Vou fazer um adendo, aí se quiserem me retirar do grupo fiquem a vontade, mas acho que é bom pontuar: Ao citar a morte no período do nascimento estamos aterrando todo um conceito e ensinamentos do significado e promessas deste nascimento.
Meu texto de análise ao fato:
A prática de encobrir uma celebração como o Natal com outras atividades ou narrativas pode ser analisada sob dois aspectos: psicológico e sociopolítico.
1. Aspecto Psicológico
O Natal, centrado no nascimento de Jesus, é uma celebração carregada de significado emocional e espiritual. Para muitas pessoas, porém, esta data pode trazer sentimentos de solidão, tristeza ou melancolia, especialmente quando associada a perdas, desentendimentos familiares ou expectativas frustradas. Assim, algumas pessoas podem:
Evitar a dor emocional: Ao criar outras narrativas ou atividades, buscam distrair-se de memórias dolorosas ou de emoções desconfortáveis associadas ao Natal.
Proteger-se de vulnerabilidades: Celebrar abertamente pode implicar enfrentar questões internas como a falta de conexão, espiritualidade ou pertencimento. Ao "encobrir" a celebração, a pessoa evita encarar essas questões de frente.
Reafirmação de identidade: Algumas pessoas optam por criar suas próprias formas de celebração para reafirmar sua autonomia emocional e ideológica, especialmente se sentem que os valores tradicionais do Natal não ressoam com suas experiências.
2. Aspecto Sociopolítico
No campo sociopolítico, a dinâmica de encobrir celebrações religiosas pode ser influenciada por fatores como:
Secularização da sociedade: Em muitos contextos, há uma tendência crescente de substituir significados religiosos por valores laicos ou universais. Assim, para alguns, a ênfase no nascimento de Jesus pode parecer menos relevante frente a celebrações genéricas como a "temporada de festas".
Pluralidade cultural: Em sociedades diversas, há uma tentativa de incluir diferentes perspectivas. Isso pode levar a uma neutralização da simbologia cristã do Natal, substituindo-a por mensagens mais inclusivas, mas que nem sempre tocam no cerne espiritual da data.
Pressão social e consumo: O Natal muitas vezes é ofuscado pelo apelo comercial e pela imposição de padrões de felicidade que nem todos conseguem alcançar. Quem se sente excluído desse ideal pode buscar alternativas para desviar o foco.
Conclusão
Encobrir ou redefinir a celebração do Natal é, em muitos casos, uma resposta humana a dores emocionais ou pressões sociais. Reconhecer essa prática como uma forma de proteção ou resignificação ajuda a compreender a complexidade do comportamento humano. A essência do Natal, baseada na esperança, amor e renovação, pode servir como um convite à reconexão, sem impor celebrações, mas oferecendo acolhimento e significado genuíno.
Tomemos cuidado para não colocarmos nossas dores acima de uma festa cristã ou de uma celebração familiar.
Por Abilio Machado - Docência no Ensino de Filosofia e Teologia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário