“Ela gostava de caminhar sozinha, principalmente nos fins de tarde, quando o céu ganhava cores que pareciam pintadas à mão. Ele andava distraído, sempre com os fones no ouvido e o coração sem direção.
Se encontraram num acaso que parecia roteiro. Um tropeço, um pedido de desculpa, um sorriso meio tímido, e o tempo — por algum motivo estranho — decidiu parar ali. Só por uns segundos, mas foi o suficiente. Ela notou o jeito como ele olhou, como se já a conhecesse de outra vida. E ele percebeu o jeito que ela sorria, como se tivesse sol nos lábios.
Depois disso, vieram os cafés demorados, as conversas que varavam a madrugada, os silêncios que não pesavam. Descobriram que gostavam das mesmas músicas tristes, mas também dos mesmos filmes bobos. Que tinham medo de perder o que ainda nem tinham direito. Que carregavam cicatrizes parecidas, mas em lados opostos do peito — como se tivessem sido feitos para se completar.
Com o tempo, os passos se alinharam. Os planos começaram a se parecer. E, mesmo com os tropeços da vida, aprenderam a não soltar as mãos nos dias de vento forte.
Ela, com sua poesia discreta. Ele, com seu jeito torto e sincero. Se encontraram, finalmente. E o amor deles não foi daqueles que gritam ao mundo — mas daqueles que florescem no silêncio de um abraço apertado, no cheiro da pele, no olhar que não precisa de palavra alguma.
Porque o amor, quando é de verdade, não precisa provar. Ele só precisa acontecer.”
❤️🩹
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