sexta-feira, 25 de abril de 2025

A raposa e as pulgas...

 


Dizem que a raposa se livra das pulgas de uma forma muito particular.

Aproxima-se lentamente da água e começa a mergulhar, pouco a pouco. Pulgas, desconfortáveis, começam a subir cada vez mais alto... até se reunirem todas no seu focinho.

Então, a raposa mergulha completamente.

E pronto.

As pulgas desaparecem.


Assim também acontece quando uma pessoa forte passa por momentos difíceis.


Pouco a pouco os amigos a abandonam.

Os conhecidos desaparecem.

Desaparecem aqueles que eu ajudava, que alimentava com energia, tempo, generosidade.


Até os parentes vão embora.

Parceiros, colegas, colegas de anos de trabalho — todos se afastam.

E a pessoa forte fica sozinha... nas águas frias da adversidade.

Triste. Vazio. Confusa.


Até Aristóteles sentiu essa solidão.

No seu momento mais difícil — não lhe sobrou nenhum amigo.


Mas sabes que mais?

Eram pulgas.

Parasitas disfarçados de amizade.

Eles se alimentavam de você, encontravam abrigo sob sua pele — com respeito eu digo.


E quanto mais longo for o inverno da sua vida, mais parasitas flutuarão pela correnteza.


Esse é o presente oculto de um mau momento.

Um “menos” que na verdade é um “mais”:

Estás a limpar-te.

Você está se curando.

Você está recuperando energia.


Não se arrependa de quem vai embora quando você cai.

Agradeça por finalmente ver quem é quem.

E como a raposa... saia da água mais forte, mais limpo, mais você.

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