domingo, 23 de março de 2025

A Casa do Oleiro


 A Casa do Oleiro


Em uma vila distante, havia uma pequena casa no alto de uma colina. Suas paredes eram feitas de barro e madeira, seu telhado de palha balançava ao vento, e sua porta rangia ao se abrir. Ninguém sabia exatamente quem havia construído aquela casa, mas ela sempre esteve lá, vazia, esperando por alguém que desejasse habitá-la.


Certo dia, um viajante cansado e de coração pesado chegou à casa. Seu nome era Elias, e ele carregava consigo um fardo de tristezas e arrependimentos. Ao ver a casa, pensou consigo:


— Talvez este seja o refúgio que procuro.


Ao entrar, percebeu que o interior estava empoeirado, as janelas fechadas, e havia teias de aranha nos cantos. O ar era pesado, mas Elias sentiu um calor acolhedor, como se a casa o estivesse esperando.


Ele se ajoelhou no centro da sala e, em um sussurro, disse:


— Se esta casa realmente pode ser um lar, eu a entrego a Ti. Faça dela o que quiser.


De repente, um vento suave soprou pelas frestas, e a poeira começou a se dissipar. As janelas se abriram, deixando entrar a luz dourada do sol. Elias sentiu um arrepio e percebeu que não estava sozinho. Uma presença invisível, porém poderosa, encheu cada canto daquele lugar.


Uma voz ecoou em seu coração:


— Esta casa sempre foi minha. Eu apenas esperava que você a abrisse para Mim.


Elias entendeu que aquela casa representava seu próprio coração, que por muito tempo esteve trancado, cheio de lembranças e pesos do passado. Mas agora, ele a havia entregue.


A partir daquele dia, Elias passou a viver com leveza e alegria. Sua casa nunca mais esteve vazia, pois aquele que reina sobre todas as coisas havia encontrado ali morada.


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