Estou sentado a beira da cama, depois de escrever esta crônica, reflito sobre as palavras brotadas e ainda preciso de um tempo, receio mais vezes para me recompor da revelação deste ímpeto produtivo literal... Espeto que goste, comente e compartilhe...
“E Deus Disse: ‘É Bom’ — Mas Eu Não Me Sinto Assim”
Deus foi criando o mundo como quem monta quebra-cabeça de mil peças sem olhar a imagem da tampa. Céu, mar, planta, bicho, homem. E a cada coisa feita, Ele olhava, cruzava os braços divinos e dizia: “É bom.”
“É bom.”
Só isso. E a criação continuava. O sol queimando, o leão rugindo, a mulher sendo formada de uma costela — e não de qualquer costela, mas da costela de alguém que acabara de ser esculpido do barro, como se fosse arte moderna feita com toque de eternidade.
Aí você, o homem no banco da igreja (e agora talvez de pé no corredor ou de volta pro sofá com café), pensa:
“Tá, Deus disse que é bom… mas por que eu não me sinto bom?”
Porque tem dia que a gente acorda sentindo o contrário do Gênesis. A alma inchada. O espelho virado em profecia negativa. Tudo parece defeituoso. A pele tem mancha, o salário é curto, o coração é raso, o pensamento é sujo.
“Bom”, o cacete.
Só que aí entra a pegadinha divina. Porque Deus não disse que você ia se sentir bom o tempo todo. Ele disse que você é.
Ele olhou pra você — ainda em fase beta, sem filtro, sem currículo, sem igreja, sem cargo — e disse: “É bom.” Antes do pecado, antes do trauma, antes das merdas todas. Antes da vergonha. Antes da comparação.
E isso, meu amigo, continua sendo verdade.
Só que a gente vive como se precisasse reconquistar a aprovação d’Ele. Achamos que Deus é tipo gerente de RH do céu, olhando currículo espiritual:
– “Hum, faltou jejum esse mês.”
– “Só 4 capítulos da Bíblia lidos? Tá fraco.”
– “Orando com o celular na mão? Preguiçoso.”
Mas não. Deus continua olhando com olhos de criação. Ele ainda vê barro com valor. Gente com furo, mas com fôlego.
O problema é que a gente aprendeu a se avaliar pelo feed. Se fulano é mais bonito, mais crente, mais feliz. Só que fulano também chora de madrugada. Só não posta.
A verdade brutal é essa: a sensação de ser “bom” nem sempre vem. Mas o rótulo que Deus colocou permanece.
Você é bom. Mesmo quando se sente lixo. Mesmo quando tropeça, briga com quem ama, vê pornografia escondido, mente com sorriso no rosto e depois ora pra não ir pro inferno.
Ainda assim… é bom.
Porque a bondade não é a sua. É d’Ele. E Ele carimbou você com isso desde o Gênesis. E Deus não se arrepende do que criou.
O homem no banco da igreja levanta a cabeça. Não porque o louvor começou. Mas porque entendeu uma coisa: ser bom, na lógica divina, não é ser perfeito. É ser amado desde sempre.
E isso já muda tudo.
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