"Aos Enfermeiros do Bom Velhinho"
Dia 12 de maio. No calendário lá do Polo Norte, essa data tem um brilho especial — mais do que as luzinhas de Natal. É o Dia do Enfermeiro. E como bom Papai Noel em auxílio doença ainda não aposentado em tempo integrall (sim, eu também mereço um descanso), não podia deixar passar essa data em branco, ou melhor, em algodão-doce, como os cabelos da maioria das enfermeiras e enfermeiros que já me socorreram nas minhas quedinhas de trenó, dos meus infartos, cirurgias, bem como do tratamento do câncer e outras patologias que sou acompanhado.
Hohohohoho...eita velhinho dodói... já ouvi na UTI: _ o senhor de novo? Ou _ lembra de mim, cuidei do senhor na enfermaria tal... E muitos outros comentários, daria um livro muito, muito longo.
Mas hoje quero falar de alguns em especial. Não têm gorro vermelho, mas têm coração gigante. Não distribuem presentes, mas distribuem esperança, curativos e broncas doces (outras nem tanto). Tem nome de herói discreto: enfermeiro(a). Mas, pra mim, tem nome e sobrenome: gratidão eterna.
Ao longo dos anos, enquanto eu me ocupava com listas de presentes, renas desobedientes e cartas que chegavam até em mandarim, tinha alguém cuidando de mim. A cada dor, cada crisezinha, lá estavam eles — com seu olhar firme, sua paciência quase mágica e aquele jeitinho que mistura técnica com afeto, como quem aplica carinho em forma de injeção (às vezes literalmente).
Nunca entendi como conseguem. Trabalham noites, viram madrugadas, aturam velhinhos rabugentos (eu incluso), e ainda têm força pra sorrir e perguntar: “Tá se sentindo melhor, seu Abilio?”. Me sentia melhor só de ouvir.
Hoje, no dia delas (e deles também!), venho com minha melhor roupa vermelha — nem que seja só pra escrever esse agradecimento. Enfermeira querida, obrigado por cuidar de mim, mesmo quando eu resmungava mais que a rena Rudolph gripada. Obrigado por não desistir de mim, nem quando eu queria fugir da balança. Obrigado por enxergar o ser humano por trás da barriga de Papai Noel.
Que seu dia seja repleto do que você oferece ao mundo: acolhimento, força e um amor que não cabe numa receita médica.
E se um dia bater o cansaço, lembre-se: até Papai Noel precisa de ajuda pra entregar os presentes. E você, com seu jaleco branco e sua alma generosa, tem entregado presentes invisíveis todos os dias: vida, esperança e cuidado.
Feliz dia, meus enfermeiros. Vocês são meus presente eterno.
Com gratidão e um ho-ho-ho emocionado,
Papai Noel Abilio Machado
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