domingo, 23 de março de 2025

A Fabula do Equinócio


 A fábula do equinócio 


Nos tempos antigos, antes que o mundo fosse como o conhecemos, o equilíbrio entre luz e escuridão era mantido por dois irmãos celestiais: Helios, o Guardião do Dia, e Nyxara, a Senhora da Noite.


Helios era radiante e forte, trazendo o calor do sol e a energia da vida. Seus raios dourados faziam brotar as sementes, enchiam os rios de brilho e despertavam os corações dos seres vivos. Já Nyxara era serena e misteriosa, tecendo o manto estrelado da noite, onde os sonhos eram forjados e os segredos do universo sussurrados ao vento.


Os dois irmãos amavam a Terra e decidiram governá-la juntos. Mas havia um problema: enquanto Helios reinava durante o verão com dias longos e quentes, Nyxara estendia seu domínio no inverno, trazendo noites longas e frias. O desequilíbrio ameaçava os ciclos da vida. Os rios secavam sob o domínio prolongado de Helios, e as florestas adormeciam por tempo demais sob a sombra de Nyxara.


Preocupados, os grandes sábios da humanidade consultaram Andros, o Antigo, um mestre do conhecimento esotérico. Sentado sob um carvalho milenar, ele fechou os olhos e escutou o sussurro dos ventos e das estrelas. Então, falou:


— "Para que haja harmonia no mundo, deve haver um tempo de transição, onde o dia e a noite sejam iguais. Assim, cada um de vocês aprenderá a respeitar o reinado do outro sem que a Terra sofra."


E assim nasceram os Equinócios, dois momentos sagrados no grande ciclo da vida.

No Equinócio da Primavera, Helios e Nyxara se encontram e fazem as pazes. O Sol cruza o céu dividindo luz e sombra em perfeita igualdade, anunciando o despertar da Terra. A vida renasce, as flores se abrem e os pássaros retornam aos seus ninhos. É um tempo de renovação, de esperança e crescimento.

No Equinócio do Outono, os irmãos se despedem, preparando-se para a mudança. As folhas caem, o ar esfria e os dias começam a encurtar. É um período de introspecção, de se voltar para dentro e se preparar para o descanso do inverno.

Os antigos sábios ensinaram que os equinócios não são apenas momentos no tempo, mas espelhos da própria jornada humana. Há momentos para avançar e crescer, e há momentos para recuar e refletir. Aqueles que compreendem essa dança cósmica aprendem a fluir com a vida, sem resistência, sem medo.

E assim, até os dias de hoje, quando o sol toca o equador e o dia e a noite se tornam iguais, os que têm sabedoria sabem que os irmãos celestiais dançam mais uma vez, mantendo o equilíbrio do mundo.

Pois no fim, a luz e a escuridão não são inimigas, mas companheiras eternas na grande jornada da existência.


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