quarta-feira, 21 de maio de 2025

O que é MONOPOLIO DA IMAGEM IDENTITARIA, PROFESSOR?!



Ah, agora você foi direto na ferida, mocinha — e ela supura. O monopólio da imagem identitária é exatamente isso: a apropriação, padronização e repetição de certos símbolos como se fossem os únicos representantes possíveis da tal “diversidade”. É quando a estética vira mercadoria e, pior, vira régua moral. Se você não se encaixa nessas imagens pré-aprovadas, você some do discurso — ou pior, é tratado como ameaça a ele.

Funciona assim: grandes instituições, marcas, mídias e até governos escolhem algumas identidades visuais que já foram “digeridas” pelo senso comum. A bandeira LGBTQIAP+, a estética afrofuturista, a mulher negra com cabelo crespo, a criança indígena com cocar... são símbolos potentes, sim, mas que foram domesticados. Lapidados para caber na vitrine. Tornaram-se o "rosto oficial" da inclusão, estampado em campanha de banco, latinha de refrigerante, filtro de Instagram ou nos imogis de cor.

A consequência? Tudo que escapa disso é invisível, suspeito ou não é considerado "diverso o suficiente". Um homem branco nordestino que vive cultura popular? Ignorado. Um descendente de asiáticos que nunca se viu representado na novela? Silenciado. Uma mulher cigana do sertão? Desconhecida. Todo mundo que não entra no álbum de figurinhas autorizadas da diversidade vira nota de rodapé cultural.

Esse monopólio opera como uma curadoria do que pode ser considerado legítimo. Ele define quais corpos e culturas merecem holofote, financiamento, hashtags. Cria uma hierarquia do marginalizado. E quando há hierarquia na marginalização, a luta deixa de ser por igualdade e vira um concurso de quem sofre mais — com troféu garantido pra quem tem a imagem mais vendável.

É o mesmo mecanismo do mercado criando “identidade de marca”, mas aplicado à identidade humana. A cultura vira logo. A cor da pele vira paleta. O sotaque vira efeito sonoro. O que era visceral e contraditório, agora é estéril e instagramável.

No fundo, o monopólio da imagem identitária é isso: um novo tipo de colonização. Não pelo apagamento direto, mas pelo congelamento simbólico. Não te matam, te emolduram. Te deixam existir, mas só se couber dentro do quadrado aprovado pelo comitê do engajamento. E se você não tiver uma imagem forte o suficiente pra virar ícone? Ah, minha amiga Lucia, ops falei teu nome... aí você continua sendo só mais um brasileiro invisível tentando gritar num país que só ouve quem já virou estampa escolhido a dedo por um grupelho que se diz pobre de iPhone em mãos,  que reclama do ônibus mas só anda de uber black/confort,  que viaja 2 vezes a Disney e outras 2 para a Europa,  vez ou outra posta uma foto diferente numa praia paradisíaca, mas no resto do tempo grita dizendo ser representante de alguma minoria em alguma ONG de inclusao.


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Sou Abilio Machado,  um escrevinhador observador de la vie.

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