terça-feira, 31 de dezembro de 2024

O mormonismo e a sua estrutura deseret !

 


A concepção Mórmon da estrutura da colmeia e o termo "Deseret" têm raízes profundas nas escrituras do movimento, na teologia e na visão comunitária dos Santos dos Últimos Dias (SUD), ou Mórmons. Esta simbologia está associada à organização, cooperação e trabalho árduo, valores centrais da cultura SUD. Vamos explorar a questão com mais profundidade.

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1. Origem do Termo "Deseret"


O termo "Deseret" aparece no Livro de Mórmon, especificamente em Éter 2:3, que descreve "Deseret" como a palavra jaredita para "abelha". A abelha, por sua vez, simboliza trabalho diligente e a prosperidade gerada pela cooperação comunitária. Na tradição dos Santos dos Últimos Dias, a abelha e a colmeia assumem um significado mais amplo, representando o ideal de uma sociedade unificada e diligente.


2. Deseret na História dos SUD


Quando os pioneiros Mórmons, liderados por Brigham Young, se estabeleceram no Vale do Lago Salgado em 1847, eles buscaram fundar uma sociedade baseada em princípios religiosos. Eles chamaram a região de Estado de Deseret, um estado proposto que incluía grande parte do oeste dos Estados Unidos. Embora a proposta não tenha sido reconhecida pelo governo dos EUA, o nome "Deseret" continuou a simbolizar a visão de uma sociedade justa e moral.


3. A Colmeia como Símbolo


A colmeia é um dos símbolos mais icônicos associados aos Santos dos Últimos Dias. Está presente em edifícios da Igreja, documentos oficiais e na bandeira histórica do Estado de Deseret. Representa:


Trabalho em conjunto: Cada membro da colmeia (abelha) desempenha um papel essencial.


Progresso comunitário: A ideia de que esforços individuais contribuem para o bem coletivo.


Ordem divina: Reflete a crença em uma sociedade ordenada e justa, regida por princípios espirituais.



4. Relação com a Teologia


A teologia Mórmon coloca grande ênfase na criação de um "Zion" moderno, um lugar onde a sociedade é guiada por princípios de justiça e obediência a Deus. A colmeia como metáfora conecta-se diretamente com essa visão, destacando:


Autossuficiência: Cada membro da comunidade deve trabalhar para sustentar a sociedade.


Cooperação harmoniosa: Seguindo princípios que refletem a ordem celestial.


Progresso espiritual: Assim como a colmeia produz mel, a sociedade SUD busca produzir frutos espirituais.



5. Influência Contemporânea


Hoje, o termo "Deseret" é amplamente utilizado em instituições relacionadas aos Santos dos Últimos Dias, como o Deseret News (jornal), Deseret Book (editora) e outros empreendimentos. Além disso, o símbolo da colmeia é parte do selo oficial do estado de Utah, refletindo a importância histórica e cultural dos pioneiros Mórmons.



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Fontes


Aqui estão algumas fontes que exploram a simbologia de "Deseret" e da colmeia na tradição SUD:


1. Livro de Mórmon - Escritura central dos Santos dos Últimos Dias, disponível em site oficial da Igreja SUD.

2. Tullidge, E. W. (1886). History of Salt Lake City. Uma análise histórica detalhada do papel dos pioneiros Mórmons na fundação do estado de Utah.

3. Arrington, L. J. (1958). Great Basin Kingdom: An Economic History of the Latter-day Saints. Explora os aspectos econômicos e sociais do pioneirismo Mórmon.

4. Bennion, L. W. (1991). Symbols in Mormonism. Descreve o significado de símbolos como a colmeia.

5. Bitton, D., & Arrington, L. J. (1992). The Mormon Experience: A History of the Latter-Day Saints.


Conclusão


A colmeia e o termo "Deseret" encapsulam os ideais comunitários, espirituais e econômicos dos Santos dos Últimos Dias. Simbolizam uma sociedade harmoniosa e centrada em Deus, construída sobre os valores de trabalho, cooperação e fé.


Abilio Machado - Docência em Filosofia e Teologia.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

O que está por trás da tentativa de soterrar uma celebração induzindo a se olhar a outra...

 


Vou fazer um adendo, aí se quiserem me retirar do grupo fiquem a vontade, mas acho que é bom pontuar: Ao citar a morte no período do nascimento estamos aterrando todo um conceito e ensinamentos do significado e promessas deste nascimento.

Meu texto de análise ao fato:

A prática de encobrir uma celebração como o Natal com outras atividades ou narrativas pode ser analisada sob dois aspectos: psicológico e sociopolítico.


1. Aspecto Psicológico


O Natal, centrado no nascimento de Jesus, é uma celebração carregada de significado emocional e espiritual. Para muitas pessoas, porém, esta data pode trazer sentimentos de solidão, tristeza ou melancolia, especialmente quando associada a perdas, desentendimentos familiares ou expectativas frustradas. Assim, algumas pessoas podem:


Evitar a dor emocional: Ao criar outras narrativas ou atividades, buscam distrair-se de memórias dolorosas ou de emoções desconfortáveis associadas ao Natal.


Proteger-se de vulnerabilidades: Celebrar abertamente pode implicar enfrentar questões internas como a falta de conexão, espiritualidade ou pertencimento. Ao "encobrir" a celebração, a pessoa evita encarar essas questões de frente.


Reafirmação de identidade: Algumas pessoas optam por criar suas próprias formas de celebração para reafirmar sua autonomia emocional e ideológica, especialmente se sentem que os valores tradicionais do Natal não ressoam com suas experiências.



2. Aspecto Sociopolítico


No campo sociopolítico, a dinâmica de encobrir celebrações religiosas pode ser influenciada por fatores como:


Secularização da sociedade: Em muitos contextos, há uma tendência crescente de substituir significados religiosos por valores laicos ou universais. Assim, para alguns, a ênfase no nascimento de Jesus pode parecer menos relevante frente a celebrações genéricas como a "temporada de festas".


Pluralidade cultural: Em sociedades diversas, há uma tentativa de incluir diferentes perspectivas. Isso pode levar a uma neutralização da simbologia cristã do Natal, substituindo-a por mensagens mais inclusivas, mas que nem sempre tocam no cerne espiritual da data.


Pressão social e consumo: O Natal muitas vezes é ofuscado pelo apelo comercial e pela imposição de padrões de felicidade que nem todos conseguem alcançar. Quem se sente excluído desse ideal pode buscar alternativas para desviar o foco.



Conclusão


Encobrir ou redefinir a celebração do Natal é, em muitos casos, uma resposta humana a dores emocionais ou pressões sociais. Reconhecer essa prática como uma forma de proteção ou resignificação ajuda a compreender a complexidade do comportamento humano. A essência do Natal, baseada na esperança, amor e renovação, pode servir como um convite à reconexão, sem impor celebrações, mas oferecendo acolhimento e significado genuíno.

Tomemos cuidado para não colocarmos nossas dores acima de uma festa cristã ou de uma celebração familiar.


Por Abilio Machado - Docência no Ensino de Filosofia e Teologia.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Por que as pessoas boas sofrem ?

 


Por que as pessoas boas sofrem?

Por Abilio Machado 

Lá estava eu, parado no trânsito de uma segunda-feira, com aquele calor abafado dentro da Van da saúde, conduzida pelo Schpiura, e a fila de carros que parecia não ter fim. No rádio, no celular, alguém perguntava: "Por que as pessoas boas sofrem?" Eu ri meio amargo. Era a pergunta que todo mundo já se fez ao menos uma vez na vida. E, sinceramente, talvez a única que nunca vai ter uma resposta exata.


Pensei na dona Maria, a vizinha que cria gatos de rua e distribui bolos para as crianças do bairro. Outro dia, vi os olhos dela marejados porque roubaram a bicicleta velha que usava para ir à igreja. E o Seu João, que sempre ajudava todo mundo na oficina, mas acabou falindo porque confiou demais em quem não devia. Por que o universo parece tão injusto às vezes?


Mas, olha, enquanto a van avançava lentamente, percebi algo. As pessoas boas, aquelas que realmente carregam a bondade no peito, não sofrem porque fizeram algo de errado ou porque o mundo está conspirando contra elas. Elas sofrem porque sentem. Sentem de um jeito tão profundo que carregam os pesos que outros ignoram. Sofrem porque enxergam a dor que muitos preferem virar o rosto.


Ser bom é como ser um campo de flores: bonito, mas vulnerável ao vento, à chuva forte, ao pisoteio. A bondade não é uma armadura; é uma janela aberta para o mundo. E é exatamente isso que torna as pessoas boas especiais. Mesmo diante do sofrimento, elas continuam florescendo.


A dona Maria, mesmo sem a bicicleta, ainda alimenta os gatos. O Seu João, depois de fechar a oficina, começou a consertar brinquedos para doar às crianças carentes. As pessoas boas sofrem, sim, mas, de algum jeito mágico e inexplicável, transformam a dor em algo maior.


No fim, talvez a questão não seja por que elas sofrem, mas o que fazem com isso. Porque a bondade não é sobre evitar a dor; é sobre não deixar que ela endureça o coração. É sobre continuar enxergando o outro, mesmo quando a vida nos dá motivos para desviar o olhar.


Então, da próxima vez que a pergunta surgir, tente olhar com mais calma. As pessoas boas sofrem porque têm coragem de ser vulneráveis. E, no fundo, são elas que fazem a diferença no mundo, mesmo quando ninguém está olhando.


O trânsito começou a fluir. Eu desliguei o celular para economizar bateria, assim fiquei sem o rádio, apenas curtindo o passar vagaroso da beirada da BR277 num borrão,  mas fiquei com a certeza de que, apesar de tudo, vale a pena ser do time das flores, mesmo que o vento insista em nos sacudir de vez em quando.

Sejamos mais humanos em bobdade e caridade e menos críticos sem causa.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Uma Crônica Sobre o Verdadeiro Espirito da Época Nataina l

 



Uma Crônica Sobre o Verdadeiro Espírito da Época Natalina !


O Natal chega mais uma vez, com seu brilho especial, espalhando luzes que parecem acender não só as ruas e casas, mas também o coração de cada um de nós. Há algo mágico nesta época do ano, um encanto que transcende o simples calendário e nos leva a uma reflexão profunda sobre o que realmente importa: família, harmonia, união e o amor que nos une.


No silêncio de uma noite estrelada, há mais de dois mil anos, um menino nasceu numa simples manjedoura, trazendo consigo uma promessa de esperança e salvação. O nascimento de Jesus Cristo é, sem dúvida, o maior símbolo de um recomeço, de um amor incondicional que se espalha pelo mundo como uma chama viva. E é esse espírito que o Natal nos convida a celebrar: o nascimento de um novo tempo, a renovação da fé e a alegria de estarmos juntos.


O verdadeiro Espírito Natalino não está apenas nas decorações cintilantes, nos presentes embrulhados ou nas festas que enchem nossos lares de risadas e música. Ele está, acima de tudo, na capacidade de acolher, perdoar e abraçar a quem está ao nosso lado. O Natal é o momento de abrir o coração e permitir que a comunhão entre as pessoas floresça, que as diferenças se dissolvam e que o laço familiar se fortaleça.


Na ceia de Natal, a mesa farta não é apenas uma tradição. Ela é símbolo da partilha e do acolhimento, um lembrete de que, assim como Jesus repartiu o pão, somos convidados a repartir o que temos de melhor. É o tempo de olhar para quem está perto e também para quem está longe, de estender a mão a quem precisa e de relembrar que todos somos parte de uma grande família humana, unidos pelo amor que recebemos e que oferecemos.


A verdadeira essência do Natal se revela nos pequenos gestos: no sorriso sincero, no abraço apertado, no tempo que dedicamos àqueles que amamos. É no simples ato de estarmos juntos, na harmonia de uma noite onde o barulho cessa e o espírito de paz reina, que encontramos o sentido maior dessa celebração. A união que o Natal inspira é um convite à reflexão de que a vida é, antes de tudo, feita de momentos compartilhados, de histórias contadas ao redor da mesa e de laços que resistem ao tempo.


Por isso, neste Natal, desejo que o espírito de amor e solidariedade toque cada coração, que a esperança renasça a cada amanhecer e que a fé ilumine cada passo do caminho. Que a união da família seja fortalecida, que os momentos juntos sejam vividos com profundidade e que cada sorriso seja um reflexo da alegria verdadeira que o nascimento de Cristo trouxe ao mundo.


Que o Natal não seja apenas uma data, mas um sentimento que nos acompanhe durante todo o ano. Que a paz que ele traz floresça em cada lar e que a harmonia nos guie, lembrando sempre que o maior presente é estarmos juntos, unidos pelo amor que Jesus nos ensinou.


Feliz Natal! Que a luz dessa época permaneça acesa em nossos corações por todo o ano que se inicia.


@papainoelabiliomachado


domingo, 8 de dezembro de 2024

ANGÚSTIA COM CHEIRO DE PANETONE! _ Me disse Fernanda.

 

Angústia com cheiro de panetone

por Abilio Machado 


Fim de ano. A cidade vestida de luzes, vitrines prometendo um mundo de afeto em 12 parcelas sem juros, e eu aqui, parado na cozinha, encarando um panetone com certa mágoa. A frase da Fernanda ecoava na cabeça: "Angústia com cheiro de panetone". Ela falou rindo, mas aquilo grudou em mim como o cheiro de fermento doce que invadia a casa.

Porque, vamos combinar, panetone é uma entidade emocional. Ele aparece na mesa, todo pomposo, com uma embalagem dourada que promete mais do que entrega. Chega como símbolo de festa, mas também de um tempo que pesa. Cheiro de abraços forçados, de mensagens de "Feliz Natal" no WhatsApp enviadas por obrigação, de retrospectivas que nem sempre a gente quer assistir.

E o pior? O panetone tem essa cara de quem sabe tudo. Aquela massa inchada, as frutinhas que parecem olhar para você com julgamento passivo-agressivo. "E aí, foi um bom ano?" ele pergunta, sem falar nada. E o que você responde? Isso sem falar daquela música repetida que te acusa: " O ano termina, e o que você fez?"

A verdade é que o panetone não mente. Ele é o retrato do que o Natal se tornou pra muitos de nós: uma mistura de doçura e peso. Entre uma fatia e outra, dá pra sentir os pedaços de memória – umas boas, outras meio amargas, como aquelas passas que todo mundo finge gostar, mas ninguém realmente quer no prato.

Eu gosto da Fernanda porque ela não tem medo de botar em palavras aquilo que todo mundo sente e finge que não. "Angústia com cheiro de panetone" é basicamente um resumo da vida adulta: aquela sensação de estar num lugar que deveria ser alegre, mas carregando um quê de melancolia que você não sabe bem de onde vem.

Então eu fico ali, na cozinha, tentando lidar com o cheiro do fermento, com as lembranças de um ano esquisito e com as expectativas sobre o próximo. E penso que talvez o segredo seja aceitar o panetone pelo que ele é. Nem doce, nem triste. Só um pedaço de massa, açúcar e passado, nos lembrando que dá pra viver com tudo isso.

Corto uma fatia e mastigo devagar. Vai ver, é como a vida: às vezes é só uma questão de aprender a engolir as passas.

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Cozinha Mágica do Papai Noel !

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Treinamento Completo para Papais Noéis!

E muitas histórias infantis que ocorrem no Natal e no mundo mágico do Papai Noel. 

domingo, 1 de dezembro de 2024

O experimento de Erastostenes

 


"O experimento de Eratóstenes para medir a circunferência da Terra é um exemplo clássico de medição científica inicial que pode ser replicado por qualquer pessoa hoje.


Aqui está uma visão geral simplificada de como funcionava:


Eratóstenes sabia que ao meio-dia local no solstício de verão em Syene (hoje Aswan, Egito), o Sol estava diretamente acima da cabeça, como evidenciado pelo fato de que iluminava o fundo de um poço profundo, algo que só acontece quando o Sol está no zênite. Não havia sombras projetadas por objetos verticais.


Ao mesmo tempo, em Alexandria, que fica ao norte de Syene, objetos verticais projetavam sombras. Eratóstenes mediu o ângulo da sombra projetada por uma vara e descobriu que era de aproximadamente 7,2 graus, ou 1/50 de um círculo completo.


A distância entre Syene e Alexandria era conhecida por ser de aproximadamente 5.000 estádios (o comprimento exato de um  stadion não é conhecido, mas é frequentemente considerado como tendo cerca de 185 metros com base no comprimento típico usado no mundo mediterrâneo helenístico).


Eratóstenes raciocinou que se um pedaço de pau em Alexandria projetasse uma sombra com um ângulo de 7,2 graus, então, em um círculo completo de 360 ​​graus, a distância de Alexandria a Siena deve ser 1/50 da circunferência total da Terra. Então, ele multiplicou a distância entre as duas cidades por 50 para obter a circunferência da Terra.


Usando unidades modernas para o stadion, o cálculo seria:


5.000 stadia x 185 metros/stadion = 925.000 metros


925.000 metros x 50 = 46.250.000 metros


Assim, Eratóstenes calculou a circunferência da Terra em cerca de 46.250 quilômetros.  A circunferência real da Terra no equador é de cerca de 40.075 quilômetros, então, embora seu método fosse sólido, a precisão de seu resultado estava errada devido ao valor inexato do estádio e possivelmente à precisão de suas medições. No entanto, o experimento de Eratóstenes foi notavelmente preciso para sua época e continua sendo uma demonstração poderosa do método científico aplicado ao mundo natural.


Se a Terra fosse plana e para reconciliar as observações de Eratóstenes com um modelo de Terra plana, o sol teria que estar muito mais próximo e menor do que é no modelo heliocêntrico. A ideia seria que o sol está se movendo em círculos acima do plano plano da Terra, criando diferentes ângulos de sombras em diferentes pontos.


Para calcular o tamanho e a proximidade do sol sob este cenário de Terra plana, você usaria o ângulo da sombra medido por Eratóstenes (cerca de 7,2 graus) e a distância entre Siena e Alexandria.  Supondo que essa distância seja de cerca de 800 quilômetros (o número é geralmente dado como 5000 estádios, com o comprimento exato de um estádio variando), a trigonometria básica lhe daria a altura do sol acima do plano da Terra.


Usando a tangente do ângulo, que é a razão do lado oposto (a altura do sol) para o lado adjacente (a distância entre as duas cidades), você obteria:


tan(7,2°) = Altura do sol/800km


Resolvendo para a altura do sol, você descobriria que ela teria que ser aproximadamente:


Altura do sol = 800 km x tan(7,2°)


Isso colocaria o sol a uma altura de aproximadamente 100 quilômetros acima da superfície da Terra — um cenário muito diferente da distância média real até o sol de cerca de 150 milhões de quilômetros.


Se o Sol fosse hipoteticamente colocado a uma altura de apenas 100 quilômetros acima da superfície da Terra, e precisássemos ajustar seu tamanho para corresponder aos ângulos reais observados da luz solar, conforme medidos por Eratóstenes, teríamos que realizar um cálculo com base no diâmetro angular do Sol visto da Terra.


O diâmetro angular do Sol observado da Terra é de cerca de 0,5 graus.  Para manter esse diâmetro angular a uma distância de apenas 100 quilômetros, precisaríamos calcular o diâmetro real (D) que o Sol precisaria ter usando a fórmula para o diâmetro angular:


θ = 2 arctan (D/2)


onde:


θ é o diâmetro angular em radianos,

D é o diâmetro do Sol,

d é a distância até o Sol.


Reorganizar essa fórmula para resolver D e converter θ para radianos para um diâmetro angular de 0,5 grau nos dá:


D = 2d tan (θ/2)


Vamos fazer o cálculo.


Se o Sol estivesse a apenas 100 quilômetros acima da superfície da Terra e quiséssemos manter o mesmo diâmetro angular de 0,5 grau que observamos da superfície real da Terra, o diâmetro do Sol teria que ser de aproximadamente 872,67 metros.


 Nesse tamanho, para manter a constante solar de 1361 watts por metro quadrado, o sol hipotético precisaria de uma produção total de energia de cerca de 1,74 x 10^17 watts. A fusão nuclear requer pressões e temperaturas incrivelmente altas que só são possíveis dentro dos núcleos das estrelas devido às suas imensas forças gravitacionais, que são um produto de seu tamanho massivo.


Portanto, a fusão nuclear como fonte de energia não seria possível com as dimensões descritas de um sol de apenas 872,67 metros de diâmetro e 100 quilômetros da Terra.


Outra explicação comprovada da fonte de sua energia seria necessária.


Além disso, esse modelo teria dificuldades em explicar muitas outras observações, como a falta de mudança no tamanho angular do sol ao longo do dia, a maneira como o sol se põe e nasce, e o fenômeno da noite e do dia em diferentes fusos horários, entre outras questões.


Desafio qualquer crente em TP a apresentar um modelo matemático - com dados e números proporcionais ao que apresentei acima - para apoiar sua afirmação.  As informações acima refutam fortemente a ideia de uma Terra plana e um sol local. Isso simplesmente não é possível sem explicações adicionais.


Não me diga para ir procurar e fazer a pesquisa. Dedique tempo e esforço para apresentá-lo como acabei de fazer."

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Saint German


 O Conde de Saint Germain


O Conde de Saint Germain é uma das figuras mais enigmáticas da história europeia. Este personagem, que viveu durante o século XVIII, foi um homem de vários talentos: alquimista, músico, poliglota, inventor, diplomata e filósofo. Embora a sua origem exata seja incerta, alguns relatos apresentam-no como filho de um príncipe transilvano, enquanto outros o ligam à nobreza espanhola ou portuguesa.


O conde era famoso pelo seu carisma, pelo seu vasto conhecimento e pelas suas habilidades aparentemente sobrenaturais. Dizia-se que falava mais de dez línguas perfeitamente e possuía conhecimentos avançados em ciência, arte e esoterismo. Muitas cortes europeias o acolheram com admiração e foi amigo de figuras influentes como Luis XV da França, Frederico o Grande da Prússia e Catarina a Grande da Rússia.


Um dos aspectos mais intrigantes de Saint Germain é a sua ligação com a alquimia. Dizia-se que tinha dominado a arte de transformar metais em ouro e que conhecia o segredo da imortalidade. Alguns relatos afirmam que ele nunca envelhecia, o que alimentou rumores de que podia ser imortal. Mesmo séculos depois de sua suposta morte em 1784, houve avistamentos de pessoas que afirmaram tê-lo visto em diferentes partes do mundo.


Saint Germain também foi ligado a sociedades secretas como rosacruzes, maçons e teosofia, que o apresentam como um mestre ascendido ou guia espiritual. Na cultura popular, sua figura tem sido inspiração para romances, filmes e teorias da conspiração que o colocam como um eterno observador dos eventos históricos.


Sua vida e seu legado permanecem enrolados em mistério, mas o Conde de Saint Germain continua sendo um símbolo de conhecimento, poder e a eterna busca pelo desconhecido.


Fontes:

Cooper-Oakley, Isabel. O Conde de St. Germain: O Segredo dos Reis. Sociedade Editora Teosófica, 1912.

Hall, Manly P. Os Ensinamentos Secretos de Todas as Idades. Sociedade de Pesquisa Filosófica, 1928.

Wilson, Colin. O Oculto: Uma História. Random House, 1971.

Godwin, Joscelyn. O Iluminismo Teosófico. Universidade Estadual de Nova Iorque Press, 1994.

Zach e Mimi uma longa amizade.



 Zach Galifianakis pagou as despesas de uma idosa sem teto durante anos e passava tempo com ela porque não tinha família

Quando Zach Galifianakis conheceu Marie "Mimi" Haist, ela trabalhava como voluntária em uma lavandaria, sobrevivendo graças às gorjetas deixadas pelos clientes. Só lhe era permitido dormir entre as máquinas de lavar e secar para que os clientes não pudessem vê-la.

Haist revelou que ficou sem teto após o divórcio e que estava na rua há décadas. Embora Galifianakis fosse então um comediante desconhecido, encontrou-lhe um apartamento confortável e pagou a renda.

Galifianakis tornou-se uma estrela de Hollywood depois de filmar a trilogia de filmes "Hangover" com Bradley Cooper. No entanto, sua fama não mudou sua essência e manteve seus pés no chão.

O ator manteve uma forte ligação com Haist e até passeou por um tapete vermelho com ela como acompanhante.

"Se estiver na cidade, convida-me... Eu me visto bem e uma amiga me ajuda a maquilhar. É divertido, algo que nunca sonhei viver. Depois, a limusina me leva para casa", revela Haist.

Sua amizade durou quase 27 anos, até que ela morreu aos 96 anos .✨️

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

A Quem Interessa ?

 


Por Abilio Machado 

Hoje novamente troquei mensagem sobre a informação,  a desinformação,  as teorias de conspiração e a pregunta que fica sempre e que levantou é: __A Quem Interessa?

Hoje vemos que há informação que são liberadas para criar uma disseminação de desinformação,  como as vacinas que ao misturarem a criação da vacina covid 19 acabou atingindo outras vacinas e com isso doenças erradicadas retornaram como a poliomielite, a coqueluche e a febre amarelo.

Mas o pensamento é sempre aquele, " Em pais X ou Y não se usa isso ou aquilo, esquecem que nossa realidade é totalmente diferente e a comparação só pode acontecer quando há equidade cultural e sociopolítica.

Outro porém é quando falam e difamam ao Exército Brasileiro só porque ele não atendeu aos seus desejos e sim à nação. O delírio se torna tão exacerbado que tais compartilhamentos veem de quem bate ao peito com palavras de ordem e moral e ao olhar seus perfis se vê que disso que se exige dos outros nada há.


A Difamação do Exército Brasileiro e as Narrativas de 2022


Em 2022, após as eleições presidenciais no Brasil, surgiram manifestações questionando o resultado das urnas. Entre os grupos mais vocalizados, muitos clamavam pela intervenção das Forças Armadas, especialmente do Exército Brasileiro, esperando que este tomasse medidas para alterar o cenário político. No entanto, a postura institucional das Forças Armadas, que se manteve dentro dos limites constitucionais, gerou reações adversas.


Essa situação resultou em uma narrativa que buscava difamar o Exército, acusando-o de omissão ou até de "traição" por não atender aos apelos de grupos que desejavam uma ruptura institucional. Essa exacerbação na crítica reflete um fenômeno complexo de desinformação e manipulação de expectativas.

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Análise das Narrativas e Seus Interesses


A narrativa que difamava o Exército serviu a diferentes interesses:

Grupos políticos descontentes: Buscavam atribuir a responsabilidade do desfecho das manifestações às Forças Armadas, criando uma cortina de fumaça para seus próprios fracassos em mobilizar apoio popular ou institucional.

Atores oportunistas: Alguns disseminadores dessas críticas buscavam apenas agitar a opinião pública, explorando o descontentamento como forma de obter notoriedade ou ganhos políticos futuros.

Interesses externos: Em um cenário global de polarização, há sempre o risco de grupos estrangeiros fomentarem desinformação para desestabilizar instituições democráticas.

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Exemplo e Reflexão


Durante esse período, vídeos e mensagens circularam em redes sociais acusando generais e oficiais de "abandonarem o povo" ou de "compactuarem com o sistema". Em muitos casos, essas informações eram infundadas ou distorcidas.


Reflexão:

A quem interessava essa narrativa? Difamar o Exército não apenas enfraquece uma instituição fundamental para a estabilidade do país, mas também pode servir a agendas que buscam minar a confiança nas forças democráticas. A postura legalista das Forças Armadas, nesse contexto, não foi uma omissão, mas um compromisso com a Constituição.

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A Importância da Compreensão Pública


Para lidar com esses ataques infundados, é essencial:

Promover a educação cívica, explicando o papel constitucional das Forças Armadas.

Desmentir fake news que busquem desestabilizar ou manipular a opinião pública.

Valorizar o respeito institucional, reconhecendo o peso da responsabilidade das Forças Armadas na manutenção da ordem democrática.

Assim como em outros casos de desinformação, cabe ao cidadão crítico refletir: a quem interessa a difamação do Exército? Em muitos casos, a resposta revela intenções que vão além das aparências.


Reflexões sobre Desinformação e Narrativas Conflitantes

Vivemos em uma era marcada pela abundância de informações. Porém, essa facilidade de acesso traz um problema grave: a desinformação. Ela se espalha rapidamente, encontrando terreno fértil em grupos que, por vezes, preferem confirmar seus vieses do que buscar a verdade. Por outro lado, há também aqueles que resistem a qualquer informação que confronte suas crenças, optando por silenciá-la ou deslegitimá-la. Neste artigo, vamos explorar como essas dinâmicas funcionam e para quem, de fato, interessa a manutenção desse cenário.

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O Papel das Narrativas na Desinformação


A desinformação raramente surge de forma aleatória. Ela é frequentemente arquitetada para atender a interesses específicos, seja políticos, econômicos ou sociais. Narrativas bem elaboradas conseguem manipular emoções, reforçar preconceitos e criar divisões.


Exemplo:

Durante a pandemia de COVID-19, teorias da conspiração sobre vacinas se espalharam rapidamente. Muitas dessas narrativas alimentavam desconfianças já existentes e foram amplificadas por grupos com agendas políticas ou ideológicas. Pessoas que desejavam reforçar seu ceticismo em relação à ciência abraçaram essas informações sem questionar.


Reflexão:

A quem interessava a disseminação dessas informações falsas? Grupos contrários a políticas públicas de vacinação ou indivíduos que lucravam com tratamentos alternativos questionáveis foram alguns dos beneficiados.

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O Fenômeno da Aceitação Passiva

Muitas pessoas não questionam a veracidade das informações que consomem. Isso ocorre por diversos motivos:

Confirmação de crenças: Informações que confirmam nossos pontos de vista são mais fáceis de aceitar.


Falta de acesso a fontes confiáveis: Nem todos têm o hábito ou a capacidade de verificar fatos.


Sobrecarga de informações: Em um mundo inundado de dados, filtrar o que é verdade exige tempo e esforço.


Exemplo:

Uma fake news sobre um político pode se espalhar em grupos de WhatsApp antes mesmo que seja desmentida. O estrago já está feito porque muitos compartilham sem verificar, apenas porque a notícia se alinha ao que gostariam que fosse verdade.


Reflexão:

Nesse cenário, quem ganha? Muitas vezes, opositores políticos ou grupos interessados em enfraquecer determinada figura pública.

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A Repressão da Informação Verdadeira

Por outro lado, há aqueles que tentam silenciar ou deslegitimar informações que não lhes convêm. Isso ocorre principalmente quando verdades incômodas ameaçam interesses estabelecidos.


Exemplo:

Jornalistas investigativos que expõem esquemas de corrupção frequentemente enfrentam campanhas de difamação ou até ameaças. Grupos poderosos tentam descredibilizar suas denúncias para preservar o status quo.


Reflexão:

A quem interessa calar essas vozes? Aqueles diretamente envolvidos nos escândalos ou que se beneficiam da manutenção das estruturas corruptas.

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Como Lidar com Esse Cenário?

1. Educação midiática: Ensinar as pessoas a identificar fontes confiáveis e a questionar informações é fundamental.

2. Fomento ao jornalismo independente: Apoiar veículos que se dedicam à apuração rigorosa ajuda a combater a desinformação.

3. Responsabilidade individual: Cada um de nós tem o dever de verificar antes de compartilhar.

4. Plataformas digitais: Redes sociais precisam aprimorar seus mecanismos de contenção de fake news e promover conteúdos verificados.

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Se pergunte sempre, mesmo que goste daquilo que te encanta aos ouvidos:

 A Quem Interessa a Verdade?

No fim, cabe a cada um refletir sobre suas próprias motivações ao consumir e compartilhar informações. Pergunte-se sempre: a quem interessa esta narrativa? Quem ganha e quem perde com sua disseminação? A verdade, embora incômoda, é um bem coletivo que precisa ser protegido. Somente com esforço conjunto será possível construir uma sociedade menos vulnerável à desinformação.


Ainda tenho esperança que os Veteranos das Forças Armadas se unirão para levantar o moral do Exército Brasileiro! Uma vez PE, sempre PE!


domingo, 24 de novembro de 2024

Chora coração, mas não parta!

 


Chora coração, mas não parta!


“No extremo norte, numa pequena e acolhedora casa, quatro crianças viviam com a sua amada avó. Uma mulher gentil, que cuidou deles durante muitos anos. Agora ela tinha uma visita.


Não querendo assustar as crianças, o visitante tinha deixado a foice do lado de fora da porta. De qualquer maneira, eles sabiam que era a morte. Nels, o mais velho, e sua irmã Sonia fecharam os olhos, cheios de tristeza. Kasper, que era mais novo, tentou ignorar o visitante. Mas Leah, a mais nova, que sempre se metia em problemas, olhava fixamente para a Morte.


Na quietude, as crianças podiam ouvir a avó lá em cima, respirando com a aspereza que possuíam as figuras da mesa. Eles sabiam que a Morte tinha vindo por ela e que o tempo era curto.


Como todos sabem que o único amigo da Morte é a noite, as crianças rapidamente criaram um plano. Manteriam a Morte longe da avó dando-lhe café a noite toda. Ao amanhecer, não teria escolha senão partir sem ela.


Então, sempre que a Morte esvaziava a sua xícara, Nels perguntava: "Mais café, senhor? " E a morte acenou. A Morte adorava seu café, forte e preto como a noite, estava feliz por sentar e descansar um pouco.


O tempo passou.

Finalmente, a morte estava pronta. Colocou sua mão ossuda sobre sua caneca para indicar "não mais".


Então, Leah, que esteve observando a Morte toda a noite, estendeu o braço e pegou sua mão.

"Oh morte", disse ela, "Nossa avó é tão amada por nós, por que tem que morrer? "

Algumas pessoas dizem que o coração da morte é frio e preto como um pedaço de carvão, mas isso não é verdade. Debaixo de sua camada de tinta, o coração da morte é vermelho como o pôr do sol mais belo e pulsa com um grande amor pela vida.


A morte queria ajudar as crianças a entender, então ela disse. "Gostaria de te contar uma história"

E com uma voz forte e doce, ele começou a falar.


"Era uma vez, faz tanto tempo que só eu consigo lembrar, viviam dois irmãos. Um se chamava Tristeza, o outro Dor. Lamentáveis e tristes, eles se moviam de cima para baixo no seu vale sombrio. Eles estavam lentos e pesados, e porque nunca levantaram os olhos, nunca viram através das sombras os cumes das montanhas.


No topo dessas montanhas, viviam duas irmãs, Alegria e Deleite. Elas eram brilhantes e risonhas e seus dias eram cheios de felicidade. A única sombra na vida deles era a sensação de que lhes faltava algo. Eles não sabiam o quê, mas sentiam que não podiam desfrutar plenamente da sua felicidade. "


A morte viu Leah acenar e disse: "Acho que você pode adivinhar o que aconteceu depois".


"Um dia, irmãos e irmãs se conheceram. A Tristeza se apaixonou instantaneamente por Deleite, e ela por ele. Foi o mesmo para Dor e Alegria. Cada um não podia viver sem o outro."


"Depois de seu casamento duplo e grande celebração, os dois casais mudaram-se para casas vizinhas no meio da montanha. Desta forma, a distância das suas antigas casas foi a mesma."


"Todos viveram até serem muito velhos. Quando chegou a hora de morrer, Dor e Alegria fizeram-no no mesmo dia, assim como Tristeza e Deleite. A felicidade deles juntos tinha sido tão grande que não podiam viver um sem o outro."


"Essa é uma boa história". Ele disse Nels.

"É o mesmo com a vida e a morte".

A morte disse: "O que seria da vida se não houvesse morte? Quem aproveitaria o sol se nunca chovesse? Quem teria saudades do dia se não houvesse noite? ”


As crianças não tinham certeza se tinham compreendido completamente a Morte, mas de alguma forma sabiam que ela estava certa.


Finalmente, a Morte levantou-se. Era hora de subir as escadas. Uma linha cinza pálida apagava a noite. Kasper queria deter a Morte, mas Nels impediu-o. "Não", disse Nels. "A vida continua. É assim que deve ser."


Momentos depois, as crianças ouviram a janela de cima se abrir. Depois, com uma voz entre um grito e um sussurro. A Morte disse:


"Voa, Alma. Voe, voe para longe."


As crianças correram escadas acima e entraram na ponta dos pés no quarto da avó.


A avó tinha morrido.


As cortinas se mexiam pela suave brisa da manhã. Olhando para as crianças, a Morte diz baixinho:


“Chore, coração, mas nunca se quebre.

Deixe que suas lágrimas de dor e tristeza o ajudem a começar uma nova vida. "


E depois foi embora.


Para sempre, sempre que as crianças abrirem a janela, elas pensarão na avó. E quando a brisa acariciar seus rostos, eles poderão sentir seu toque.


Nos anos que se seguiram, as crianças viveram com alegria e tristeza. Eles sempre se lembraram das palavras da Morte e sentiam um grande conforto nos seus corações que às vezes doíam e choravam... mas nunca se quebravam.


...contando histórias 

Abilio Machado

HOJE TUDO PARECE COMPRADO FEITO! _Maria!

  Hoje, domingo ao final da Conferência da Estaca Campo Comprido, encontrei com a Irmã Maria e sua amiga no jardim na lateral da Igreja, e em nossa conversa falamos do passado, dos tempos antigos e ela disse a frase título deste tema, e falei a ela, vou anotar e vou escrever uma crônica sobre... E eis o que saiu, espero que gostem, pois em meio a ficção da história há muitas verdades de minha infância, minha psicóloga vai adorar este meu expurgo emocional...



Tudo Parece Pronto

Outro dia, sentei-me na praça da cidade. Sabe aquelas praças que parecem sobreviventes de um tempo que teima em sumir? Aquelas onde as árvores são mais velhas que qualquer um que passa por ali e as calçadas são gastas de tantos pés que já pisaram, de crianças que já correram, de casais que já namoraram? Pois é. Sentei-me ali, como quem quer escutar o tempo. E o tempo falou, meio sussurrado, como se reclamasse.

Lembro de quando as coisas pareciam ter mais substância, mais história. Um café não era só um copo de líquido quente apressado em um copo descartável. Era uma desculpa pra conversar, pra rir de besteiras, pra passar o tempo. Hoje, tudo parece já vir empacotado, no ponto, pasteurizado. O café é só mais um item no meio do dia corrido, programado pra ser eficiente, mas nunca pra ser vivido.

E não é só o café. Tudo parece assim, feito sob medida pra ocupar, mas não pra preencher. Aquele velho sofá da casa da vó, que tinha uma capa de crochê esfiapada, foi trocado por móveis minimalistas, de linhas retas e tons neutros. Bonitos, eficientes, mas sem história. Sem a marca das conversas, dos cochilos improvisados, dos domingos preguiçosos. O crochê estava torto, mas era de verdade, feito de linha e de paciência, daqueles que demoravam tardes inteiras pra nascer, no ritmo da mão de quem sabia fazer, de quem aprendeu sem pressa.

Hoje, quando ando pela cidade, tudo me parece rápido demais, genérico demais, igual demais. São tantas lojas iguais, tantas fachadas idênticas, tantas opções que se dizem diferentes, mas que no fundo são apenas versões da mesma coisa. A gente entra, escolhe, paga e sai, com a sensação de que algo ficou faltando, de que não houve um encontro verdadeiro, de que as coisas não têm mais a mesma essência.

Até as conversas são assim. Curtas, rápidas, enviadas por mensagens instantâneas, com palavras cortadas, com emojis no lugar de expressões. E quando a gente senta com alguém pra conversar, parece que até a conversa segue um roteiro invisível, um checklist de temas a serem cumpridos antes que o tempo acabe. Tudo parece comprado feito, e não só as coisas, mas os momentos, as sensações. Até as emoções vêm pré-fabricadas, adaptadas para caber nas fotos postadas nas redes, editadas, corrigidas, recortadas até parecerem perfeitas – mas perfeição não é o mesmo que verdade.

Dizem que antigamente era tudo mais difícil. Eu não duvido. Mas talvez era essa dificuldade que fazia a vida ter aquele gosto especial. Não era fácil, mas era único. O cheiro do bolo de fubá que a mãe fazia aos sábados, aquele que às vezes queimava no fundo mas ninguém ligava, porque o cheiro da casa era de casa. Ou das manhãs em que ela fazia orelha de padre na chapa do fogão a lenha, o aroma doce e aconchegante preenchendo a cozinha.

Lembro também dos domingos, quando fazíamos macarrão em casa, com muito trigo espalhado pela mesa. Cortávamos as tiras uma a uma e as deixávamos secar, penduradas como bandeirinhas improvisadas, à espera do almoço que juntava a família. E do meu pai, fazendo polenta na velha panela de ferro, despejando-a fumegante sobre a tábua, onde ela se assentava devagar, como lava vulcânica que esfria e cria uma crosta irresistível.

E havia os potes de vidro com balas coloridas no armazém do Casemiro, que pareciam tesouros esperando pelas mãos de uma criança. As caronas na carroça do Seu Otto, com o balanço suave das rodas de madeira pelas ruas de terra. E os domingos em que eu levava seu almoço ou janta e o acompanhava meu pai, na velha Fábrica Iguaçu, onde ele fazia as rondas, e eu me sentia grande, importante, parte de um mundo que já não existe mais. São tantas pessoas que conheci, tantas que já se foram, mas que permanecem comigo, guardadas na memória de dias que pareciam mais cheios, mais autênticos. Menos vazios e plásticos, enlatados como hoje.

Naqueles tempos, as brincadeiras ao ar livre eram o que tínhamos de melhor. A rua era o nosso reino, e a simplicidade do brincar com pedrinhas, correr descalço e subir em árvores nos fazia donos de um mundo inteiro. O campo da Ilha era nosso Playground, comentei no ônibus na volta: __Quando pequeno conhecia isso aqui como a palma da minha mão. Foram bons tempos, tempos em que a vida era sentida de verdade, de corpo e alma, sem pressa.

Voltei pra casa com a sensação de que, no fundo, estamos todos buscando por algo que já foi. Procurando autenticidade num mundo que se acostumou a se vender pronto, com prazo de validade e manual de instruções. E, talvez, seja por isso que as velhas praças, as que ainda resistem, acabam virando refúgio. Porque, no fundo, a gente sabe: a vida de verdade não é só sobre estar pronto, é sobre viver, errar, e rir do erro.

Neste mesmo dia, ao chegar em casa, peguei uma mimosa que Ronna e Elaine colocaram ontem para mim num pacotinho, devem ter comprado num daqueles pequenos mercadinhos que ainda resistem por aí, pensei eu. A casca estava machucada, e quando abri, vi que uma parte estava estragada. Mas a outra metade estava doce, suculenta, como há tempos eu não sentia. Comi ali mesmo, frente a pia da cozinha, deixando o suco escorrer pelos dedos, e não pude evitar um sorriso. Era um gosto antigo, mas era verdadeiro.

E vim ao computador digitar este texto, pensando que, às vezes, é melhor uma vida imperfeita, feita de pedaços tortos e de erros bonitos, do que uma vida que vem sempre pronta, mas nunca viva.

e é assim... Com um algumas lágrimas pela memória afetiva revivida.


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Abilio Machado: Papai Noel, Neuropsicoartepedagogo ICH, Arteeducador e Massoterapeuta QiGong.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

As horas e o calendário


 JÁ SE PERGUNTOU POR QUE 1 HORA DIVIDIMOS EM 60 MINUTOS E CADA MINUTO EM 60 SEGUNDOS OU PORQUE TEMOS 12 MESES E NÃO 13 OU 11?


👉-Há cerca de 5.000 anos, os sumérios, que viviam na antiga Mesopotâmia (atual Iraque), revolucionaram a forma como percebemos e medimos o tempo.

Os matemáticos da Mesopotâmia Antiga utilizaram um sistema de numeração baseado no número 60 conhecido como sistema sexagesimal e posicional, provavelmente inspirado nas computações feitas para construir seus "primitivos" calendários lunares: 12 meses de 30 dias solares.

Este sistema único levou a dividir posteriormente uma hora em 60 minutos e um minuto em 60 segundos, conceitos que ainda são utilizados hoje.

A necessidade dos sumérios de dispor de um tempo preciso foi impulsionada por sua sociedade agrícola. Calendários precisos eram essenciais para plantar e colher culturas. Eles também precisavam coordenar suas complexas cerimônias religiosas e atividades administrativas.

Para ajudar a medir o tempo, os sumérios fizeram importantes avanços na astronomia.

Eles observaram os movimentos dos corpos celestes e usaram esse conhecimento para criar um calendário lunar de 12 meses.


Os sumérios dividiram o ano em doze ciclos lunares, embora este tempo não coincidisse com o ano solar (que era mais longo), então eles adicionavam um dia a cada quatro anos para compensar (o que é agora o ano bissexto).

Mais tarde, os babilônios dividiram o dia em 24 horas e a hora em 60 minutos, que se alinhava estreitamente com as estações agrícolas.

Essas divisões não eram arbitrárias, mas foram projetadas para serem práticas e facilmente divisíveis, refletindo a compreensão avançada da matemática suméria.

Esta abordagem inovadora do tempo teve um impacto profundo em civilizações posteriores, incluindo os babilônios, gregos e romanos, que adotaram e desenvolveram ainda mais o sistema sumério.

O legado do sistema de cronometragem Sumérios é evidente em nossos relógios e calendários modernos, demonstrando a influência duradoura de sua engenhoca em nossa vida diária.

O silêncio

 



🇫🇮🤝🏻😲 Na Finlândia, o silêncio é sinal de respeito: Ao contrário de muitas culturas, onde o “small talk” é comum, os finlandeses preferem interações mais substanciais. Na Finlândia, o conceito de conversa trivial, ou "small talk", não é nem incentivado nem algo com que muitos se sintam confortáveis. Curiosamente, a língua finlandesa sequer possui uma palavra específica para designá-lo.


Desde cedo, crianças finlandesas aprendendo inglês são surpreendidas ao descobrir que, em interações com estrangeiros, esse tipo de conversa é visto como um elemento esperado. Em reuniões sociais, é comum que os finlandeses não sintam necessidade de preencher o silêncio com falas desnecessárias – pausas podem durar minutos, sem desconforto. Esse respeito pelo silêncio reflete uma preferência cultural que valoriza a profundidade sobre a superficialidade.


Se um dia você visitar a Finlândia, lembre-se: o silêncio não é falta de interesse, mas uma oportunidade de reflexão mútua. Para respeitar esse espaço, é melhor evitar conversas superficiais, como comentários sobre o clima.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

A compreensão humana

 


A compreensão humana é um campo vasto e fascinante, que envolve nossos pensamentos, comportamentos e desejos. A mente humana é complexa, composta por camadas de experiências, sentimentos e percepções únicas. Cada indivíduo carrega consigo um universo interno, moldado por fatores biológicos, psicológicos, culturais e sociais. É essa diversidade de influências que nos torna tão diferentes uns dos outros.


Nossos pensamentos são guiados tanto pela lógica quanto pelas emoções. Cada pessoa tem uma forma singular de interpretar o mundo, influenciada por suas vivências e memórias. Da mesma forma, nossos comportamentos variam: alguns agem impulsivamente, enquanto outros preferem a cautela; uns buscam o coletivo, enquanto outros valorizam a individualidade.


Os desejos, que nos movem e motivam, são igualmente variados. O que é importante para um pode não ter o mesmo valor para outro, refletindo nossas aspirações e necessidades pessoais. Essa diferença é resultado de uma complexa interação entre nossos genes e o ambiente que nos rodeia, entre nossa história pessoal e os valores que aprendemos ao longo da vida.


Somos tão diferentes porque a humanidade é um mosaico de identidades, cada uma essencial para a riqueza do todo. Essa diversidade é o que nos impulsiona a crescer, a aprender uns com os outros e a buscar sempre novas formas de nos compreendermos e nos relacionarmos. É a complexidade da mente humana que torna a vida tão cheia de possibilidades, conflitos, e beleza.


terça-feira, 12 de novembro de 2024

Não estamos sós no Universo

 





Não estamos sós no Universo

Em meio às turbulências e dias nublados que estamos enfrentando atualmente, essa mensagem de André Luiz, psicografada por Chico Xavier, funciona como um farol que nos ajuda a manter o rumo em nossa jornada evolutiva. Uma mensagem de otimismo sobre a importância da compaixão e um convite ao exercício da paciência e do amor. Um lembrete sobre nossa verdadeira missão na Terra.
“Embora os caminhos sejam diferentes, estamos todos seguindo na mesma direção, em busca da mesma luz… Somos uma só energia, juntos formamos um imenso tecido de luz”.
Quando uma porta se fecha, outra se abre; quando um caminho termina, outro começa… nada é estático no Universo, tudo se move sem parar e tudo se transforma sempre para melhor.
Habitue-se a pensar desta forma: tudo que chega é bom, tudo que parte também. É a dança da vida… dance-a da forma como ela se apresentar, sem apego ou resistência.
Não se apavore com as doenças… elas são despertadores, têm a missão de nos acordar.
De outra forma permaneceríamos distraídos com as seduções do mundo material, esquecidos do que viemos fazer neste planeta. O universo nos mandou aqui para coisas mais importantes do que comer, dormir, pagar contas…
Viemos para realizar o Divino em nós. Toda inércia é um desserviço à obra divina. Há um mundo a ser transformado, seu papel é contribuir para deixá-lo melhor do que você o encontrou. Recursos para isso você tem, só falta a vontade de servir a Deus servindo aos homens.
Não diga que as pessoas são difíceis e que convivência entre seres humanos é impossível. Todos estão se esforçando para cumprir bem a missão que lhes foi confiada. Se você já anda mais firme, tenha paciência com os seus companheiros de jornada. Embora os caminhos sejam diferentes, estamos todos seguindo na mesma direção, em busca da mesma luz.
E sempre que a impaciência ameaçar a sua boa vontade com o caminhar de um semelhante, faça o exercício da compaixão. Ele vai ajudá-lo a perceber que na verdade ninguém está atrapalhando o seu caminho nem querendo lhe fazer nenhum mal, está apenas tentando ser feliz, assim como você.
Quando nos colocamos no lugar do outro, algo muito mágico acontece dentro de nós: o coração se abre, a generosidade se instala dentro dele e nasce a partir daí uma enorme compreensão acerca do propósito maior da existência, que é a prática do AMOR. Quando olhamos uma pessoa com os olhos do coração, percebemos o parentesco de nossas almas.
Somos uma só energia, juntos formamos um imenso tecido de luz…
Não existem as distâncias físicas. A Física Quântica já provou que é tudo uma ilusão. Estamos interligados por fios invisíveis que nos conectam ao Criador da vida. A minha tristeza contamina o bem-estar do meu vizinho, assim como a minha alegria entusiasma alguém do outro lado do mundo.
É impossível ferir alguém sem ser ferido também, lembre-se disso.
O exercício diário da compaixão faz de nós seres humanos de primeira classe.


domingo, 10 de novembro de 2024

A Agressividade e a Ofensa Não Agregam na União da Comunidade Cristã



A Agressividade e a Ofensa Não Agregam na União da Comunidade Cristã

---pir Abilio Machado 


Em um mundo marcado por divisões e conflitos, a união da comunidade cristã é uma expressão poderosa de amor, paz e compaixão. No entanto, a agressividade e a ofensa, atitudes que às vezes podem surgir em meio a diferenças de opinião ou frustrações, representam grandes barreiras para essa união. Neste artigo, vamos explorar por que a agressividade e a ofensa não agregam valor à comunidade cristã e como o cultivo de uma comunicação compassiva e pacífica pode fortalecer a unidade dos fiéis.



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1. O Chamado Bíblico para a Unidade e o Amor


A Bíblia nos chama constantemente à unidade e ao amor mútuo como pilares da vida cristã. Em João 13:34-35, Jesus instrui Seus discípulos: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” Esse versículo destaca que o amor e a unidade são marcas essenciais da identidade cristã.


Quando permitimos que atitudes agressivas ou ofensivas dominem nossas interações, acabamos minando esse fundamento bíblico. Em vez de demonstrar o amor que Jesus ensinou, a agressividade mostra uma falta de autocontrole e uma vulnerabilidade à nossa natureza humana, que frequentemente se inclina para a irritação e para os julgamentos precipitados.

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2. Como a Agressividade Prejudica a Unidade da Comunidade


A agressividade, seja ela verbal ou emocional, pode causar rachaduras profundas nas relações entre os membros da comunidade. Isso acontece porque a agressão tende a gerar um ambiente de medo e desconfiança. Em vez de criar um espaço seguro para compartilhamento e apoio mútuo, a agressividade provoca uma sensação de ameaça e defesa.


Para muitos, a agressividade torna-se um ciclo vicioso: ao reagirmos com dureza ou impaciência, o outro lado também se sente no direito de fazer o mesmo. Esse ciclo de respostas agressivas cria divisões que afastam as pessoas e comprometem a unidade que Deus deseja para Seus filhos. O apóstolo Paulo nos aconselha em Efésios 4:31-32 a abandonar “toda amargura, ira e cólera” e a ser “bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente”. Esses valores, quando cultivados, são verdadeiros agentes de união.

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3. O Impacto da Ofensa no Crescimento Espiritual e na Missão da Igreja


A ofensa é outra atitude que enfraquece a comunidade. No entanto, é importante compreender que ela se manifesta não apenas como um ataque direto, mas também como uma reação desmedida a pequenas discordâncias ou críticas. A Bíblia nos alerta que os seguidores de Cristo devem ser “prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para se irar” (Tiago 1:19). Essa orientação nos ajuda a evitar a ofensa e a cultivar uma paciência genuína.


Uma comunidade onde todos se ofendem facilmente tende a ser frágil, com membros que hesitam em contribuir e em se abrir com os demais. Quando o espírito de ofensa se instala, ele limita a capacidade de aprendizado e crescimento espiritual de todos, criando barreiras que prejudicam a missão de evangelização e de serviço ao próximo, tão importante para a igreja.

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4. A Comunicação Compassiva como Caminho para a União


A comunicação compassiva e respeitosa é uma ferramenta indispensável para a união cristã. Trata-se de uma forma de comunicação em que buscamos entender o ponto de vista do outro, mesmo que discordemos dele. Em vez de reagir com agressividade, a comunicação compassiva nos ajuda a responder com empatia e paciência, refletindo o caráter de Cristo.


Seguindo o exemplo de Jesus, que dialogava com compaixão e amor, podemos cultivar uma comunidade onde as diferenças são respeitadas e discutidas com mansidão. Esse tipo de comunicação fortalece os laços de confiança e promove uma paz duradoura, essencial para que a comunidade se mantenha unida e focada no propósito comum de glorificar a Deus.

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5. Práticas para Promover a União e Evitar a Agressividade e a Ofensa


Para que a união seja fortalecida e atitudes agressivas e ofensivas sejam evitadas, algumas práticas podem ser adotadas no dia a dia da comunidade:


Cultivar a empatia: Busque compreender as dificuldades e os sentimentos do próximo antes de reagir a qualquer situação.


Praticar o perdão diário: Lembre-se de que o perdão é um dom poderoso que Deus nos concedeu e que, ao perdoar, fortalecemos a unidade.


Evitar julgamentos precipitados: Muitas vezes, uma resposta agressiva vem de interpretações equivocadas. Converse abertamente antes de julgar.


Valorizar a oração em conjunto: Orar como comunidade traz um senso de propósito coletivo, nos lembrando de que somos parte de um corpo maior, o Corpo de Cristo.


A agressividade e a ofensa não agregam valor à comunidade cristã porque enfraquecem a unidade e desviam o foco do verdadeiro propósito da igreja: amar a Deus e ao próximo. Em vez disso, atitudes como empatia, paciência e perdão edificam e promovem a união. Quando escolhemos cultivar esses valores, refletimos o amor de Cristo e criamos uma comunidade onde todos se sentem acolhidos e seguros. Que possamos seguir o exemplo de Jesus, vivendo em harmonia e edificando uma comunidade que realmente glorifique a Deus.


Superando Distrações e Caminhando em UNIDADE com Cristo







Superando Distrações e Caminhando em Unidade com Cristo

Por Abilio Machado 

No caminho cristão, a busca por um relacionamento mais próximo com Jesus Cristo é o coração de nossa fé. No entanto, vivemos em uma era repleta de distrações que podem afastar nosso foco e nos distanciar do Salvador. Além disso, no ambiente comunitário, outro obstáculo surge frequentemente: a tendência a formar grupos fechados, ou as famosas “panelinhas” que acabam por excluir outros membros, prejudicando a unidade e o amor que devem caracterizar a Igreja.


Vamos refletir juntos sobre essas questões e buscar entender como podemos combater as distrações e o clubismo em nossas comunidades cristãs, para que todos possam sentir-se mais próximos de Cristo e uns dos outros.


1. As Distrações que Nos Afastam de Cristo


As distrações podem ser numerosas e variadas, principalmente em um mundo cada vez mais conectado e digital. É fácil sermos absorvidos por responsabilidades, entretenimentos, redes sociais e até atividades aparentemente inofensivas que, aos poucos, roubam o nosso tempo e minam nossa espiritualidade. Entre as distrações mais comuns, destacam-se:


Tecnologia e Redes Sociais: Embora úteis, as redes sociais e a tecnologia podem nos envolver tanto que, sem perceber, passamos horas que poderiam ser dedicadas à oração, à leitura da Bíblia ou ao convívio com a comunidade. Muitas vezes, a comparação constante e as notícias incessantes nos desconectam da paz e do foco em Deus.


Atividades Cotidianas: Trabalho, estudos, compromissos familiares e outras responsabilidades são essenciais, mas, se não bem equilibradas, podem consumir todo o nosso tempo. Quando deixamos Deus em segundo plano, acabamos nos tornando espiritualmente "vazios" e distantes d'Ele.


Busca por Sucesso Pessoal e Status: É comum desejar sucesso e reconhecimento, mas, no mundo atual, isso pode se tornar uma obsessão. A competição, a busca pela validação externa e o materialismo desviam nossa atenção do propósito eterno e dos valores cristãos.



Essas distrações prejudicam nosso relacionamento com Deus porque obscurecem o que é verdadeiramente essencial: a busca por uma conexão genuína e contínua com Cristo.


2. O Clubismo e a Exclusão nas Comunidades Cristãs


Outro ponto importante, muitas vezes negligenciado, é a presença do clubismo dentro das igrejas. Isso acontece quando pequenos grupos se formam, tornando-se fechados e seletivos, o que gera um sentimento de exclusão entre outros membros. Esse comportamento pode ser prejudicial, pois:


Fere o Sentimento de Unidade: Jesus nos chama a sermos um só corpo. A formação de panelinhas contradiz essa unidade e cria divisões internas, onde alguns membros se sentem mais valorizados que outros. Isso afasta as pessoas que buscam acolhimento e aceitação.


Gera Competição e Comparação: Em vez de uma comunidade de apoio e crescimento mútuo, o clubismo cria um ambiente onde os membros podem se sentir comparados ou julgados. Isso enfraquece o amor e a cooperação, minando a missão de comunhão cristã.


Desestimula a Participação: Pessoas que se sentem excluídas tendem a se afastar das atividades e reuniões da igreja, muitas vezes abandonando a comunidade. Isso reduz a participação ativa de membros que poderiam contribuir com dons e talentos.



3. Caminhos para Superar as Distrações e o Clubismo


Para construir uma comunidade verdadeiramente cristã e manter nosso foco em Cristo, é necessário lidar com as distrações e quebrar as barreiras de exclusão. Aqui estão algumas sugestões práticas:


Estabeleça Prioridades: Reserve momentos diários para Deus, mesmo que seja apenas alguns minutos de oração ou leitura bíblica. Ao fazer disso um hábito, fortalecemos nossa espiritualidade e enfrentamos as distrações com mais disciplina.


Modere o Uso da Tecnologia: Estabeleça limites para o uso das redes sociais e tente substituir parte desse tempo por práticas espirituais. As redes podem até ser usadas para compartilhar mensagens cristãs, mas o equilíbrio é fundamental para não perdermos o foco.


Cultive uma Igreja Inclusiva e Acolhedora: Como membros de uma comunidade, cada um de nós deve se esforçar para incluir os outros. Em vez de formar grupos fechados, busque interagir com pessoas diferentes, especialmente aquelas que parecem estar à margem. O acolhimento é um ato de amor e nos aproxima de Jesus.


Valorize as Contribuições Individuais: Incentive a participação ativa de todos. Cada membro tem algo único a oferecer, e a diversidade de dons e talentos fortalece a comunidade. Valorizar essas contribuições reduz a necessidade de competição e promove a colaboração.


Pratique a Empatia e o Perdão: A unidade cristã exige que deixemos de lado o orgulho e sejamos humildes. Isso inclui perdoar e pedir perdão quando necessário. Muitas vezes, as panelinhas são causadas por mágoas e ressentimentos não resolvidos; por isso, cultivar a empatia e a reconciliação é vital.



4. Conclusão: 

Buscando Unidade e Crescimento Espiritual


A verdadeira igreja de Cristo deve ser um espaço onde todos são bem-vindos, aceitos e incluídos. Para nos aproximarmos mais do Salvador, é necessário superar as distrações e abraçar uma vida comunitária pautada pelo amor e pela unidade. Lembrar que todos, independentemente de quem sejam, têm valor aos olhos de Deus e que, como irmãos em Cristo, somos chamados a caminhar juntos.


Que possamos refletir e agir em nossa própria jornada, buscando sempre mais o Salvador e ajudando os outros a encontrarem a mesma paz e proximidade com Ele. Ao combatermos as distrações e o clubismo, estaremos contribuindo para que nossa comunidade cristã seja um reflexo mais fiel do amor de Cristo para todos.


Como deixar de ser um estranho no ninho: Conselho para Manter o Foco no Evangelho e Superar a Seletividade

 Conselho para Manter o Foco no Evangelho e Superar a Seletividade



Li uma conversa na data de ontem, pensava que já haviam tentado mudar esta maneira de existência, porém passam os anos, mudam lideranças mas os costumes permanecem, vez ou outra uma postagem ou fala errada vem a tona num grupo geral, aí se descobre que na comunidade existe um grupo seleto. Parecendo o que chamávamos de clubismo e antes gesso de panelinha...

Coisas assim causam em algumas pessoas afastamento por acharem que não estão sendo aceitas, que não fazem parte do programa, que é o estranho no ninho.

Para permanecer firme no aprendizado do Evangelho e não se distrair com questões de seletividade, o clubismo existente,  o melhor conselho é focar em um relacionamento pessoal e profundo com Cristo e em sua própria jornada espiritual. Quando estamos verdadeiramente centrados em Jesus e em Suas palavras, as divisões e “panelinhas” perdem a importância, pois nossa segurança e paz vêm de Deus, não das pessoas. Aqui estão alguns passos práticos para isso:


1. Desenvolva uma rotina de estudo bíblico e oração: Reserve um tempo diário para estudar a Palavra e orar, não como uma obrigação, mas como uma oportunidade de se aproximar de Deus e receber o alimento espiritual. Quanto mais se dedica ao aprendizado da Bíblia, mais você sentirá a presença de Cristo guiando seus passos e suas decisões.



2. Coloque Cristo acima das opiniões e atitudes humanas: Lembre-se de que a verdadeira aprovação e aceitação vêm de Deus, não das pessoas. Manter essa perspectiva ajuda a não se preocupar com exclusões ou preferências humanas. Cristo é o amigo fiel e presente em todo momento, e é Nele que devemos nos apoiar.



3. Busque entender a Palavra como um guia prático para o dia a dia: À medida que você estuda o Evangelho, procure aplicar seus ensinamentos em cada área de sua vida. Isso cria um foco genuíno nas coisas de Deus e evita que você se desvie para questões menores que possam ocorrer ao seu redor.



4. Ore por discernimento e paciência: Quando perceber atitudes de exclusão, peça a Deus paciência e discernimento. Peça a Ele que o(a) ajude a não se ressentir ou perder a paz com isso. Lembre-se de que Cristo nos chama a ser pacientes e a perdoar, mantendo nosso coração livre de mágoas.



5. Mantenha-se próximo de pessoas que também buscam o crescimento espiritual: Construa amizades com pessoas que compartilham o mesmo desejo de crescer em Cristo. Ter uma rede de apoio focada no aprendizado e no fortalecimento espiritual ajuda a manter o foco e proporciona encorajamento mútuo.




Reflexão Final


A jornada cristã é pessoal e única, e o relacionamento com Cristo deve ser a nossa maior prioridade. Quando buscamos o Evangelho de coração, o que os outros fazem ou deixam de fazer se torna menos importante. Que você possa encontrar em Jesus a paz e a motivação para continuar firme, crescendo na fé e no amor.


terça-feira, 5 de novembro de 2024

Chi Sono Io nella Fila della Chiesa?

 


Ti sei mai chiesto chi sei tu nella tua Chiesa? Sei tu per la Chiesa così come la Chiesa è per te? Chi saresti nella fila del pane, voglio dire, nella fila della Chiesa?

Chi Sono Io nella Fila della Chiesa?

Por Abilio Machado

La fila in chiesa si forma ogni domenica, senza eccezioni. C’è chi arriva presto per assicurarsi un buon posto, chi arriva all’ultimo minuto e, ovviamente, i famosi ritardatari, che entrano nell’ultima fila già con un’aria di scusa sul viso, come se la salvezza avesse un’ora precisa e loro fossero in ritardo per l’incontro col Signore.


Ognuno, in cuor suo, si chiede: “Chi sono io in questa fila?” Il pensiero aleggia, leggero ma ironico, soprattutto nelle menti di chi è lì solo per abitudine o per la forza della tradizione. Chi sono, in fin dei conti? Sono uno che cerca davvero la spiritualità, o solo uno che segue i passi imparati da piccolo, in una routine così radicata quanto l’orologio che segna l’inizio della messa?


Nella fila, c’è un caleidoscopio di volti e intenzioni. C’è il devoto fervente, quello che guarda l’altare con occhi luminosi, come se lì trovasse davvero la sua fonte di vita e amore. C’è la signora dai capelli bianchi, che stringe il rosario con una forza quasi disperata, come se quelle perline fossero la sua ancora contro la solitudine che sente nella vita. E c’è anche il ragazzo col cappello, che sembra un po’ perso, forse lì per insistenza della famiglia, o forse nella speranza di un miracolo che non sa bene quale sia. Ognuno, a modo suo, affronta i propri dolori e credenze, e si chiede, nel profondo: “Sarò nel posto giusto?”


E poi, cosa dire di chi è lì solo per farsi vedere? Per chi la chiesa è un palcoscenico e la messa uno spettacolo dove possono mostrare la loro pietà e devozione come chi mostra un vestito nuovo. La signora con i tacchi alti, sempre impeccabile, si assicura di sedersi nelle prime file. Porge la mano nel momento del Padre Nostro, ma lo sguardo non incontra mai quello degli altri. C’è anche l’imprenditore di successo, la cui fede sembra puntuale e calcolata, come se stesse costruendo un credito celeste per essere più fortunato nei suoi affari terreni.


“Chi sono io nella fila della chiesa?” – si chiedono, senza dire nulla, senza guardarsi negli occhi. Forse sono solo uno come tanti, che adempie alle formalità, uno che ripete preghiere senza ascoltarle, che ascolta i sermoni senza riflettere. Forse la mia presenza qui è un atto di convenienza, di abitudine, un desiderio di essere in comunione con il Divino senza sapere bene come trovarlo.


E allora, arriva la domanda che forse fa più male: “Sono sincero?” Perché la fede, se è genuina, deve andare oltre le pareti della chiesa, vero? Deve esserci quando incontro qualcuno per strada, quando affronto le imperfezioni degli altri – e anche le mie. Deve manifestarsi nel rispetto, nell’empatia, nell’amore vero, quello che non dipende dagli sguardi altrui per essere approvato.


Guardandomi attorno, mi rendo conto che forse la fila della chiesa è, in fondo, uno specchio della fila della vita. Ognuno cerca il proprio senso, la propria salvezza. Alcuni, più vicini all’amore che predicano; altri, lontani, intrappolati in una meccanica di credenze e rituali vuoti. E io? Chi sono io in questa fila? Sono quello che cerca la luce o quello che si nasconde nell’ombra degli altri?


Forse non so la risposta adesso. Forse la fila della chiesa è una metafora della mia stessa ricerca spirituale, dove ancora mi trovo errante, perso tra il desiderio di trasformarmi e il conforto di ciò che già conosco.


Alla fine dei conti, la domanda “Chi sono io nella fila della chiesa?” si rivela una porta verso domande più grandi, quelle che ciascuno porta nell’anima: Qual è il senso della mia ricerca? Dove trovo davvero il sacro? E chi sono io, davvero, quando non ci sono occhi che mi osservano?


Queste domande, senza risposta facile, sono l’invito alla vera spiritualità, quella che comincia quando si esce dalla porta della chiesa – e continua, incessante, nella vita di tutti i giorni.

¿Quién Soy Yo en la Fila de la Iglesia?



¿Alguna vez te has preguntado quién eres tú en tu Iglesia? ¿Estás tú para la Iglesia así como la Iglesia está para ti? ¿Quién serías tú en la fila del pan, quiero decir, en la fila de la Iglesia?


¿Quién Soy Yo en la Fila de la Iglesia?

Soy Abilio Machado.

La fila de la iglesia se forma cada domingo, sin falta. Hay quienes llegan temprano para asegurar un buen lugar, quienes aparecen a último minuto y, claro, los famosos rezagados, que entran en la última fila ya con una disculpa en el rostro, como si la salvación tuviera hora exacta y ellos se hubieran atrasado un poco para la cita divina.


Cada uno, en su intimidad, se pregunta: "¿Quién soy yo en esta fila?" El pensamiento flota, ligero pero irónico, especialmente en las mentes de quienes están allí por pura costumbre o por la fuerza de la tradición. ¿Quién soy yo, al fin y al cabo? ¿Soy alguien que realmente busca la espiritualidad o solo sigo los pasos que aprendí desde niño, en una rutina tan arraigada como el reloj que marca el inicio de la misa?


En la fila hay un caleidoscopio de rostros e intenciones. Está el devoto ferviente, el que mira el altar con ojos brillantes, como si ahí realmente estuviera su fuente de vida y amor. Está la señora de cabello blanco, que sostiene el rosario con una fuerza casi desesperada, como si las cuentas fueran su ancla contra la soledad que siente en la vida. También está el joven con gorra, que parece un poco perdido, quizás allí por insistencia familiar, o quizás con la esperanza de un milagro que no sabe muy bien cuál es. Cada uno, a su manera, enfrenta sus propias penas y creencias, y se cuestiona, en el fondo: "¿Estaré en el lugar correcto?"


¿Y qué decir de los que están allí para ser vistos? Aquellos para quienes la iglesia es un escenario y la misa, un espectáculo donde pueden mostrar su piedad y devoción como quien muestra una prenda nueva. La señora de tacones altos, siempre impecable, se asegura de sentarse en primera fila. Da la mano en el momento del Padre Nuestro, pero su mirada nunca se encuentra con la de otro. También está aquel empresario exitoso, cuya fe parece puntual y calculada, como si estuviera acumulando crédito celestial para asegurar el éxito de sus negocios terrenales.


"¿Quién soy yo en la fila de la iglesia?" – se preguntan, sin decirlo, sin mirarse. Tal vez soy solo otro cumplidor de formalidades, alguien que repite oraciones sin escucharlas, que oye sermones sin reflexionar. Tal vez mi presencia aquí sea un acto de conveniencia, de hábito, un deseo de estar en comunión con lo Divino sin saber realmente cómo encontrarlo.


Y entonces, surge la pregunta que quizá duele más: ¿Estoy siendo sincero? Porque la fe, si es genuina, debe ir más allá de las paredes de la iglesia, ¿no? Debe estar presente cuando encuentro a alguien en la calle, cuando lidio con las imperfecciones de los demás – y con las mías también. Debe manifestarse en el respeto, en la empatía, en el amor verdadero, ese que no depende de que alguien esté mirando para aprobar.


Al mirar a mi alrededor, percibo que tal vez la fila de la iglesia sea, en el fondo, un reflejo de la fila de la vida. Cada uno busca su propio sentido, su propia salvación. Algunos, más cerca del amor que predican; otros, distantes, atrapados en una mecánica de creencias y rituales vacíos. ¿Y yo? ¿Quién soy yo en esta fila? ¿Soy quien busca la luz o quien se oculta en la sombra de los demás?


Quizás no tenga la respuesta ahora. Tal vez la fila de la iglesia sea una metáfora de mi propia búsqueda espiritual, donde aún me encuentro errante, perdido entre el deseo de transformarme y la comodidad de lo que ya conozco.


Al fin y al cabo, la pregunta “¿Quién soy yo en la fila de la iglesia?” se revela como una puerta hacia preguntas mayores, esas que cada uno lleva en el alma: ¿Cuál es el sentido de mi búsqueda? ¿Dónde encuentro realmente lo sagrado? ¿Y quién soy yo, en realidad, cuando nadie me está mirando?


Estas preguntas, sin respuesta fácil, son la invitación a la verdadera espiritualidad, esa que comienza al cruzar la puerta de la iglesia – y continúa, ininterrumpida, en la vida cotidiana.





Quem sou eu na fila da igreja ?

 


Quem Sou Eu na Fila da Igreja?!

Por Abilio Machado

Parafraseando o ditado ou incitação popular que é você na fila do pão...surgiu este texto, espero que goste.

A fila da igreja se forma todos os domingos, sem falta. Há quem chegue cedo para pegar um bom lugar, há quem apareça em cima da hora e, claro, os famosos atrasados, que entram na última fileira já com um ar de desculpa no rosto, como se a salvação tivesse horário exato e eles estivessem um pouco atrasados para o encontro divino.


Cada um, no seu íntimo, questiona: "Quem sou eu nesta fila?" O pensamento paira, leve, mas irônico, especialmente nas mentes dos que estão ali por puro hábito ou pela força da tradição. Quem sou eu, afinal? Sou alguém que busca a espiritualidade de verdade ou apenas sigo os passos que aprendi desde criança, com uma rotina tão cravada quanto o relógio que marca o início da missa?


Na fila, há um caleidoscópio de rostos e intenções. Tem o devoto fervoroso, aquele que olha para o altar com olhos brilhantes, como se ali realmente estivesse sua fonte de vida e amor. Tem a senhora de cabelos brancos, que segura o terço com uma força quase desesperada, como se o rosário fosse sua âncora contra a solidão que sente na vida. E há também o jovem de boné, que parece meio perdido, talvez ali por insistência da família, talvez na esperança de um milagre qualquer que não sabe bem qual é. Cada um, à sua maneira, enfrenta suas dores e crenças, e questiona-se, no fundo: "Será que estou no lugar certo?"


Mas o que dizer dos que estão ali para serem vistos? Aqueles para quem a igreja é um palco e a missa, um espetáculo onde podem expor sua piedade e devotamento como quem exibe uma nova roupa. A senhora de salto alto, sempre impecável, faz questão de se sentar à frente. Ela dá a mão na hora do Pai Nosso, mas o olhar jamais encontra o outro. Há também aquele empresário bem-sucedido, cuja fé parece pontual e calculada, como se estivesse construindo crédito celestial para ser bem-sucedido em suas negociações terrenas.


Quem sou eu na fila da igreja? – perguntam-se, sem dizer, sem encarar. Talvez eu seja apenas mais um cumpridor de formalidades, alguém que repete orações sem escutá-las, que ouve sermões sem refletir. Talvez minha presença aqui seja um ato de convenção, um ato de hábito, um desejo de estar em comunhão com o Divino sem saber bem como encontrá-lo.


E então, surge a questão que talvez doa mais: Será que estou sendo sincero? Porque a fé, se for genuína, deve ir além das paredes da igreja, não é? Deve estar presente quando encontro alguém na rua, quando lido com as imperfeições dos outros – e com as minhas também. Deve manifestar-se no respeito, na empatia, no amor verdadeiro, aquele que não depende de ter alguém olhando para aprovar.


Olhando ao redor, percebo que talvez a fila da igreja seja, no fundo, um espelho da fila da vida. Cada um busca seu próprio sentido, sua própria salvação. Uns, mais próximos do amor que pregam; outros, distantes, presos numa mecânica de crenças e rituais vazios. E eu? Quem sou eu nesta fila? Sou aquele que busca a luz ou aquele que se esconde na sombra dos outros?


Talvez não saiba a resposta agora. Talvez a fila da igreja seja uma metáfora da minha própria jornada espiritual, onde eu ainda me encontro errante, perdido entre o desejo de me transformar e o conforto daquilo que já conheço.


No final das contas, a questão “Quem sou eu na fila da igreja?” revela-se uma porta para perguntas maiores, aquelas que cada um carrega na alma: Qual o sentido da minha busca? Onde eu realmente encontro o sagrado? E quem sou eu, de fato, quando estou longe do olhar dos outros?


Essas perguntas, sem resposta fácil, são o convite à verdadeira espiritualidade, aquela que começa quando se cruza a porta da igreja – e continua, ininterrupta, na vida cotidiana.