A Figueira que Não Florescia
Os discípulos de Andros caminhavam com ele por uma terra árida, onde os ventos sussurravam lamentos entre as pedras. Eles haviam viajado por muitos dias, enfrentando sol escaldante e noites frias. A fome já os alcançava, e o desânimo começava a pesar em seus corações.
Foi então que avistaram, ao longe, uma figueira solitária no topo de uma colina. Seus galhos se estendiam ao céu como braços suplicantes, mas nela não havia frutos nem folhas, apenas o tronco ressequido pelo tempo.
Um dos discípulos, chamado Elias, suspirou, desolado.
— Mestre, viemos tão longe e ainda não encontramos alimento. Até mesmo esta figueira, que deveria nos saciar, está vazia. Como podemos nos alegrar quando tudo ao nosso redor parece sem vida?
Andros sorriu suavemente e colocou a mão sobre o ombro de Elias.
— Meu jovem, escutem esta história — disse ele, sentando-se sob a sombra da árvore estéril. Os discípulos se reuniram ao seu redor, atentos às palavras do sábio.
— Há muito tempo — começou Andros —, existia um homem justo que vivia em uma terra assolada pela seca. Ele cultivava videiras, oliveiras e figueiras, esperando que os frutos trouxessem sustento para sua casa. No entanto, ano após ano, a terra negava sua colheita. As vinhas não davam uvas, as oliveiras não produziam azeite, e a figueira permanecia estéril.
Os discípulos se entreolharam. A história parecia refletir sua própria jornada.
— Um dia, um viajante passou por aquela terra e perguntou ao homem: "Por que não abandonas esta terra ingrata e partes em busca de melhores pastagens?"
O homem, contudo, sorriu e respondeu: "Ainda que minha figueira não floresça, ainda que a videira não dê frutos e a oliveira falhe, eu me alegrarei, pois minha confiança não está na colheita, mas Naquele que cuida de todas as coisas. O sol ainda brilha, as estrelas ainda iluminam a noite, e o fôlego da vida ainda me pertence. Enquanto puder erguer minhas mãos e agradecer, nada me faltará."
Andros fez uma pausa, deixando que suas palavras penetrassem o coração de seus discípulos.
— E o que aconteceu com esse homem, Mestre? — perguntou uma jovem discípula.
— O tempo passou, e a terra, que parecia morta, começou a se renovar. As chuvas vieram, as raízes se fortaleceram e, um dia, a figueira floresceu. Os campos se encheram de mantimento, e os celeiros transbordaram. Mas antes que a abundância chegasse, aquele homem já era pleno, pois havia aprendido a se alegrar não pelo que via, mas pelo que sabia ser verdadeiro.
Os discípulos se entreolharam, refletindo sobre a lição.
— Então, mesmo que nossos caminhos sejam áridos, mesmo que o alimento nos falte, ainda podemos nos alegrar? — perguntou Elias.
Andros assentiu.
— Sim, pois a alegria verdadeira não depende do que nossos olhos veem, mas da certeza de que tudo está nas mãos Daquele que governa o tempo e a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria sempre vem com a manhã.
E, ao dizer isso, um vento suave soprou sobre a colina, e os discípulos sentiram seus corações se aquecerem com a verdade que haviam aprendido.
-------
Agora, reflita: Em sua própria vida, onde você deposita sua alegria? Você se alegra apenas quando há abundância, ou encontra contentamento na confiança de que tudo está no tempo certo?
Se essa mensagem tocou seu coração, curta, compartilhe e siga o canal para que possamos juntos espalhar mais ensinamentos e reflexões!
Nenhum comentário:
Postar um comentário