domingo, 27 de julho de 2025

"Profetas no Exílio" - da série O Homem Sentado no Banco da Igreja


Sentado no chão frio de um aeroporto estrangeiro, entre malas que mais parecem cicatrizes, o homem observa o letreiro que anuncia partidas, mas não regressos. Ele está exilado — não por crime cometido, mas por palavras ditas. Palavras que desagradam os reis de turno, que ferem a vaidade dos palácios e ecoam como afronta em tribunais que, ironicamente, se dizem da justiça.


"Profetas no Exílio"

Por Abilio Machado 


“Nem todos os desertos são feitos de areia — alguns têm vista para o Congresso.”


Ele não é Elias fugindo de Jezabel, nem Daniel jogado entre leões — mas se sente um pouco de cada um.


A Bíblia está cheia de profetas exilados. Jeremias lançado à cisterna, Ezequiel vendo visões longe de casa, Amós fugido por denunciar os abusos dos governantes. Eram homens com coração em brasa e boca incômoda. Eram chamados de loucos, perigosos, radicais. Alguns foram mortos. Outros apenas calados.


Hoje, a perseguição vem em dossiês, em relatórios frios e votos monocráticos. Vem em manchetes enviesadas, em bloqueios bancários, contas em redes sociais censuradas, em ameaças veladas. Os modernos “profetas” — pastores, alguns políticos, jornalistas, pensadores, influenciadores,  os que enfrentam a bolha do sistema — são lançados ao exílio digital, social ou geográfico. Muitos foram forçados a deixar o país. Outros perderam suas famílias, suas vozes, suas igrejas. Alguns ainda pregam, fazem a sua rebeldia — de longe, online, com medo.


Mas como calar o que arde no peito?


O homem sentado ali não se vê como mártir. Também não quer ser vítima. Ele só quer poder dizer o que acredita sem ser tratado como um criminoso. Quer voltar pra casa sem precisar pedir desculpas por ter falado em nome de uma verdade maior que a dos tribunais,  de um wm específico comandado por 11 indivíduos onde a ira de um deles tem provocado mais ruínas povo que a tal democracia que se julga defender . 


Talvez seja isso que une os exilados de ontem e de hoje: o desconforto de ver Deus substituído por governos, a dor de assistir à fé sendo negociada em comissões, em trocas de liberação de verbas numa famigerada troca de voto por dinheiro e a solidão de ser voz fora do coro.


Profetas não são santos. São apenas homens que viram demais para fingirem que não viram.


E o exílio, ainda que solitário, às vezes é o único lugar onde se ouve Deus claramente.

Porque o barulho das palmas nos palácios cala as vozes do deserto.

E quem se recusa a bater continência à religião do poder, acaba marchando sozinho.


Os profetas no exílio não têm púlpito, mas têm olhos abertos.

Não carregam títulos, mas sustentam perguntas.

E não se vestem de glória, mas de vergonha, poeira e verdade.


Eles não estão longe porque erraram. Estão longe porque não se venderam.

E seu isolamento é a evidência de que escolheram continuar sendo inteiros,

mesmo que isso custe a reputação, a liberdade ou o chão.


Talvez por isso tantos hoje se calem:

é mais seguro ser funcionário da fé do que estrangeiro de Deus.


Mas há algo sagrado no exílio:

é ali que os vendavais limpam a alma,

que os ídolos perdem o brilho,

e que o Nome — o único que importa — volta a sussurrar no escuro.


No fim, o exílio não é castigo.

É trincheira de lucidez num mundo embriagado de consensos deformados por anos de militância acadêmica,  cultural,  política e judiciária.


E quem já ouviu Deus no exílio,

não se impressiona com os discursos da corte.


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📖 – “O Primeiro Rei e o Último Silêncio” - da Serie O Homem Sentado no Banco da Igreja

 📍O homem sentado no banco de um ponto de ônibus vazio, às 3 da manhã.


Ele não espera o ônibus. Espera a coragem de voltar para casa depois de mais uma discussão política num grupo de igreja. Está só, cansado de discursos inflamados com pouca escuta, de líderes que se dizem "ungidos" mas não suportam ser contrariados. O banco duro e o silêncio da madrugada o fazem lembrar de Saul… o rei que começou humilde, mas terminou refém do próprio ego e das demandas do povo que ele tanto quis agradar.



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📖 – “O Primeiro Rei e o Último Silêncio”

Por Abilio Machado 


Saul foi resposta a um pedido perigoso: um rei que substituísse o cuidado direto de Deus. O povo, cansado de esperar juízes e profetas, queria alguém visível, forte, imponente. E Deus cedeu. Saul era alto, bonito, tinha presença. Tinha também medo, ansiedade e um senso frágil de identidade.


No início, escondia-se entre bagagens. No fim, escondia-se entre justificativas.


Sua maior queda não foi quando desobedeceu a ordem de destruir os amalequitas, mas quando começou a confundir o que o povo queria com o que Deus mandava. Saul tornou-se refém do aplauso. Governava por medo de ser rejeitado. Consultava a própria insegurança antes de consultar ao Senhor.


Vivemos hoje uma epidemia de Sauls.


Governantes que foram levantados pelo clamor popular, líderes religiosos que começaram sensíveis à voz de Deus, mas que hoje se movem pelo medo de perder seguidores, votos ou curtidas. A voz do povo virou a voz dos algoritmos, e a obediência à consciência foi substituída por narrativas populares que agradam, mas adoecem.


Como Saul, muitos estão perdendo o reino por não saberem esperar. Por oferecerem sacrifícios no lugar de escuta. Por trocarem a unção pela aprovação. Por usarem a religião como justificativa de suas políticas, em vez de submeterem suas políticas à ética do Reino.


O homem no banco da madrugada se pergunta se Deus ainda ouve seu povo… ou se, mais uma vez, o povo só quer um Saul com a armadura reluzente e a fala de vencedor.



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Entre o Silêncio e o Chamado, Quando Deus nos Encontra Nus – Samuel - da Serie O Homem Sentado no Banco da Igreja

 Samuel ouve Deus no silêncio da noite.

Ele está deitado. O templo está quieto. A lâmpada ainda não se apagou.

E Deus o chama pelo nome.

Assim também o homem nu diante do computador — cansado de barulhos externos, de distrações inúteis, de pornografia sem alma, de redes sociais que simulam conexão — anseia, no fundo, ouvir algo mais.

Algo que o chame pelo nome, e não pelo algoritmo.

Algo que o reconheça em sua essência, e não pelo que consome, segue ou posta.

Algo que o veja nu e, ainda assim, o chame com ternura.


Samuel não entende de primeira.

Corre para o sacerdote.

Pensa que é outra coisa.

Mas aprende a ouvir. Aprende a responder:

📖 "Fala, Senhor, teu servo ouve."


Assim também o homem nu diante da tela pode ser aquele que, no silêncio e na vergonha, finalmente escuta o que não é dado por pixels, mas por presença.


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Entre o Silêncio e o Chamado: quando Deus nos encontra nus

Por Abilio Machado 


Ele, aquele homem, está nu.

Não por desejo. Nem por ousadia.

Está nu porque não tem mais vontade de vestir-se para o mundo.


A cadeira range sob o peso do corpo cansado.

A tela do computador ainda brilha. Mas seus olhos já não suportam mais tanta luz artificial.


Navegou por páginas que não lembrará, buscou em imagens um consolo rápido que não consola. Tentou se perder em redes para esquecer de si mesmo.

Mas algo ficou.

Algo pulsa ali, no silêncio entre uma aba e outra.


É madrugada.

E ele, nu, diante da tela, ouve... alguma coisa.


Não é notificação.

Não é alerta.

É um sussurro sem som que cutuca a alma:

"Você está aí?"


Ele se assusta.

Verifica se é alucinação.

Mas não é.


Sente, pela primeira vez em muito tempo, que alguém o vê – não pelo histórico de navegação, nem pelas câmeras ocultas, mas pela alma exposta.


E então, sem saber como, lembra da história de um menino: Samuel.


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A voz no escuro


Samuel era jovem.

Vivendo num templo gasto, dormia ao lado da arca da aliança.

E ali, no escuro da noite, ouviu seu nome ser chamado.


Ele pensou ser o velho sacerdote.

Levantou-se, confuso, três vezes.

Até que entendeu: não era homem quem o chamava.

Era Deus.

Era o Sagrado, atravessando o silêncio para tocar sua intimidade.


"Fala, Senhor, teu servo ouve."


A resposta de Samuel ecoa agora no homem nu diante do computador.

Não há templo. Não há sacerdote.

Mas há alma.


E há um cansaço profundo de correr atrás de ruídos, de tentar ser visto por likes, de buscar amor em toques sem calor.



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Quando tudo se cala


O homem nu não se cobre.

Não por rebeldia, mas por aceitação.


Está como veio ao mundo.

Como Adão antes do erro.

Como Samuel antes do chamado.


E pensa:

"Se Deus ainda fala, será que pode falar comigo, aqui, assim, do jeito que estou?"


Não há trovões.

Não há revelações mirabolantes.


Apenas o peso de um nome sussurrado dentro dele mesmo:

“Samuel...”

Ou talvez:

“Você...”


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Talvez a nudez mais necessária não seja a do corpo, mas a da alma.

Talvez o silêncio que mais amedronta seja também o único capaz de revelar a voz que realmente importa.


E talvez, apenas talvez,

a resposta mais corajosa seja simplesmente:


“Fala, Senhor. Teu servo está ouvindo.”




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🌾 Rute – A Semente no Luto - da Serie O Homem Sentado no Banco da Igreja

 



🌾 Rute – A Semente no Luto

Por Abilio Machado 

Sentado em um banco de pedra, diante do cemitério municipal, o homem segura uma certidão de óbito dobrada em quatro partes. Acabara de enterrar uma tia que, embora distante no sangue, era presença firme desde sua infância. Ao redor, vozes falavam de heranças, de ausências e do tempo. Mas ele só conseguia pensar em vínculos — aqueles que escolhemos quando todos os outros falham.


O cheiro de flores baratas e terra molhada trouxe à mente a história de Rute, a moabita. Aquela que escolheu permanecer ao lado de sua sogra Naomi, mesmo sem promessa, sem segurança, sem lar. Quando a vida ofereceu a ela a liberdade de seguir, ela escolheu o amor como prisão voluntária.


"Para onde fores, irei; onde pousares, ali pousarei; teu povo será o meu povo, teu Deus será o meu Deus..."

Palavras que hoje ninguém mais diz com tamanha firmeza — nem em relacionamentos, nem nas comunidades de fé, nem entre irmãos. As promessas viraram cláusulas com validade. Os afetos, moedas de troca.


Rute, por outro lado, lançou sementes no solo árido do luto. Amou uma mulher velha, amarga e pobre. Trabalhou duro para alimentar duas bocas em silêncio. E por isso, foi lembrada — não por ter vencido batalhas, mas por ter amado com perseverança.


Quantos, hoje, amam quando não há retorno? Quantos ficam quando a lógica seria ir embora?


O homem no banco relembra suas próprias perdas: relacionamentos desfeitos, promessas quebradas, amigos sumidos quando a doença chegou. Mas também se recorda de quem ficou. Dos que, como Rute, não foram embora — mesmo podendo.


Talvez, pensou, a verdadeira religião ainda sobreviva nesses pequenos gestos. Não nas grandes pregações, nem nos templos iluminados. Mas nos pequenos campos de Boaz, onde almas fiéis colhem o que resta para alimentar o amor.


E talvez seja isso que Deus ainda procura:

Almas que fiquem.

Amores que plantem.

Gente que, mesmo em terra estranha, escolha amar.




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sábado, 26 de julho de 2025

 📜  A Mulher do Levita – Quando o Corpo é Jogada Política - da Serie O Homem Sentado no Banco da Igreja


 📜  A Mulher do Levita – Quando o Corpo é Jogada Política

Por Abilio Machado 


Ele está sentado no banco da rodoviária.

O ar cheira a comida fria e passos apressados.

Na espera do ônibus há uma jovem que cochila com fones de ouvido, uma mala nos pés e o olhar cansado.

O homem agora se pergunta sobre seu estudo bíblico naquele gatilho ativado pela imagem... E de repente lembra da mulher do levita.


Ela também viajava...

Fugida?

Ferida?

Abandonada?


O texto bíblico diz que ela era “concubina”, mas a verdade é que isso nunca a protegeu.

Saiu da casa do levita e voltou para o pai. Talvez buscando abrigo. Talvez buscando si mesma.

Mas o levita foi buscá-la como quem busca propriedade. E no caminho, houve Gibeá.


Ali, ela foi estuprada até a morte.

Enquanto o homem que deveria defendê-la se escondeu atrás da porta.

Enquanto os anciãos da cidade dormiam em paz.

Enquanto Deus... pareceu ausente.


Ele a cortou em doze pedaços e a enviou às tribos de Israel.

Não por amor.

Mas para gerar fúria.

Transformou o corpo dela em propaganda.

A dor dela virou política.

E o silêncio coletivo virou guerra.


Hoje, o homem sentado no banco da rodoviária assiste ao mesmo ciclo.

Mulheres estupradas são julgadas por suas roupas.

Violências são encobertas por pastores e líderes.

O corpo ainda é usado como discurso.

As lágrimas ainda escorrem ignoradas.


Ele lembra do levita e sente náusea.

Pensa em quantas mulheres foram entregues, não por inimigos, mas por quem dizia amá-las.

Quantos casamentos arranjados, quantas meninas acuadas no escuro, quantas dores e medos e...

Quantas igrejas ficaram caladas.

Quantas comunidades permitiram que Gibeá acontecesse outra vez.


Talvez Deus nunca esteve ausente.

Talvez Ele grita no silêncio da mulher caída na soleira.

Talvez a justiça divina não venha na espada, mas no olhar atento de quem não foge da porta.


O homem se levanta.

O ônibus chega.

Ele não quer mais assistir calado.


Não perca as próximas crônicase claro as anteriores, sempre com estudo e analogia biblica com a atualidade...

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 Crônica de Sara, a que Riu da Promessa-da Serie O Homem Sentado no Banco da Igreja



 Crônica de Sara, a que Riu da Promessa

Por Abilio Machado 


🌳 Sentado no banco da praça, observando um casal idoso de mãos dadas...


...o homem não pôde conter o sorriso.

Não era deboche. Era ternura — e talvez inveja.

Enquanto os pombos disputavam pedaços de pão ao redor de seus pés, ele pensava na estranheza da esperança.

Como ela sobrevive ao tempo?

Como ainda ousa florescer quando tudo ao redor parece envelhecer, desbotar, silenciar?


Foi então que, no vai e vem das folhas sopradas pelo vento, ele se lembrou de Sara.



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👵 Sara, a que riu da promessa


Ela era bela. E era estéril.

Era rica. E era vazia.

Era amada por Abraão, mas carregava um riso engasgado — aquele tipo de riso que só as mulheres que esperaram demais conhecem.


Deus havia dito que ela teria um filho.

Ela riu.

Mas não de alegria.


Riu porque era velho demais o corpo.

Riu porque era velha demais a promessa.

Riu porque, quando se espera por tanto tempo... o coração cria sarro do que antes chamava de fé.


Mas o riso de Sara virou ventre.

E o ventre virou promessa cumprida.

E a promessa virou história — não só de um filho, mas de uma nação que nasceria do impossível.

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🔍 Reflexões do homem sentado


Na praça, ele pensou nas promessas que deixou mofar.

Nos amores que perdeu por medo.

Nas sementes que não plantou por acreditar que já era tarde demais.


E então se perguntou:

Será que ainda há espaço para milagres nos corpos cansados?

Será que a fé pode ser reativada, mesmo quando já rimos de tudo o que um dia pedimos a Deus?


Talvez seja isso o milagre:

não apenas o filho...

mas a fé que insiste mesmo depois do riso da descrença.


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📜 A Fé no Cartão de Crédito — Micá e a Religião de Contrato- da Serie O Homem Sentado no Banco da Igreja

 📜 A Fé no Cartão de Crédito — Micá e a Religião de Contrato


Sentado no hall de entrada da igreja, o homem observa em silêncio.

A recepcionista sorri com entusiasmo calculado. O dízimo já foi recolhido, os panfletos da próxima conferência “VIP” estão sendo distribuídos com design de luxo. Há uma fila — não para orar, mas para garantir acesso antecipado aos assentos da frente.

Ao lado, um cartaz: "Ofertas especiais para líderes e patrocinadores Platinum."

O homem aperta os olhos, como se tentasse ver além do letreiro. E ali, entre um cafezinho gospel gourmet e uma sessão de fotos com o “apóstolo visitante”, uma história antiga lhe vem à mente — um tempo em que a fé também podia ser alugada.

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📖 O caso Micá: do altar caseiro à religião sob demanda


No tempo dos juízes, quando cada um fazia o que bem entendia, vivia Micá, um homem de Efraim. Ele roubou a própria mãe — mas, arrependido, devolveu o valor. Ela, por sua vez, mandou fazer uma imagem de escultura com aquele dinheiro. Um “presente” a Deus.


Micá construiu um santuário particular. Nomeou seu próprio filho como sacerdote. E então, num golpe de sorte, encontrou um levita vagando.

— Fica aqui — disse. — Te pago roupa, comida e prata. Seja meu sacerdote.

O levita aceitou.

Micá sorriu. Agora, além de um deus personalizado, tinha também um sacerdote com pedigree.

Tudo parecia perfeito… até que os danitas passaram por ali.

Ofereceram ao levita mais prestígio, mais visibilidade, mais influência.

E ele trocou de patrão.

Levou os objetos sagrados. Levou a bênção.

Levou a fé de aluguel.


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🔍 Reflexão: o evangelho de Micá continua vivo


Ainda hoje, há muitos Micás. Gente que não quer fé — quer controle.

Quer um Deus sob medida, moldado à prata de suas intenções.

Quer sacerdotes que não confrontem — que se acomodem ao preço justo.

Gente que troca presença divina por performance religiosa.

E levitas que se vendem ao melhor discurso, à maior plataforma, à promessa de um púlpito iluminado.


O homem sentado no banco da igreja vê tudo isso com olhos cansados.

Não julga. Mas anota em silêncio, no caderno invisível da alma:

"Não quero um Deus que eu possa carregar no bolso.

Quero um Deus que me carregue quando eu desmoronar."



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🙏 No fim, todo altar sem verdade desaba.


Pode ter palco, luzes, seguidores e dinheiro…

Mas se Deus não habita, é só performance.

E performance sem unção é só teatro de domingo.



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sexta-feira, 25 de julho de 2025

O amor não precisa provar nada...

 

“Ela gostava de caminhar sozinha, principalmente nos fins de tarde, quando o céu ganhava cores que pareciam pintadas à mão. Ele andava distraído, sempre com os fones no ouvido e o coração sem direção.

Se encontraram num acaso que parecia roteiro. Um tropeço, um pedido de desculpa, um sorriso meio tímido, e o tempo — por algum motivo estranho — decidiu parar ali. Só por uns segundos, mas foi o suficiente. Ela notou o jeito como ele olhou, como se já a conhecesse de outra vida. E ele percebeu o jeito que ela sorria, como se tivesse sol nos lábios.

Depois disso, vieram os cafés demorados, as conversas que varavam a madrugada, os silêncios que não pesavam. Descobriram que gostavam das mesmas músicas tristes, mas também dos mesmos filmes bobos. Que tinham medo de perder o que ainda nem tinham direito. Que carregavam cicatrizes parecidas, mas em lados opostos do peito — como se tivessem sido feitos para se completar.

Com o tempo, os passos se alinharam. Os planos começaram a se parecer. E, mesmo com os tropeços da vida, aprenderam a não soltar as mãos nos dias de vento forte.

Ela, com sua poesia discreta. Ele, com seu jeito torto e sincero. Se encontraram, finalmente. E o amor deles não foi daqueles que gritam ao mundo — mas daqueles que florescem no silêncio de um abraço apertado, no cheiro da pele, no olhar que não precisa de palavra alguma.

Porque o amor, quando é de verdade, não precisa provar. Ele só precisa acontecer.”

❤️‍🩹

quinta-feira, 24 de julho de 2025

O Samurai E Seu Cachorro




O samurai e seu cachorro    


Era uma vez um samurai que costumava ter o hábito de passear com o seu cão que ele tinha uma grande estima.


Um dia, seu cachorro se afastou dele e brincou com as folhas que caíam das árvores. Maior foi a surpresa do samurai, quando de repente seu cachorro se jogou correndo contra ele com ar feroz e muitos desejos de morder.


O samurai, que estava bem treinado, puxou a espada e logo quando o cão saltou, cortou-lhe a cabeça.


O samurai não entendeu por que de repente seu fiel cão se virou contra ele.


Então, elevou a cabeça e viu como uma cobra, que estava em um galho, estava se aproximando perigosamente dele. Quando o samurai percebeu que o seu cão estava tentando salvá-lo e não o magoar, chorou amargamente.


Foi então que ele se lembrou de um antigo ensinamento do seu mestre:


“O sentido de uma ação nem sempre é fácil de interpretar. Por isso, antes de desembainhar sua espada, certifique-se de que essa é sua única opção.”


 Fábula Popular Japonesa


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quarta-feira, 23 de julho de 2025

Jefté — O Voto Queimado no Silêncio da Porta - da Serie O Homem Sentado no Banco da Igreja

 




🪑 O homem sentado na calçada de uma casa vazia, em frente a uma porta antiga, carcomida pelo tempo. Nas mãos, um papel rasgado em dois. Ele observa a porta como quem espera alguém voltar... ou como quem teme que ela se abra.


Jefté — O Voto Queimado no Silêncio da Porta

Por Abilio Machado 


> Jefté não era o herói esperado. Era filho de uma prostituta, rejeitado pelos irmãos, expulso da casa do pai. Cresceu com o peso da exclusão e o sabor ácido da sobrevivência. Ainda assim, tornou-se líder — não por status, mas por necessidade. O povo o chamou de volta quando o desespero apertou.


Mas Jefté trazia em si uma rachadura: a vontade de ser aceito doía mais que a humilhação de ter sido expulso. E foi com essa dor que ele fez um voto impensado: "Se vencer, darei em sacrifício o que primeiro sair da porta da minha casa para me receber."


Foi sua filha.


A porta se abriu... e não foi um animal. Foi uma vida. Foi o amor. Foi o abraço que ele não poderia devolver.


O homem no banco da igreja agora está em frente a uma porta parecida. Silenciosa. Trancada. Ele não precisa de guerra — já perdeu em tempos de paz. Fez promessas que não sabia cumprir, votos que foram prisões, palavras que feriram mais que punhais.


Quantas vezes prometemos a Deus coisas que nem Ele pediu?

Quantas vezes sacrificamos o que temos de mais precioso — tempo, filhos, saúde, amor — em nome de um orgulho ferido ou de uma fé distorcida?


Jefté cumpriu o voto. Mas a Bíblia silencia sobre Deus ter aceitado o sacrifício. Talvez o silêncio divino diga mais do que a própria história.


Há portas que não deviam ser abertas, mas há votos que nunca deveriam ser feitos.

O homem sentado diante da porta sabe: certas palavras, uma vez ditas, queimam. E não há chuva que as apague.


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terça-feira, 22 de julho de 2025

A ZELADORA



ELA ENTROU PARA LIMPAR O CHÃO… MAS O QUE FEZ DEIXOU TODOS DE PÉ

O som seco de uma caixa de giz caindo interrompeu a tensão no ar — mas ninguém esperava que, dez minutos depois, a mulher encarregada de varrer o chão faria algo que deixaria uma sala inteira de pé, aplaudindo de corpo e alma.

Era uma manhã cinzenta na Universidade do Horizonte Sul, uma das mais tradicionais de Porto Alegre. Dentro de uma sala de paredes marcadas por anos de fórmulas e suor acadêmico, o renomado professor Afonso Malta, especialista em matemática aplicada e famoso pelo tom impaciente, ministrava uma aula sobre equações de contorno em espaços complexos.

Poucos ali sabiam o que estavam fazendo. Menos ainda conseguiam acompanhar. As equações no quadro pareciam escritas em outra língua. O silêncio era quebrado apenas pelo som dos lápis e da frustração coletiva.

Foi então que o acidente aconteceu.
Uma caixa de giz caiu, espalhando pedaços pelo chão. A frente da sala ficou coberta por uma poeira branca que lembrava neve — ou ruína.

Com visível irritação, o professor fez um gesto para o auxiliar técnico:
— Chame alguém da limpeza para resolver isso.

Poucos minutos depois, entrou na sala uma mulher de olhar calmo e passos silenciosos.
O nome dela era Clara Moreira.
Uniforme simples. Mãos marcadas por anos de esforço. Uma expressão serena e uma presença quase invisível — pelo menos para quem nunca soube enxergar de verdade.

Clara ajoelhou-se em silêncio e começou a recolher os cacos de giz.
Tentando aliviar o constrangimento e arrancar risos da turma, o professor comentou com um meio sorriso:
— Senhores, se até a faxineira conseguir resolver esse problema… aí sim vocês vão ficar sem desculpas.

Risadas tímidas ecoaram.
Mas então Clara levantou os olhos, enxugou as mãos num pano surrado e, com uma voz tranquila e determinada, perguntou:
— Com licença… posso ver essa equação mais de perto?
A turma conteve o riso. O professor, talvez por vaidade ou simples curiosidade, abriu espaço.
— Claro, por que não? Seja nossa convidada, senhora Clara.

Ela caminhou até o quadro como quem atravessa décadas. Pegou um pedaço inteiro de giz e começou a escrever.

A princípio, ninguém entendeu. Mas a caligrafia era firme. A lógica, cristalina.
As linhas fluíam como se Clara estivesse conversando com os números. Cada símbolo que surgia no quadro parecia costurar as arestas de um quebra-cabeça impossível.
Cinco minutos depois, os cochichos cessaram.

Dez minutos depois, a sala inteira estava em silêncio.
No quadro, uma solução impecável, precisa, brilhante.

E então, vieram os aplausos. Não aqueles protocolares. Mas os que nascem do espanto. Do respeito. Da vergonha e da admiração.
O professor aproximou-se, perplexo.
— Onde… onde você aprendeu isso?
Clara respirou fundo.
— Eu era professora de matemática teórica na Universidade de Coimbra. Mas quando me mudei para o Brasil, não consegui revalidar meu diploma. Precisei trabalhar. Então… aceitei o que apareceu.

Silêncio.

O professor, com a voz embargada, apenas assentiu. Ele sabia que algo extraordinário havia acabado de acontecer.

Na semana seguinte, a reitoria se reuniu. Os papéis foram movidos. As portas, finalmente, também.
Clara teve seu diploma reconhecido. Foi convidada a dar seminários. Meses depois, assumiu uma cadeira como professora visitante da mesma universidade onde, por anos, limpava o chão que agora pisava como mestre.

Hoje, os corredores da Universidade do Horizonte Sul contam essa história como uma lenda viva.
A mulher que veio limpar a sala… mas no fim, foi ela quem limpou o quadro — e a arrogância de todos ali.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

🧊 Os primeiros refrigeradores da humanidade

 



🧊 Os primeiros refrigeradores da humanidade


Muito antes da invenção da geladeira elétrica, povos antigos já usavam a inteligência do ambiente e da arquitetura para controlar o calor. Um exemplo surpreendente são os egípcios, que dominaram técnicas que, para nós hoje, parecem quase mágicas.


🇪🇬 Egito Antigo: fabricando gelo no deserto

Durante as noites frias no deserto, os egípcios usavam tigelas de barro raso cheias de água, colocadas em fossos rasos cobertos com palha. O calor do dia era mantido afastado, e o frio da noite fazia com que formasse gelo verdadeiro. A evaporação da água e a baixa umidade relativa contribuíam para esse efeito.


Além disso, eles criavam cisternas subterrâneas e salas isoladas com paredes espessas, onde o gelo e alimentos como frutas, cerveja e peixe podiam ser mantidos por mais tempo. Esse sistema rudimentar, mas eficaz, pode sim ser considerado um dos primeiros refrigeradores do mundo.


❄️ Outras civilizações que dominaram o frio:


🇮🇳 Índia Antiga

Por volta de 400 a.C., indianos já sabiam produzir gelo usando um método semelhante ao dos egípcios: deixavam água em bandejas de barro em poços isolados durante as noites geladas do inverno.


🇮🇷 Pérsia (Irã atual)

Os persas criaram os “Yakhchals”, imensos edifícios de barro com cúpulas que armazenavam gelo colhido nas montanhas ou produzido artificialmente no inverno. Eles conseguiam manter o gelo durante todo o verão, mesmo com temperaturas externas acima de 40°C!


🇬🇷 Grécia e 🇷🇴 Roma Antiga

Gregos e romanos importavam gelo e neve das montanhas e armazenavam em câmaras subterrâneas revestidas com palha e serragem. O gelo era um luxo para banquetes e medicina.


🧠 Muito antes da tecnologia moderna, nossos antepassados dominavam o frio com sabedoria, criatividade e respeito pela natureza. Eles não tinham geladeiras elétricas, mas sabiam como congelar, conservar e refrescar com o que o mundo oferecia. 🌍


📸 Reprodução



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domingo, 20 de julho de 2025

O desejo sincero da Alma...

 



O DESEJO SINCERO DA ALMA:

O hino 145 do nosso Hinário nos diz que a oração é o desejo sincero da alma.

Nossas orações revelam muito sobre nós: nossa humildade ou nosso orgulho, nossa submissão ou nossa possessividade, nosso progresso ou nosso retrocesso, mas, principalmente, revelam onde estamos na vida em relação ao nosso desejo geral. Considere a seguinte escritura:

“Aproximai-vos de mim e eu me aproximarei de vós; buscai-me diligentemente e me encontrareis; pedi e recebereis; batei e abrir-se-vos-á. Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome vos será dado, se for conveniente para vós.” (D&C 88:63,64)

Há uma palavra nesta escritura que é de vital importância para nós entendermos: “conveniente”. O dicionário define essa palavra como “que tende a promover um objetivo desejado ou um meio de atingir um fim”. Considerando a importância da oração como comunicação com o Divino, isso significa que Deus nos ajuda, por meio da oração, em situações imediatas nesta vida que serão vantajosas para o nosso objetivo final, que é nos tornarmos como Deus é. Portanto, ela revela a Sua vontade para nós e afirma o nosso propósito de estar aqui.

A oração em si é um processo de progressão. Em um extremo do espectro, está a oração de uma criança, por meio da qual ela aprende sobre fé: você ora ao Pai Celestial e tem fé de que Ele ouvirá e responderá à sua oração. No outro extremo desse espectro, está a oração de um adulto espiritualmente evoluído que ora com a "verdadeira ordem da oração":

"Oramos ao nosso Pai Celestial, em nome de Jesus Cristo, pelo poder do Espírito Santo. Esta é a verdadeira ordem da oração." (Russell M. Nelson, CR abril de 2003, Ensign maio de 2003, p. 7)

“Quando oramos ao Pai em nome de Jesus por coisas pessoais específicas, devemos sentir no fundo de nossa alma que estamos dispostos a submeter nossas petições à vontade de nosso Pai Celestial… Chegará o tempo em que conheceremos a vontade de Deus antes de pedirmos. Então, tudo pelo que orarmos será ‘conveniente’. Tudo pelo que pedirmos será ‘correto’. Isso acontecerá quando, como resultado de uma vida justa, desfrutarmos tanto da companhia do Espírito que Ele ditará o que pedimos.” (Presidente Marion G. Romney, em CR outubro de 1944, pp. 55-56)

Muitas vezes me lembro do conselho do Presidente Nelson de que não seremos capazes de sobreviver a estes últimos dias sem a orientação do Espírito Santo. Ele é crucial em toda a orientação que recebemos como resultado de nossas petições a Deus. O círculo de oração no Templo nos ensina o papel que o Espírito Santo desempenha em nossa comunicação com o Divino. O oficiante representa o Espírito Santo ao dizer aos reunidos o que dizer; estes, por sua vez, repetem as palavras da oração, direcionando-os ao Pai Celestial em nome de Seu Filho.

Se você orar dessa maneira, estará no caminho certo para alcançar o propósito de sua provação mortal. Se o propósito de sua jornada é tornar-se semelhante a Deus, a oração é o caminho para saber como percorrê-la. Que você receba o desejo sincero do seu coração e que, no final, nos encontremos aos pés de Jesus.


CATHRYNE ALLEN

Arte: Minha Oração por Danny Hahlbohm)

quinta-feira, 17 de julho de 2025

O Homem que Ainda se Arrasta até a Igreja: Ele Ainda Veio - da Série: O Homem Sentado no Banco da Igreja

 




Essa crônica nasceu da cena que vi (e vivi): um homem entrando na igreja sem ânimo, sentando no último banco, sem levantar as mãos, sem cantar, sem responder “amém”. Mas ali, naquela presença desajeitada e ferida, havia uma oração viva. Essa é para todos os que ainda vêm… mesmo se arrastando.


O Homem que Ainda se Arrasta até a Igreja: Ele Ainda Veio


Por Abilio Machado 


Ele não entrou triunfante. Não veio de terno, nem com a Bíblia debaixo do braço. Na verdade, mal se vestiu com dignidade — colocou o que estava mais próximo da cama, porque a alma estava longe demais para se importar com aparência.


Ele não veio para adorar. Não veio para participar da ceia, nem para cantar louvores. Não veio por obediência, por empolgação ou por teologia. Ele apenas veio.


Veio porque não suportava mais ficar em casa com aquele vazio. Veio porque, mesmo ferido, havia algo lá no fundo que dizia que talvez — só talvez — Deus ainda estivesse por perto.


E assim, arrastando seus próprios escombros, ele entrou. Sentou no último banco. O lugar dos esquecidos. Dos que já não fazem parte do sistema. Dos que oram baixo porque já gritaram demais por dentro.


Ele veio com raiva de alguns irmãos, com mágoas que os cultos não curaram, com perguntas que os sermões não responderam. E mesmo assim, veio. Porque, embora a fé estivesse esburacada, ainda existia uma saudade de Deus maior do que a decepção com os homens.


> Não veio pelo pastor. Nem pelos irmãos. Nem pela comunhão.

Veio por Deus — e talvez nem saiba ao certo se ainda acredita em tudo como antes,

mas sabe que Deus ainda escuta o que o homem não consegue dizer.


No último banco, ele não precisa fingir força. Não precisa sorrir nem carregar versículos na ponta da língua. Ele não quer palmas. Nem bênçãos públicas. Já teve tudo isso — e ainda assim desabou.


Hoje, ele só quer existir na presença de Deus. Nem que seja em silêncio. Nem que seja com o rosto escondido entre as mãos.


> No último banco, não se busca mais visibilidade.

Aliás, foi de tanto ser invisível entre os da frente que ele se arrastou até o fim.

E agora, neste banco isolado, ironicamente,

ele se sente mais visto por Deus do que em todos os púlpitos e holofotes.

Ele não veio porque está bem.

Ele veio porque ainda sangra.

Porque ainda chora.

Porque ainda acredita — mesmo sem saber explicar.


Ele ainda veio.

E só isso já é um milagre maior do que qualquer profecia dita em voz alta.


Essa crônica rasga o verniz da religiosidade performática. Ela denuncia, sem agredir, o quanto se espera que o homem vá à igreja como quem vai a um palco — com roupa limpa, rosto erguido, fala ensaiada e fé impecável.


Mas o homem do último banco não vai para ser visto. Ele vai porque não suporta mais não estar ali. Ele vai mesmo quando a alma está despenteada, quando a roupa não combina, quando o coração ainda não perdoou. E isso — essa honestidade crua — é muito mais sagrado do que qualquer terno engomado.

Me conta nos comentários a igreja que frequenta como age ao receber alguém despido de roupas de marcas ou ternos de corte de alfaiate em risca de giz,  como olham ao sei jeito de ser e estar... 

E envia para aquela pessoa que você acha que vai fazer sentido ...

#HomemSentadoNoBancoDaIgreja #EleAindaVeio #FéFerida #CriseEspiritual #ÚltimoBanco #DeusAindaMeVê #EsperançaPersistente #IgrejaComoRefúgio #MilagreSilencioso #CrônicasDeFé



O esculpidor do caminho...

 REFLEXÃO DO DIA

FAÇA O SEU PRÓPRIO CAMINHO 



📖 PARÁBOLA


 "O ESCULPIDOR DO CAMINHO"


Havia um jovem chamado Eliã. Ao nascer, recebeu um presente estranho: um pedaço de terra árida e um simples machado. Disseram-lhe:

“Teu caminho está oculto sob estas pedras. Ninguém o abrirá por ti. Mas o Pai Celestial confiou-te esta ferramenta: esculpe o teu próprio caminho.”


Outros viajantes seguiam trilhas largas e fáceis, construídas por mãos humanas. Eliã, porém, ficou diante da terra virgem, perguntando-se se seria capaz. Em seu coração, sentiu uma voz suave:

“Confia em Mim. Teu caminho será um legado.”


Dia após dia, com esforço e fé, Eliã golpeou a terra, derrubou pedras, plantou flores ao redor da trilha que abria. O trabalho era difícil, e muitos zombaram dele:

“Por que insistes em abrir um caminho quando há estradas fáceis?”


Mas ele seguiu adiante. Com o tempo, sua vereda tornou-se um jardim, iluminado pela luz que vinha do alto.


No fim da jornada, Eliã encontrou o Senhor, que lhe disse:

“Bem está, servo bom e fiel. Seguiste o caminho que Eu preparei para ti.”


🔎 REFLEXÃO


 FAÇA O SEU PRÓPRIO CAMINHO


Assim como Eliã, cada um de nós recebeu uma terra a cultivar: nossa vida. Nenhum caminho espiritual vem pronto. Não basta seguir as multidões ou repetir tradições. O Salvador nos chama a fazer o nosso próprio caminho, confiando n'Ele.


“ESCOLHEI HOJE A QUEM SERVIR EIS ” (Josué 24:15).


O caminho estreito e apertado não é uma estrada automática. 

Ele é esculpido pelo esforço diário de viver o evangelho, passo após passo.


Ferramentas espirituais como o estudo das escrituras, a oração sincera, o arrependimento constante e o serviço desinteressado são nossos “MACHADOS ” dados por Deus. Com elas, podemos abrir nosso caminho pessoal em direção à vida eterna.


O Presidente Russell M. Nelson ensinou:


> “O SENHOR AMA O ESFORÇO, PORQUE O ESFORÇO TRAZ CRESCIMENTO.”


O Presidente Thomas S. Monson alertou:


> “ESCOLHAS DETERMINAM NOSSO DESTINO.”


E o Presidente Nelson acrescentou:


> “OREM PARA SABER O QUE O SENHOR DESEJA QUE VOCÊS FAÇAM, E ENTÃO TENHAM A CORAGEM DE FAZER.”


A cada manhã, pergunte-se:


ESTOU SEGUINDO TRILHAS ALHEIAS OU ESTOU ESCULPINDO MEU PRÓPRIO CAMINHO AO LADO DO SALVADOR?


QUE PEDRAS (PECADOS,MAU HÁBITOS, MEDOS) PRECISAM SER REMOVIDAS HOJE?


Deus não nos pede perfeição imediata, mas coragem para avançar.


Lembre-se: cada esforço sincero, cada pequena escolha correta, cada ato de fé abre mais alguns metros do caminho celestial em sua alma.


🎇 HOJE, COM FÉ E CORAGEM, FAÇA O SEU PRÓPRIO CAMINHO — NÃO O CAMINHO DO MUNDO, NEM UM CAMINHO HERDADO, MAS UM CAMINHO TRILHADO EM CRISTO, RUMO À LUZ ETERNA.


“EU SOU O CAMINHO, E A VERDADE, E A VIDA.”

(João 14:6)


QUE AO FIM DE SUA JORNADA, VOCÊ TAMBÉM OUÇA:

“BEM ESTÁ, SERVO BOM E FIEL.”


ÉLDER S.DIAS 


BOM DIA 😇🙏


A Síndrome do Último Banco da Igreja - a crônica numero 00 de a Série O Homem Sentadp no Banco da Igreja



Sentado no último banco da igreja, sem querer participar do culto nem das rodinhas da saída, nasceu essa reflexão. Entre o som do coral e o silêncio da alma, me vi tentando nomear essa dor que muitos de nós carregamos e chamamos de fé. Não é sobre abandono da igreja. É sobre ser igreja mesmo quando ela parece ter nos abandonado. Nomeada por mim como ...


A Síndrome do Último Banco da Igreja

O Homem Sentado no Banco da Igreja – Crônica 00

por Abilio Machado


Hoje ele se sentou lá. No último banco.

Não porque chegou atrasado. Não porque o banco estava vazio. Mas porque ele está cheio demais por dentro. Cheio de perguntas que não cabem mais nas orações decoradas. Cheio de mágoas que não cicatrizaram com abraços de corredor. Cheio de silêncios.

O último banco é um território à parte. É o deserto dentro do templo. Ali, não se canta junto com os outros — apenas se escuta, com certo cansaço e desconfiança. A liturgia parece distante. Os gritos do pregador soam como ecos, não como respostas. E os olhos? Baixos. Porque já não se quer parecer forte.

Ele não veio pelo pastor. Nem pelos irmãos. Nem pela comunhão. Ele veio por Deus — e talvez nem saiba ao certo se ainda acredita em tudo como antes, mas sabe que Deus ainda escuta o que o homem não consegue dizer.

No último banco, não se busca mais visibilidade. Aliás, foi de tanto ser invisível entre os da frente que ele se arrastou até o fim. E agora, neste banco isolado, ironicamente, ele se sente mais visto por Deus do que em todos os púlpitos e holofotes.

O último banco carrega a síndrome dos cansados da religião, dos decepcionados com o sistema, dos feridos que ainda têm fé — mas uma fé manca, meio sem força, meio sem forma. É onde se sentam os que já foram líderes, cantores, mestres — e hoje apenas tentam sobreviver à própria fé.

Alguns chamariam de esfriamento espiritual. Outros, de rebeldia. Mas não é. É crise. É aquela etapa do caminho onde o homem senta não por comodismo, mas por exaustão. Ele não quer mais performance. Quer encontro.

Talvez seja isso: o último banco é o lugar onde o homem já perdeu quase tudo… menos a esperança de que Deus ainda passe por ali e lhe estique a mão.

E se há um clamor que sobe desse banco, é este:

— "Senhor, me vê mesmo que ninguém mais veja. Me escuta mesmo que minha oração seja muda. Me abraça mesmo que eu não me levante hoje."

Porque o homem sentado no último banco da igreja não está ausente. Está em luto, um luto de si mesmo, de suas perdas íntimas, de sua angustia silenciosa, de suas lágrimas sob a água do chuveiro, de suas noites insones, de seu caminhar pelas ruas cheias de pessoas e ele anônimo, um anônimo de existir. Porém está ali, sentado, olhando para o céu, com respeito àquela casa, pois compreende e... Esse último banco não é só geográfico, é espiritual — é onde se assentam os que não cabem mais no conluio das frases prontas, dos sorrisos automáticos e das falsas promessas de pertencimento. É um lugar onde a fé já não precisa se vestir de social, onde a comunhão se dá no silêncio e onde o homem, mesmo à margem, ainda busca o centro do olhar de Deus. 

E o mais bonito: mesmo ferido, ele veio. Mesmo desconfiado, ele se faz presente na casa de Deus. Mesmo em crise, ele não desiste totalmente. Isso é fé despida, crua, autêntica.

E ora do jeito mais verdadeiro que sabe: existindo ali.

"Você já se sentiu assim? Já sentou-se no último banco da igreja por achar que não pertencia ao lugar ou que não era aceito pelos que ali estavam, que te circundavam?" comente... e compartilhe esta crônica para que mais pessoas saibam que não estão só!


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Lucas 2:41:49 - Jesus aos Doze



Lucas 2:41:49 - Jesus aos Doze

41 Todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém para a Festa da Páscoa. 42 Quando ele tinha doze anos, subiram à festa, segundo o costume. 43 Depois que o festival acabou, enquanto os pais estavam de volta para casa, o menino Jesus ficou para trás em Jerusalém, mas eles não tinham conhecimento disso. 44 Pensando que ele estava na companhia deles, eles viajaram por um dia. Então eles começaram a procurá-lo entre seus parentes e amigos. 45 Quando não o encontraram, voltaram a Jerusalém para procurá-lo. 46 Depois de três dias, encontraram-no nos pátios do templo, sentado entre os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. 47 Todos os que o ouviam ficaram maravilhados com o seu entendimento e as suas respostas. 48 Quando seus pais o viram, ficaram espantados. Sua mãe lhe disse: “Filho, por que você nos tratou assim? O teu pai e eu temos andado ansiosamente à tua procura. ”
49 “Por que você estava me procurando? ” perguntou ele. "Não sabias que eu tinha de estar na casa do meu Pai? "
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Pontos-chave

1. Tradição da família fiel
Os pais de Jesus, Maria e José, viajavam a Jerusalém todos os anos para celebrar a Páscoa, mostrando o seu compromisso com a lei de Deus. Jesus juntou-se a eles aos doze anos, uma idade significativa para os meninos judeus que se preparavam para a vida adulta.

2. Jesus fica para trás
Depois da festa, Jesus permaneceu em Jerusalém sem avisar seus pais. Eles assumiram que ele estava com o grupo de viagens deles e só perceberam que ele estava desaparecido após um dia de viagem, levando a uma busca ansiosa de três dias.

3. Encontrado no Templo
Eles finalmente encontraram Jesus no templo, sentado entre os professores, ouvindo, fazendo perguntas e oferecendo informações. Todos ficaram espantados com a Sua sabedoria e entendimento, especialmente para alguém tão jovem.

4. Aflição parental
Mary expressou profunda preocupação, dizendo que eles estavam procurando "ansiosamente. ” A reação deles revela o seu medo e amor muito humanos como pais.

5. Jesus revela sua identidade
Jesus respondeu: "Você não sabia que eu tinha que estar na casa do Meu Pai? " .. Afirmando Sua identidade e missão divina.

Mensagem principal

Mesmo quando criança, Jesus sabia quem Ele era e qual era o seu propósito .. para ser sobre o trabalho de Seu Pai. Sua sabedoria surpreendeu os estudiosos, e Suas palavras apontaram para Sua relação única com Deus.

O Sexo como Mistério e Linguagem do Sagrado

 


O Sexo como Mistério e Linguagem do Sagrado

Uma leitura psicanalítica de “A Mística do Sexo”, de Pierre Weil

Por Abilio Machado – Psicólogo e Psicanalista

Introdução: entre o desejo e o divino

Ao buscarmos um livro sobre sexualidade, esperamos encontrar definições fisiológicas, técnicas relacionais ou ao menos um vocabulário mais próximo da biologia ou da sexologia clínica. No entanto, A Mística do Sexo, de Pierre Weil, é justamente o oposto: não um manual do corpo, mas uma convocação à alma. Uma obra que exige do leitor mais do que compreensão racional — pede entrega simbólica. Ao final da leitura, somos confrontados não com uma explicação do sexo, mas com uma experiência de estranhamento. E é justamente nesse estranhamento que mora sua força.

Como psicólogo recém-formado, ainda organizando minhas próprias zonas de sombra diante do saber psicanalítico, encontrei nesse livro um ponto de atrito e também de iluminação. Porque ele não fala do sexo como acontecimento apenas biológico, mas como manifestação de algo que escapa — e, talvez por isso mesmo, se torna sagrado.


O choque inicial: quando o corpo cede lugar à alma

A expectativa de encontrar informações práticas sobre a sexualidade humana — como ocorre em textos de Freud, Reich ou mesmo nas abordagens comportamentais contemporâneas — se desfaz logo nas primeiras páginas. Weil está mais próximo de Gibran, de Jung e dos místicos orientais do que de qualquer manual clínico. Ele propõe que o sexo, para além de sua função reprodutiva e recreativa, seja um ato de expansão da consciência, um portal de transcendência.

Para muitos leitores, inclusive para mim, essa inversão pode gerar frustração. Mas logo compreendemos: o autor não nega o corpo — ele o consagra. Pierre Weil nos convida a olhar o ato sexual como um caminho iniciático, onde o gozo não é fim, mas rito. E isso muda tudo.


Entre Freud e Weil: quando o id encontra o sagrado

Uma das frases mais célebres de Freud afirma: “Onde o id estava, o ego deve advir.” Esse imperativo é o coração do processo psicanalítico: transformar pulsões inconscientes em experiências conscientes, permitir que o sujeito deixe de ser passivamente levado por suas forças internas para tornar-se autor de sua própria narrativa.

Weil, ao seu modo, propõe algo semelhante, porém ampliado: ele sugere que, “onde o desejo fala, talvez o sagrado queira ser escutado.” É uma ampliação do campo psíquico para o campo místico. O que Freud via como material bruto a ser elaborado pela consciência, Weil parece enxergar como uma fagulha do divino que precisa ser honrada. O desejo, para ele, não é apenas impulso: é idioma da alma.

Essa é uma proposta ousada. Mas também é profundamente psicanalítica, se pensarmos no inconsciente como um campo simbólico, onde tudo que é recalcado — inclusive o anseio por transcendência — retorna em forma de sintoma, fantasia ou sonho.


Sexo, sintoma e sentido: uma travessia analítica

Nos consultórios, vemos todos os dias como o sexo se torna lugar de sofrimento: disfunções, compulsões, bloqueios, repetições. A sexualidade, longe de ser uma experiência livre, carrega marcas de traumas, repressões e narrativas herdadas. Freud nos ensinou que o recalque sexual é fonte central de neurose. Weil vai além: sugere que a dor nasce também da perda de sentido. Não basta liberar a libido — é preciso que ela encontre direção.

Ao espiritualizar o sexo, Weil não moraliza, mas ressignifica. Ele não nos impõe um padrão sagrado — ele nos convida a redescobrir o sentido do ato como um encontro, e não apenas uma descarga. Nisso, se aproxima de Jung, que via no erotismo uma via arquetípica de comunhão com o Self. O orgasmo, para Weil, é um vislumbre da totalidade — o momento em que ego e alteridade se dissolvem na experiência do Uno.


Uma leitura para quem ousa escutar o corpo como oração

Concluo esta análise reconhecendo que A Mística do Sexo não é leitura leve — é provocação. Ele exige a suspensão dos conceitos, e a disposição para o silêncio simbólico. Ele nos desarma das ferramentas clínicas convencionais e nos coloca diante de uma sexualidade que ora, que clama, que celebra.

É uma leitura difícil, sim — sobretudo para nós, psicólogos formados em teorias que se baseiam em estrutura, diagnóstico e intervenção. Mas talvez seja exatamente por isso que ela seja tão urgente.

Afinal, quantos de nossos pacientes — e quantas vezes nós mesmos — vivemos o sexo como anestesia, como ruído, como fuga? Pierre Weil não responde perguntas. Ele as devolve à nossa carne, à nossa história, ao nosso desejo. E nos convida a escutá-las em silêncio.

Porque talvez, no fim das contas, o sexo não seja apenas um ato — mas uma pergunta. E toda pergunta que nasce do desejo carrega algo de sagrado.



Sobre o autor

Abilio Machado é psicólogo clínico- institucional e hospitalar, com especialização em Psicanálise e abordagem integrativa. Apaixonado por simbolismo, espiritualidade e os enigmas do comportamento e do desejo, desenvolve pesquisas e ensaios sobre sexualidade, religiosidade e subjetividade contemporânea filosóficas e teológicas.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Aos 10 anos, posso escolher mudar de sexo?

 


Aos 10 anos, posso escolher mudar de sexo?

Por Abilio Machado 

Sentado no banco duro de uma recepção hospitalar, vejo uma criança com o uniforme da escola, os pés balançando porque não tocam o chão. Tem um celular nas mãos e parece saber mais de redes sociais que muito adulto. Mas, será que sabe mesmo sobre si?


A pergunta tem ecoado nos debates políticos, nas mesas de jantar, nos tribunais e nas igrejas:


> “Uma criança de 10 anos tem maturidade para decidir mudar de sexo?”




Vamos respirar fundo. Antes da ideologia, da militância, da polarização. Vamos ouvir a ciência e a alma da infância.


👁️ O olhar psicológico


Aos 10 anos, o cérebro ainda está em desenvolvimento. O córtex pré-frontal — responsável por decisões, planejamento e controle de impulsos — só amadurece plenamente por volta dos 25 anos.

A identidade, nesse estágio, é um campo fértil de experimentações: gosto disso hoje, mudo amanhã; sou corajoso numa hora, tímido na outra; um dia quero ser astronauta, no outro veterinário.


Na infância, a identidade de gênero pode ser sentida, questionada, mas ainda não é um território estável o suficiente para decisões definitivas. A confusão entre expressão de gênero (como se veste, se comporta) e identidade de gênero (como se sente) é comum — inclusive entre adultos.


O papel da psicologia não é reafirmar impulsos infantis como verdades absolutas, mas acolher, explorar com cuidado, e proteger da pressa e das pressões externas — inclusive dos próprios pais, escolas ou ativismos radicais.


🏛️ A crítica sociopolítica


Transformar a experiência de uma criança em bandeira política é perigoso. A direita grita “castração de crianças”; a esquerda responde com “liberdade de identidade”. Enquanto isso, as crianças ficam no meio, às vezes instrumentalizadas por agendas que pouco se importam com seu sofrimento real.


A indústria farmacêutica, os centros de cirurgia, o mercado da transição crescem. E não se pode ignorar que há interesses por trás da suposta “urgência” de medicar e intervir precocemente.


A escola, que deveria ensinar a pensar, às vezes ensina a se rotular. Pais, perdidos entre o medo de reprimir e o medo de errar, também cedem à pressa de dar um nome ao que às vezes é só um grito de identidade: "olhem para mim! Me vejam! Me aceitem!"


Numa sociedade onde crianças mal aprendem a lidar com frustrações simples, estamos permitindo decisões irreversíveis antes mesmo de elas poderem votar, dirigir, beber, casar ou trabalhar.


🤲 O que devemos, como sociedade?


Acolher, ouvir, proteger — mas sem precipitação.

Tratar com respeito, sim. Mas com responsabilidade.

O amor verdadeiro não diz "faça o que quiser agora", mas "estarei com você enquanto você cresce e descobre quem é".


Porque quem ama, não acelera o tempo da infância.


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#BitesPensantes #InfânciaNãoÉAgenda #IdentidadeComResponsabilidade #PsicologiaInfantil #GêneroComCuidado #PolíticaSemInfância #CriançaNãoÉBandeira #ReflexãoCrítica #CrescerÉProcesso #MaturidadeNãoSeImpõe

terça-feira, 15 de julho de 2025

A pedra e a promessa...

 REFLEXÃO DO DIA

“VOCÊ PODE FAZER ISSO, NÃO É MESMO?”



📖 PARÁBOLA 


“A PEDRA E A PROMESSA”


Certo dia, um jovem discípulo recebeu de seu Mestre uma pedra disforme e sem brilho. Com voz serena, o Mestre disse:

— Dentro dessa pedra existe uma estrela. Você pode libertá-la, não é mesmo?


O discípulo ficou em silêncio. Olhou para suas mãos frágeis e pensou em todas as vezes que falhou. Mas o Mestre apenas sorriu:

— Eu não lhe pediria isso se você não pudesse fazer.


Com lágrimas nos olhos e fé no coração, o discípulo começou. Cada golpe do cinzel parecia pequeno. Feriu suas mãos. E quando achava que nada mais conseguiria esculpir, lembrava-se da promessa do Mestre:

“Você pode fazer isso, não é mesmo?”


Anos depois, segurou enfim a estrela que antes estava oculta. E compreendeu: o Mestre nunca viu a pedra. Desde o início, Ele via apenas a estrela.


💬 REFLEXÃO


 “DEUS VÊ EM VOCÊ O QUE VOCÊ AINDA NÃO ENXERGA”


Muitas vezes nos sentimos como aquela pedra: imperfeitos, inacabados, incapazes. Mas o Pai Celestial e Jesus Cristo nos conhecem de verdade. Eles veem a “estrela” dentro de nós — nossa natureza divina e nosso potencial eterno.


Quando Cristo nos chama, seja para guardar um mandamento, cumprir um chamado, ou enfrentar uma provação, Ele está dizendo:

“VOCÊ PODE FAZER ISSO, NÃO É MESMO?”

Não porque somos perfeitos, mas porque Ele promete moldar-nos ao Seu lado.


Presidente Russell M. Nelson ensinou:


> “O SENHOR AMA O ESFORÇO, PORQUE O ESFORÇO TRAZ RECOMPENSAS QUE NÃO VÊM DE NENHUMA OUTRA MANEIRA.”


Élder Dieter F. Uchtdorf declarou:


> “COM O SALVADOR AO SEU LADO, VOCÊ PODE FAZER COISAS QUE JAMAIS IMAGINOU SER CAPAZ DE REALIZAR.”


E o Élder Jeffrey R. Holland completou:


> “DEUS CONHECE SUAS LUTAS. ELE VÊ O TRABALHO INVISÍVEL QUE VOCÊ REALIZA. E ELE SORRI, PORQUE SABE O QUE VOCÊ ESTÁ SE TORNANDO.”


Quando Cristo disser ao teu coração:

“VOCÊ PODE FAZER ISSO, NÃO É MESMO?”

Responda como Néfi:


> “EU IREI E FAREI.” (1 Néfi 3:7)


🙏 DESAFIO PRÁTICO:


QUANDO SE SENTIR QUE NÃO É CAPAZ, LEMBRE-SE: DEUS NÃO CHAMARIA ALGUÉM INCAPAZ. CONFIE MAIS NA VISÃO DELE SOBRE VOCÊ DO QUE NAS SUAS PRÓPRIAS LIMITAÇÕES. ORE. ESFORCE-SE. E SIGA. PORQUE, COM CRISTO AO LADO, VOCÊ REALMENTE PODE.


ÉLDER S.DIAS 


Seu DIA 😇🙏

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Você sabe quem foi Mary McLeod Bethune ?


 Era uma menina negra, tinha 12 anos.

Entrou na casa onde a mãe lavava roupas para brancos.

De repente, viu algo que nunca tinha visto: uma biblioteca.

Foi se aproximando, curiosa, como quem descobre um universo escondido.

Estendeu a mão para um livro. E então, a filha do patrão a deteve com uma frase que atravessaria a alma:


— “Você é negra. Negros não sabem ler.”


Aquela frase não a calou.

Aquela frase acendeu um fogo.

E mudou o rumo da sua vida.


Seu nome era Mary McLeod Bethune.

Nascida em 1875, na Carolina do Sul, filha de ex-escravizados, a 15ª de 17 irmãos.

Desde cedo conheceu o peso do trabalho — e da exclusão.

Mas naquele instante diante do livro — negado não pela lei, mas pelo racismo — ela entendeu:

O que separava negros de brancos não era a inteligência. Era o acesso à educação.


E então ela decidiu romper esse muro.


Caminhava 16 quilômetros por dia para estudar em uma escola para crianças negras.

Aprendeu a ler. E fez da leitura uma missão.

Ensinou os pais. Os irmãos. Os vizinhos. Os agricultores.

Batia de porta em porta como se a alfabetização fosse um ato de guerra silenciosa.


Foi a melhor aluna.

Ganhou bolsa de estudos.

Tornou-se professora.

E nunca mais parou.


Fundou sua própria escola em Daytona Beach, que viria a se tornar a Universidade Bethune-Cookman.

Ensinou em prisões. Formou professores. Levou educação aonde ela era proibida.

E mais do que ensinar, ela empoderava.


Levava seus alunos para tirar documentos.

Para conhecer sua história.

Para ocupar espaços.

Para exigir seus direitos.


Enfrentou o Senado. Debatia com presidentes. Escrevia manifestos.

Foi nomeada consultora presidencial em assuntos raciais por Franklin D. Roosevelt.

Na época em que ser mulher e negra era, para muitos, sinônimo de silêncio.


Mas Mary fazia barulho.

Barulho com ideias.

Barulho com livros.

Barulho com coragem.


Ficou conhecida como “A Primeira Dama da Luta”.

E não por vaidade — mas porque abriu caminhos antes que nomes como Rosa Parks ou Martin Luther King Jr. ousassem sonhar.


Estimam que tenha alfabetizado mais de 5.000 pessoas.

Mas se contarmos as que ela inspirou, libertou, despertou… seu impacto não cabe nos números.


Morreu em 1955, no mesmo ano em que uma costureira se recusou a ceder o lugar no ônibus.

Mary não viu esse gesto. Mas plantou cada raiz dele.


Porque quando uma mulher negra segura um livro —nem as correntes do passado, nem as leis da segregação, nem as vozes do preconceito são capazes de pará-la.


quinta-feira, 10 de julho de 2025

 O Peabiru dos Caiçaras e a História Arrancada dos livros nunca contada

 



O Peabiru dos Caiçaras e a História Arrancada dos livros nunca contada...


Muito antes das bandeiras, das caravelas e das versões oficiais dos livros de escola, já existia um povo que caminhava com os pés descalços sobre trilhas sagradas abertas pela mata. O Peabiru, caminho ancestral que cortava o continente sul-americano, ligando o Atlântico ao coração da América, passava pelo litoral paulista, cruzava serras e rios, e era mantido pelos Tupinambás — guardiões da terra, da cultura e da espiritualidade.


Nesse chão sagrado nasceu um povo invisibilizado, ignorado pela história oficial: o povo caiçara.

Fruto da união entre indígenas e europeus nos primeiros séculos da colonização, os Caiçaras foram os primeiros brasileiros natos.Não eram mais apenas índios aos olhos do colonizador, tampouco eram considerados parte da elite branca.Eram mestiços, rejeitados por ambos, e tiveram que criar o seu próprio mundo à margem do Brasil oficial.


Com saberes herdados dos Tupinambás e de seus ancestrais portugueses,os Caiçaras aprenderam a sobreviver da pesca, da agricultura, da construção de canoas, da cura com ervas e da observação dos ventos, das luas e das marés.Foram os primeiros a chamar esse pedaço de terra de lar. E mesmo assim, foram arrancados das páginas da história, como se nunca tivessem existido.


O Peabiru, que hoje está quase esquecido,foi trilhado por seus pés, suas cantigas, suas oferendas.Era mais do que estrada: era espinha dorsal de um Brasil ancestral,que os Caiçaras ajudaram a manter vivo.Mas em vez de reconhecimento, receberam o desprezo. Foram chamados de "atrasados",suas terras foram tomadas,suas tradições viraram folclore para turista ver, e suas vozes silenciadas em nome do “progresso”.


Mas a história não morre.Ela resiste no canto do remo,na fumaça do fogão a lenha, na canoa pintada à mão,nas rezas, no arcorce do instrumento,na memória das famílias sobreviventes,que ainda guardam os rastros do Peabiru no litoral do Brasil.


Os Caiçaras são o Brasil que o Brasil teima em esquecer.São raízes vivas,mistura original do que somos.Negar sua história é negar nossa própria origem.É tempo de reescrever o que nos roubaram — com verdade, com voz e com justiça.

O rato !

 


PARA REFLETIR

Um rato, espiando por um buraco na parede, observa o fazendeiro e sua esposa abrirem um pacote.  Ele ficou com medo de ver que era uma ratoeira.  Ele correu para o quintal para avisar a todos:

"Tem uma ratoeira em casa!"  A galinha que estava cacarejando e cavando diz para ele: "com licença senhor rato, entendo que é um grande problema para você mas não me faz mal nenhum", então ele foi até o cordeiro que disse a mesma coisa : "com licença senhor rato mas acho que não posso fazer nada além de orar por você", o rato foi até a vaca e ela disse: "mas estou em perigo? Acho que não" disse a vaca e o rato voltou para casa, preocupado e abatido por enfrentar a ratoeira do fazendeiro.

Naquela noite ouviu-se uma grande comoção vinda do local da ratoeira, a mulher correu para ver o que havia acontecido.  Na escuridão ele não viu que a ratoeira pegou o rabo de uma cobra venenosa.  A cobra veloz picou a mulher, o fazendeiro imediatamente a levou ao hospital e ela voltou com febre alta.

Para confortá-la, o fazendeiro preparou uma sopa para ela, pegou a faca e foi procurar a galinha;  Como a mulher não melhorou, amigos e vizinhos vieram visitá-la, o fazendeiro matou o cordeiro para alimentá-los, a mulher finalmente morreu e o marido vendeu a vaca ao matadouro para cobrir as despesas do funeral.


Da próxima vez que alguém te contar o seu problema e você achar que isso não te afeta porque não é seu e você não presta atenção nisso, pense duas vezes, quem não vive para servir não é bom para viver.  O mundo não é mau por causa do mal dos maus, mas por causa da indiferença dos bons.

Portanto, quando alguém precisar de você para resolver seus problemas, procure-o ou pelo menos dê-lhe uma palavra de encorajamento.



quarta-feira, 9 de julho de 2025

Cota de Sombra: Epifania Silênciosa do Homem Sentado” - da série O Homem Sentado no Banco da Igreja



Cota de Sombra: Epifania Silenciosa do Homem Sentado”


Sentado no fundo de um ônibus velho, o homem segura um livro que não lê.
O vidro embaçado lhe devolve um rosto que ele mal reconhece.
Lá fora, prédios passam. Lá dentro, os pensamentos crescem como fungos na sombra.
Sem querer, lembra de um texto. Não sabe mais se leu ou sonhou com ele.
Mas naquele instante, entre uma freada e outra, o ensaio inteiro se ergue dentro dele, como quem se cansa de morrer calado.


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A Morte em Suaves Cotas: Um Ensaio Crítico sobre o Cotidiano que Adormece, Inspirado em Martha Medeiros

"Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos..."

Durante anos, esse verso foi erroneamente atribuído ao poeta chileno Pablo Neruda, o que o alçou a um prestígio literário internacional que já lhe pertencia por méritos próprios — mas não pela caneta de Neruda, e sim pela pena afiada da brasileira Martha Medeiros. Reconhecer essa autoria é mais do que um gesto de justiça literária; é também uma oportunidade de refletir sobre como a poesia popular e reflexiva pode cruzar fronteiras, ganhar vida própria e revelar os sintomas de uma sociedade adoecida pelo automatismo.


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O Cotidiano que Mata: Psicologia da Estagnação

O texto alerta para uma forma de morrer que não envolve o fim biológico, mas a corrosão silenciosa da vitalidade. Repetir os mesmos caminhos todos os dias, sem questionar, sem renovar o olhar, é deixar de viver de fato. Psicologicamente, trata-se de um processo de repressão do impulso criativo e de negação do desejo, como apontam autores da psicologia existencial e humanista.

Na lógica neoliberal contemporânea, a repetição é muitas vezes confundida com disciplina. Mas quando não está aliada à consciência, torna-se aprisionamento. A “morte devagar” acontece quando o sujeito se reduz a um papel funcional, abdicando de sua potência criativa, de sua capacidade de se reinventar.


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A Televisão (e Agora as Telas) como Mestres Espirituais

Martha aponta com ironia: "morre lentamente quem faz da TV seu guru." Hoje, podemos estender esse verso à tirania do feed infinito, à dependência das redes sociais como fonte de validação, distração e orientação moral. O “guru eletrônico” já não é apenas a televisão, mas um algoritmo invisível que molda desejos, opiniões e até afetos.

Esse fenômeno revela uma dependência da cultura de massa que atravessa o plano psicológico e se instala como alienação. Em vez de pensar, consumimos pensamentos prontos; em vez de sentir, reagimos a estímulos fabricados. E, assim, morremos — de forma socialmente aceita, mas espiritualmente estéril.


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O Silêncio do Amor-Próprio e a Ilusão da Autossuficiência

"Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar." Essa linha toca uma das feridas mais profundas da sociedade contemporânea: o culto à autossuficiência e o tabu da vulnerabilidade. Vivemos em um tempo em que o individualismo é exaltado, mas em que as pessoas sofrem, em silêncio, pela falta de afeto, escuta e acolhimento.

Na clínica psicológica, observa-se que muitos adoecem justamente porque não sabem — ou não se permitem — pedir ajuda. A vergonha, o orgulho ou o medo da rejeição selam o sujeito em um cárcere interno. O amor-próprio, então, não é um luxo emocional, mas uma condição de sobrevivência saudável. Sem ele, qualquer crítica se torna sentença. Qualquer fracasso, uma identidade.


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Reclamar é Existir?

Outro alerta de Martha Medeiros é contra a vitimização crônica: "morre lentamente quem passa os dias reclamando do seu azar ou da chuva incessante." Aqui, ela não nega o direito à dor ou à crítica, mas chama atenção para a postura passiva diante da vida. Reclamar pode se tornar um mecanismo de defesa contra a mudança, uma forma de permanecer na zona de conforto, ainda que desconfortável.

Sob o ponto de vista sociopolítico, essa queixa permanente está associada a uma cultura de desresponsabilização emocional. Reclamamos do sistema, dos outros, das circunstâncias — mas esquecemos de nos perguntar: o que estamos dispostos a fazer para mudar? O que ainda está ao nosso alcance?


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Viver Dá Trabalho — e Isso é Maravilhoso

"Estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples fato de respirar." Essa frase não apenas fecha o poema com vigor, mas sintetiza sua proposta: a vida plena requer presença, intencionalidade e esforço consciente. Não se trata de viver sob pressão constante, mas de não sucumbir ao piloto automático.

Em tempos em que a produtividade é exaltada acima da humanidade, lembrar que viver é mais que funcionar é um ato revolucionário. É recusar a robotização emocional. É sustentar a sensibilidade num mundo que constantemente a anula.


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Uma Nota sobre a Autoria e sua Relevância

O fato de esse texto ter sido erroneamente atribuído a Pablo Neruda por tantos anos não é irrelevante. Ao contrário, ele revela como a assinatura de um nome “canônico” muitas vezes legitima um conteúdo que, por si só, já é poderoso. Esse caso nos ensina a valorizar vozes femininas, brasileiras, contemporâneas — como a de Martha Medeiros, que traduz com precisão a agonia silenciosa de uma sociedade apática e a necessidade urgente de reaprender a viver.


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Conclusão

“A Morte Devagar” é um grito sutil contra a resignação. É um manifesto íntimo, cotidiano e profundamente político. Ao recuperar o texto com sua verdadeira autoria, reconhecemos não só o talento de Martha Medeiros, mas também a força transformadora da escrita que se atreve a diagnosticar e propor cura. Que não morramos, pois, em suaves cotas. Que nos esforcemos, um pouco a cada dia, para viver com verdade.


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reflexão final:

O ônibus para.
Alguém desce. Ele não.
Mas ao invés de seguir até o ponto final, aperta o botão de parada.
Sai duas quadras antes.
Olha o céu. É o mesmo. Mas ele não é mais o mesmo.
Talvez viver seja isso: sair antes do destino costumeiro.
Só para lembrar que ainda pode escolher.


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Observação:

✅ Esclarecimento sobre a autoria:

O poema conhecido como "Morre lentamente..." ou "Muere lentamente..." não foi escrito por Pablo Neruda, apesar de sua ampla circulação na internet com esse crédito.

A verdadeira autora é a escritora e jornalista brasileira Martha Medeiros.

Esse equívoco é um dos mais famosos casos de atribuição incorreta na literatura contemporânea digital, o que levou inclusive à publicação de notas oficiais por estudiosos da obra de Neruda e veículos de imprensa.


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📚 Fontes que confirmam a verdadeira autoria:

O poema “A Morte Devagar” aparece em diversas publicações de Martha Medeiros e foi publicado originalmente em crônicas.

A Fundação Pablo Neruda (no Chile) já desmentiu publicamente a autoria atribuída erroneamente ao poeta.

A Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes e sites literários confiáveis não reconhecem esse texto na obra original de Neruda.



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Trecho típico do texto comumente circulado:

> "Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos..."



Este e outros versos do mesmo poema fazem parte do texto "A Morte Devagar", de Martha Medeiros, e não constam em nenhuma das obras publicadas de Neruda em vida ou postumamente.