sábado, 10 de maio de 2025

SOB A SOMBRA DAS LANÇAS - 10 de maio Dia da Cavalaria

 


 "Sob a Sombra das Lanças"

Por Abilio Machado 

Hoje é Dia da Cavalaria. Uma data que não galopa apenas pelo calendário, mas pela memória viva do Brasil, gravada a cascos e aço nos campos da nossa história. Celebrar a cavalaria é mais do que relembrar o som ritmado dos cavalos marchando — é reconhecer uma tradição de coragem, honra e paixão que atravessou séculos.

Foi com a cavalaria que o Brasil desbravou suas fronteiras, nos tempos em que mapas ainda eram riscos incertos sobre o papel. Pelos pampas do Sul, pelas serras de Minas, pelas planícies do Centro-Oeste, lá estavam os homens montados, lanças em punho, conduzindo mais do que batalhas: defendendo ideais.

Nomes como o do marechal Manuel Luís Osório, patrono da arma de cavalaria, ressoam como lendas. Não pelo brilho de medalhas, mas pelo suor, pelo barro nas botas, pela fidelidade a um povo e a uma pátria em construção. Ele não foi apenas um combatente; foi um símbolo de bravura, que cavalgou não apenas contra inimigos visíveis, mas também contra as incertezas de um país jovem que ainda procurava seu próprio rumo.


A cavalaria brasileira foi protagonista em muitos momentos decisivos — da Guerra do Paraguai à Revolução Constitucionalista, da defesa das fronteiras ao patrulhamento das estradas da paz. Homens e mulheres que carregam em si o amor pelo cavalo, pelo companheirismo e pelo senso de dever que não se curva diante do medo.


Mas a cavalaria também é paixão. Quem já esteve num regimento sabe: não se trata apenas de técnica militar, mas de alma. Cada cavalo é um parceiro, um irmão de batalha, com quem se cria laços que o tempo não desfaz. É uma dança silenciosa entre ser humano e animal, guiada por confiança mútua e respeito.

E se hoje, em tempos de tecnologias e satélites, ela parece menos presente nas linhas de frente, sua essência continua pulsando. Porque a cavalaria não é feita só de espadas ou fardas. Ela é feita de espírito. De valores que não se perdem com o tempo: lealdade, coragem, honra e a eterna prontidão de servir.

Neste 10 de maio, celebremos com reverência os cavaleiros e amazonas do Brasil. Que sua história não seja apenas lembrada, mas vivida — como um galopar firme rumo ao futuro, sem jamais esquecer as marcas deixadas no passado.



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