quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Eutanásia segundo o espiritismo kardecista.

 


NEM MESMO NESTE CASO A “EUTANÁSIA” SERIA PERDOÁVEL? 


Chico Xavier visitou durante muitos anos um jovem que tinha o corpo totalmente deformado e que morava num barraco à beira de uma mata. O estado de alienado mental era completo. A Mãe deste jovem era também muito doente e o Chico a ajudava a banhá-lo, alimentá-lo e a fazer a limpeza do pequeno cômodo em que moravam. O quadro era tão estarrecedor que, numa de suas visitas em que um grupo de pessoas o acompanhava, um médico perguntou ao Chico:


- Nem mesmo neste caso a eutanásia seria perdoável?


- Não creio, doutor, respondeu-lhe o Chico. Este nosso irmão, em sua última encarnação, tinha muito poder. Perseguiu, prejudicou e com torturas desumanas tirou a vida de muitas pessoas. Algumas o perdoaram, outras não e o perseguiram durante toda a sua vida.


Aguardaram o seu desencarne (sic) e, assim que ele deixou o corpo, eles o agarraram e o torturaram de todas as maneiras durante muitos anos. Este corpo disforme e mutilado representa uma bênção para ele.


Foi o único jeito que a Providência Divina encontrou para escondê-lo de seus inimigos. Quanto mais tempo aguentar, melhor será. Com o passar dos anos, muitos de seus inimigos o terão perdoado. Outros terão reencarnado. Aplicar a eutanásia seria devolvê-lo às mãos de seus inimigos para que continuassem a torturá-lo.


- E como resgatará ele seus crimes? Inquiriu o médico.


- O Irmão X costuma dizer que Deus usa o tempo e não a violência. 


(1) “EUTANÁSIA” significa antecipar o Desencarne de um "Paciente Terminal" e/ou com uma doença incurável, com o objetivo de poupá-lo de um sofrimento desnecessário e muitas vezes cruel e doloroso.


Pode ser ativa, quando o médico, com o consentimento do paciente, ministra doses letais de medicamentos, proporcionando a morte, e passiva, quando são cessadas as medicações que ajudam a manter o paciente vivo.


À luz do Espiritismo, esses momentos finais da vida física, ainda que com a presença do sofrimento, podem gerar no Espírito arrependimentos e reflexões em torno de questões importantes da vida, fazendo com que ele retorne ao mundo espiritual num outro clima mental, evitando, muitas vezes, sofrimentos e remorsos na pátria espiritual.


Quantas vezes o doente incurável, que necessita da ajuda alheia, irá refletir sobre a lição da humildade, porque agora está dependente do socorro externo.


Nessa mesma condição, quantos não amadurecerão a paciência e a resignação, que são virtudes significativas para o processo evolutivo.


Quantos, num leito de hospital, reverão conceitos, desejarão reconciliar com antigos desafetos, poderão dialogar com alguns familiares para um desabafo, uma súplica de perdão etc.


Anote-se que o corpo está debilitado, muitas vezes inconsciente, mas o Espírito, que está ligado ao corpo molécula a molécula, está lúcido e registrando todas as ocorrências do meio, que poderá induzi-lo a novas posturas mentais.

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