✂️Sansão e a fragilidade diante dos próprios desejos → um paralelo com a autossabotagem e vícios modernos
Por Abilio Machado
O homem sentado no banco da igreja hoje não está na igreja.
Está na barbearia, aguardando o barbeiro preparar a tesoura, a navalha e o pano branco que o cobrirá como um manto silencioso.
Enquanto os cabelos caem, ele se lembra de Sansão.
Sansão, o homem de força descomunal, não perdeu sua força quando cortaram seus cabelos.
A perda começou antes, quando ele entregou sua alma aos encantos da vaidade, da luxúria e das promessas fáceis de prazer.
O corte de cabelo foi apenas o símbolo externo daquilo que já havia sido diluído internamente.
A tesoura só consumou o que o coração já tinha concedido.
O homem sentado olha no espelho e se pergunta: o que tenho permitido ser cortado da minha vida?
Quantas vezes troquei minha força pela satisfação momentânea?
Quantas vezes, como Sansão, entreguei segredos íntimos a quem não merecia confiança, esperando em troca o que jamais viria?
Na barbearia, cada fio que cai no chão lembra que nossa identidade não está apenas na aparência, mas no que cultivamos por dentro.
Não é o cabelo que guarda nossa força — é a disciplina, a fidelidade, a capacidade de dizer "não" quando tudo em nós grita "sim".
Sansão falhou não por ser fraco, mas por acreditar que sua força era inabalável.
E quem acredita ser inabalável já começou a cair.
Hoje, olhando o espelho e vendo as linhas do tempo marcadas em seu rosto, o homem entende:
força não é o que mostramos para fora, é o que sustentamos por dentro quando ninguém está olhando.
E, diferentemente de Sansão, talvez ainda haja tempo de recobrar aquilo que já foi desperdiçado.
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