Aprende-se a disciplina moral no lar. 

Embora não possamos controlar o que os outros fazem ou deixem de fazer, os santos dos últimos dias podem sem dúvida juntar forças com os que demonstram virtude na própria vida e a transmitem às novas gerações.


Lembrem-se da história, no Livro de Mórmon, dos jovens que foram determinantes na vitória nefita na longa guerra entre 66 e 60 a.C. — os filhos do povo de Amon. 

O caráter e a disciplina deles foram descritos nestas palavras:

“’Eram homens fiéis em todas as ocasiões e em todas as coisas que lhes eram confiadas.

Sim, eles eram homens íntegros e sóbrios, pois haviam aprendido a guardar os mandamentos de Deus e a andar retamente perante ele’ (Alma 53:20-21)."


Eis aí um padrão para o que deveria ocorrer em nosso lar e na Igreja. Nossos ensinamentos deveriam nutrir-se da nossa fé e concentrar-se primordial e principalmente em instilar na nova geração a fé em Deus. Devemos declarar a necessidade essencial de guardar os mandamentos de Deus e de andarmos em retidão e sobriedade diante Dele ou, em outras palavras, em reverência. Cada um deve se convencer de que o serviço e o sacrifício pelo bem-estar e felicidade de outros estão acima das mais altas prioridades do próprio conforto e de bens pessoais.”


— Élder D. Todd Christofferson, do Quórum dos Doze Apóstolos, conferência geral de outubro de 2009, “Disciplina moral”