quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Maniqueísta...e eu ?!

 “Na fazenda, o experiente mateiro escutava a conversa dos patrões: “Na visão maniqueísta, um patrão pode ver seu empregado como o “mal” que ele deve controlar, mas na perspectiva do empregado, o “mal” pode ser o patrão que ele deve combater. O maniqueísmo ideológico é a mesma coisa, cada um puxa a sardinha para a sua brasa, porque “mal” é sempre o outro. O maniqueísmo religioso, igualmente, pois trevoso é o outro que não aceita trilhar o caminho que ele julga ser luz”. O matuto coçou a cabeça e pensou: “Diabo de conversa, quem ou o que será esse tal maniqueísta? Será coisa de manicômio”? A palavra martelava em sua mente. “O sinhô pode me dizer que sujeito é esse, o maniqueísta”? O patrão olhou-o, como se avaliasse o quanto seu matuto poderia entender o tema. Foi como percorrer a longa órbita de Saturno em segundos. Enfim, arriscou-se e disse sem nenhuma elaboração: “Maniqueísta é toda pessoa que não consegue pensar e ver a vida além do Bem e do Mal.”


O matuto foi pronto a perguntar: “E daí? Tá certo pensar assim. Porque tem o Bem e tem o Mal. Ou o sinhô vai me dizer que não tem os dois”? Calmo, ele respondeu: “Tem e a grande perversidade começa ao não compreender que ambas as forças constituem não somente o outro, mas a si também. Quer ver? Para os norte-americanos quem são os terroristas de Satã”? O matuto respondeu: “Aquele povo do Bin Laden”. Tornou o patrão: “E para o povo que tem o Bin Laden como herói, quem é o grande Satã”? O matuto disse: “Acho que eles não gostam de quem não segue a crença deles”. Por fim, disse o patrão: “O resultado dessa visão é que não existe acordo, respeito aos diferentes, comunhão, mas sim, um eterno conflito que tem levado povos à guerra, sociedades, culturas e pessoas a se digladiarem, um não aceitando o outro, seja na sexualidade, nas ideologias ou na religião, demonstrando que a visão maniqueísta representa o mais perverso e atrasado estágio de evolução da mente. Paz não é ausência de conflito. É administrar o conflito, em paz”. O matuto disse: “Então, tem que acabar esse tal”. Respondeu o patrão: “Mais fácil povoar o planeta Marte”. E lá se foi o matuto, pensando: “Gente rica e intelectual tem cada assunto besta.” – Nilsa Alarcon e J. C. Alarcon

O bem por sua própria essência é incapaz de promover o mal. Caso contrário não poderia ser definido como o bem. Assim sendo,  o bem, sob qualquer atuação que seja, frente ao próprio bem, é incapaz de gerar confrontos e CONFLITOS. 

Então, é possível também concluir que se o bem não gera o mal, somente o mal, exatamente por sua natureza, poderá gerar outro mal. Ou seja a produção de CONFLITOS e confrontos,  que são obviamente males indesejáveis.

Então administrar quaisquer conflitos em paz, somente é possível se o mal em andamento não for de essência absoluta e puder ser modificado para comungar com o bem.

Posto que, quando este mesmo mal caminhar em inequívoco trabalho de destruição, surdo aos clamores e argumentações, sabidamente a única forma de administrar conflitos em paz, nada mais resta fazer do que a reação proporcional e intensa, como meio do defesa e sobrevivência do próprio bem. Vale dizer, dos homens e mulheres do BEM.

Nesse sentido, é bem proveitoso o exemplo oriundo do advento nazista, quando milhões de judeus foram eliminados como cordeiros, porque tomaram a decisão desastrosa de administrar aquele horroroso conflito EM PAZ!

Exemplo bem diverso, naquele momento histórico e terrível que viveu a humanidade, ocorreu quanto ao cerco nazista ao Gueto de Varsóvia.

Lá os judeus reagiram bravamente àquele conflito mortal. Ao final de um mês de combates intensos, foram finalmente derrotados pelos soldados alemães. Mas antes mandaram centenas de nazistas se encontrarem com o diabo. E morreram como heróis, não como gado indo ao matadouro. Ora, os judeus de Varsóvia foram postos na galeria de HERÓIS da humanidade!

A propósito, o que teria acontecido com a humanidade, se os países aliados na guerra contra o nazismo,  tivessem também escolhido ADMINISTRAR tal CONFLITO EM PAZ, como fizeram milhões de judeus assassinados?

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