22 de abril: Entre caravelas e contradições
Em 22 de abril de 1500, uma esquadra portuguesa avistou terras tropicais após semanas no Atlântico. Era o início de um capítulo decisivo da história do Brasil — o “descobrimento”, como se convencionou chamar, embora essa terra já fosse habitada por milhões de indígenas com culturas e línguas próprias. A chegada de Pedro Álvares Cabral, registrada na carta de Pero Vaz de Caminha, marcou o início de cinco séculos de transformações, disputas, violência e reinvenções.
Hoje, 525 anos depois, o Brasil continua sendo esse território de promessas e impasses. Já não se fala em exploração do pau-brasil ou da cana-de-açúcar, mas a lógica extrativista ainda pulsa no desmatamento da Amazônia e na exploração de minérios. A velha prática de concentrar riqueza e poder nas mãos de poucos também resiste — com outro sotaque, outras ferramentas, mas a mesma essência.
No plano sociopolítico, o país atravessa mais uma fase turbulenta. As instituições funcionam, mas sob tensão constante. O Congresso e Senado, hiperfragmentados, negociam cada passo, com uma omissão às ações nada constitucionais de um dos ministros do STF. A polarização ideológica ainda divide famílias, mesas de bar e timelines. Enquanto isso, temas urgentes como desigualdade, racismo estrutural, reforma tributária e emergência climática seguem à espera de protagonismo real — fora dos discursos e das campanhas, que só são lembrados nos períodos eleitorais e que hoje diminui os idiotizados pelo acesso digital, por isso esta preocupação constante decsecter uma regulamentaçãodas redes sociais para calar vezes e dificultar a informação que eles ainda chamam de desinformação, excetuando disso as propagandas midiaticas do desgoverno que nada tem entregado de positivo.
O Brasil de hoje carrega as marcas do que foi plantado em 1500: o choque entre mundos diferentes, a nossa inveja dos países paradisíacos como Suíça e até outros 9nde existem impostos mas também existe retorno através de saúde, segurança, moradia e qualidade de vida; a disputa pelo território, que hoje os membros do nosso parlamento eleitos são amordaçados por 11 indivíduos que foram colocados a dedo e acham que são os donos da virtude e da moral; e um desvirtuamento do que é força da resistência popular, pois qualquer manifestaçãopode ser calada com uma caça físico virtual da polícia federal que virou guarda especial a serviço de Alexandrede Moares.
Mas também carrega possibilidades. O mesmo chão que viu o autoritarismo florescer também viu brotar arte, ciência, movimentos sociais e a esperança de uma democracia que, apesar das rachaduras jurídico autoritária, busca resistir.
Por Abilio Machado
Comemorar o 22 de abril em 2025, então, talvez não seja apenas lembrar o que começou naquele dia, mas questionar onde estamos agora — e onde queremos chegar. Porque descobrir o Brasil, mesmo depois de 525 anos, ainda é tarefa diária.
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