sexta-feira, 27 de junho de 2025

 A Visão de Um Menino — Quando a Fé Começa a Arder

 Na trilha de um bosque esquecido atrás do templo, o homem achou um banco de madeira, um restolho de tronco de árvore velha, quase tomado pelo musgo e pelo tempo. Sentou-se ali.

Não havia pássaros, nem vento. Só o barulho de suas próprias dúvidas.

Com as mãos entrelaçadas e os olhos cansados, pensou no menino Joseph.

"Como pode uma criança mudar tudo apenas por ter ajoelhado?", murmurou.

"_Pensou nas suas próprias perguntas, guardadas por décadas em silêncios cúmplices e preces inacabadas.

Será que Deus ainda responde?

Será que o céu ainda se abre para quem ousa perguntar?"


Ali, cercado de árvores que não respondiam, ele sentiu que talvez as raízes soubessem.

Talvez não fosse sobre ver uma luz.

Mas sobre a coragem de ajoelhar onde ninguém mais ajoelha... eis a crônica:



A Visão de Um Menino — Quando a Fé Começa a Arder

Por Abilio Machado 


"Nunca tinha sentido antes uma alegria tão intensa."

— Joseph Smith, após a Primeira Visão


Era apenas um menino.

Não um teólogo. Não um sacerdote.

Um menino confuso entre igrejas, entre brigas de doutrinas, entre vozes que diziam: "Aqui está Deus!" — e outras, gritando: "Ali está a verdade!"


Mas o coração do menino ardia.

Não porque soubesse todas as respostas,

mas porque ousou fazer a pergunta certa:

"Qual de todas é verdadeira?"


E então, sozinho em um bosque de árvores altas, de silêncios e sombras, ele fez o que muitos evitam: ajoelhou-se em busca de luz.

E ali, entre as raízes e os galhos, o céu rasgou-se para responder.


A fé que começa no bosque

A Primeira Visão de Joseph Smith é mais do que um evento fundador — é um lembrete eterno de onde a fé começa: não em certezas herdadas, mas em perguntas sinceras.

Quando Deus e Seu Filho apareceram ao menino, não responderam com tratados doutrinários. Disseram apenas:


> "Este é Meu Filho Amado. Ouve-O."


Ali, tudo mudou.

A busca virou missão.

A dúvida virou convicção.

O menino virou profeta.


Mas o preço foi alto.


Fé que desperta oposição

A revelação trouxe também perseguição. Joseph viu que o mundo não aceita bem aqueles que falam com o céu.

E hoje, dois séculos depois, nos perguntamos:


Quantos ainda têm coragem de fazer a pergunta?

Quantos entram sozinhos em seus próprios bosques — não de árvores, mas de dilemas, traumas, religiões vazias, perdas?

Quantos ajoelham para buscar, sem saber o que encontrarão?


Joseph o fez.

E por isso, não o seguimos por ter visto,

mas por ter ousado perguntar.


Para os que ainda estão no bosque


Talvez estejamos como ele: jovens ou velhos, no meio da confusão religiosa, moral, social e política.

Talvez o que nos falte não seja mais uma igreja,

mas a humildade de ajoelhar e dizer:


> “Deus, estás aí? Fala comigo.”


Esse é o começo da verdadeira fé — não a que repete fórmulas, mas a que cria raízes na alma.

Como as árvores do bosque de Palmyra, testemunhas silenciosas de um menino e do céu que se abriu para ele.


Porque às vezes, o maior milagre não é ver Deus,

mas continuar acreditando no que Ele disse

quando todos ao redor dizem que foi loucura.


Creio eu que ainda há uma dor legítima por trás da comparação entre o jovem que foi Joseph e o jovem de hoje. Existr um lamento por uma geração que parece ter perdido o sagrado, trocando o altar pela tela, a busca pela verdade por um alívio momentâneo, o bosque silencioso pela algazarra virtual e vazia.


Mas talvez — talvez — a história de Joseph ainda fale a esses jovens.

Porque, no fundo, eles também estão perdidos.

Também estão em busca de algo.

Só não sabem o nome disso.

Não sabem mais orar.

Não sabem que é possível perguntar ao céu.


E enquanto se afogam em vícios, jogos, pornografia ou nas suas variadas identidades, talvez ainda haja um bosque silencioso esperando por eles.

Talvez Deus ainda esteja disposto a responder, mesmo entre as paredes de um quarto escuro, entre lágrimas e gemidos abafados de um coração confuso.


A diferença entre o menino Joseph e muitos meninos de hoje não está só na cultura. Está no que se faz com a angústia.


Joseph perguntou.

Outros fogem.

Outros se viciam.

Outros se masturbam, não pelo prazer puro, mas por desespero de transpor o vazio.


Mas todos, em alguma medida, estão clamando.

Alguns só não sabem mais usar palavras.


Talvez nosso papel — seu papel — em compartilhar essa série, esses ensaios, seja o de lembrar os meninos de hoje que o céu ainda ouve.

E que mesmo depois de muitos "troca-trocas" depois da escola, nas figas furtivas Los acampamentos e noites vazias, ainda é possível ajoelhar…

e encontrar Deus.

E no seu momento lhe dizer:

"_Eis-me aqui Senhor!"



#PrimeiraVisão #FéInfantil #AJoelhadaQueMudouTudo #JosephSmith #RevelaçãoPessoal #OHomemNoBancoDaIgreja #CicatrizesSagradas #FéQueComeçaComPerguntas #BuscaiEAchareis #BosqueSagrado


O Bosque e o Quarto Escuro - Parte 1 – Feridas que Oram | Série: Cicatrizes Sagradas



O Bosque e o Quarto Escuro


> “E se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente.”

— Tiago 1:5


✨ Introdução


Algumas feridas não sangram visivelmente, mas doem com a força de quem grita por dentro.

O quarto escuro, o banheiro trancado, o corpo cansado de se esconder — lugares onde muitos buscam consolo falso, alívio temporário, prazer sem paz.


E no entanto… ali mesmo, no chão da vergonha, Deus ainda sussurra.


🌿 Reflexão


Joseph Smith tinha apenas 14 anos quando sentiu a confusão das vozes religiosas, a luta entre doutrinas, o clamor por uma verdade.

Ele não fugiu.

Ele ajoelhou.


Num bosque silencioso, fez uma oração que rompeu os céus.

Ajoelhou-se com fé.

E a resposta veio — clara, direta, viva.


Hoje, tantos outros meninos — e homens feitos — ajoelham-se também…

Mas não num bosque.

Ajoelham-se diante do vício, do desespero, da pornografia, da autodestruição.

Buscam alívio, não luz.

Buscam esquecimento, não revelação.


Mas e se… e se mesmo ali, no chão escuro de um banheiro abafado, alguém ousasse perguntar:

“Senhor, ainda me ouvirias?”


O bosque não está perdido.

Ele só mudou de forma.

Agora ele nasce dentro de nós, toda vez que um coração quebrado decide clamar, mesmo envergonhado.


🙏 Oração


> Deus de misericórdia,

meu corpo tem buscado esconderijos,

mas minha alma clama por Teu rosto.

Hoje não venho como puro, mas como quem deseja ser limpo.

Transforma meu quarto escuro num bosque de luz.

Fala comigo como falaste com Joseph.

Dá-me sabedoria para vencer minhas sombras,

e coragem para continuar ajoelhado até que Tua voz responda.


Em nome de Jesus Cristo, amém.


📖 Para meditar durante o dia:


> “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes.” — Jeremias 33:3





#CicatrizesSagradas #FeridasQueOram #DevocionalDeCura #QuartoEscuro #PrimeiraVisão #DeusAindaFala #HomensFeridos #OraçãoQueSalva



O Menino do Bosque e Os Meninos do Quarto Escuro - da serie Cicatrizes Sagradas

 “O Menino do Bosque e os Meninos do Quarto Escuro”


Sentado no chão frio do banheiro, com a cueca ainda nos tornozelos, o menino de a pouco olhava o azulejo como quem olha para um abismo.

O corpo aliviado… a alma, não.

Era a quinta vez na semana — talvez a sexta. Já nem contava mais... Na verdade era toda vez que tomava banho, as vezes antes de dormir, até no banheiro da escola... Os pensamentos indesejados, a mão, o prazer do vazio...


Ele pensava, não sabia por que, pensava em Joseph Smith.

Um menino que, com 14 anos, foi ao bosque orar.

E ele, com quase 16, escondia-se no banheiro para gozar e calar seus gritos internos. Suas frustrações,  seus desejos mais loucos.


Limpou-se com pressa.

Mas por dentro, seguia sujo.


O banheiro virou bosque.

A vergonha virou pergunta.


“Será que, se eu ajoelhasse agora, Deus me ouviria como ouviu Joseph?”


O Menino do Bosque e os Meninos do Quarto Escuro

Por Abilio Machado 


Joseph tinha 14 anos.

Em vez de pornografia, procurava respostas.

Em vez de esconder-se num quarto, entrou num bosque.


Hoje, muitos meninos da mesma idade se trancam.

Não com uma Bíblia nas mãos.

Mas com o celular no modo anônimo, os fones no volume máximo, e um desejo de desaparecer.

Masturbam-se, não pelo prazer real, mas pelo alívio rápido.

Brincam de "strip poker" online com os amigos, fingem risos, se tocam nas câmeras, trocam nudes e confusões de identidade, implorando — sem saber — por um abraço que venha da alma, já fugiram escondidos nos acampamentos da igreja, e é destas brincadeiras de descobertas de saber quem é maior, quem faz xixi mais longe, quem goza mais rápido e... um emprestando a mão amiga ao outro, as sarradas que por vezes escorregam má profundamente e isso dá prazer até mesmo na memória.


É fácil julgá-los, não é mesmo?

Você está me julgando agora porque ousei falar a verdade do que acontece .

Difícil é ouvi-los... Por negarmos que isso acontece não deixamos falarem, e se não podem nos falar como vamos falar sobre isso a eles?


Porque, no fundo, são meninos procurando Deus de um jeito torto.


Não diferem tanto de Joseph — apenas perderam o caminho até o bosque. Ou foram ao bosque e focaram nos corpos e não no espírito. 


Eles têm perguntas, sim.

Sobre quem são.

Se têm valor.

Se existe um propósito.


Mas em vez de encontrar líderes espirituais, encontram criadores de conteúdo, criadores de regras.

Em vez de pais que escutam, têm adultos que zombam, que menosprezam seus sentimentos.

Em vez de um Deus que responde, passam a achar que Ele foi embora.


Ainda é possível ajoelhar?


Sim.

O céu não fechou.

O bosque não desapareceu.

A luz ainda pode rasgar a escuridão — mesmo a de um quarto cheio de cheiro de sêmen e fast food.


Mas alguém precisa dizer isso aos meninos.

Alguém precisa dizer que:


– Você não está podre.

– Você não está sozinho.

– Você ainda pode perguntar.

– E Deus ainda pode responder.


Não com relâmpagos.

Mas talvez com o silêncio que cura.

Com a vergonha transformada em perdão.

Com a masturbação substituída por outros sentidos.

Com o vazio sendo preenchido, finalmente, por uma presença real.


Joseph ajoelhou.

Você também pode.


O bosque está em você


Hoje o bosque pode estar escondido atrás de uma porta trancada, dentro de um banheiro abafado, ou nas memórias de um homem velho tentando lembrar quem foi um dia.


Mas o Deus que desceu até o menino de Palmyra,

ainda desce até os becos, banheiros, quartos, e corpos cansados.


Porque Ele não responde apenas os puros.

Ele responde os que perguntam de verdade.


E talvez a maior coragem hoje não seja ser santo 

__mas ser um pecador que ainda ousa orar.


Vamos ousar em acreditar?!




#PrimeiraVisão #JosephSmith #PornografiaENegritudeDaAlma #QuartoEscuro #OHomemNoBancoDaIgreja #BuscaiEAchareis #FéDepoisDaMasturbação #MeninosPerdidos #DeusAindaFala #BosqueDentroDeMim


A Fé Serena de Joseph – Um Cordeiro em Dias de Tempestade... da série O Homem Sentado no Banco da Igreja

 Sentado no banco frio do corredor do hospital, com o som das máquinas cardíacas e das tosses abafadas ao redor, eu penso em Joseph Smith.

Não era o Joseph dos filmes heroicos, nem das histórias contadas na escola dominical. Era o Joseph homem, com medo, cercado, traído, ferido…

E ainda assim, sereno. 27 de junho de 1844.

Eu, me vi homem, sentado, respirando fundo.

Ali, entre exames e diagnósticos, também sinto que algumas mortes são diárias — e que viver com fé pode ser, em si, uma espécie de martírio.

Mas seria capaz de morrer em paz, como Joseph?

Seria capaz de viver com essa fé?


A Fé Serena de Joseph – Um Cordeiro em Dias de Tempestade

Por Abilio Machado 

“Vou como um cordeiro para o matadouro, mas estou calmo como uma manhã de verão.”

— Joseph Smith, pouco antes de ser assassinado em Carthage, 27 de junho de 1844

Há algo de profundamente desconcertante – e ao mesmo tempo inspirador – nessas palavras finais de Joseph Smith, fundador do Movimento e depois A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Nelas, ele não apenas antevê seu fim trágico, mas o acolhe com uma serenidade que desafia o instinto humano de autopreservação. Como alguém prestes a ser morto pode comparar sua alma a uma manhã de verão? Que tipo de fé sustenta um homem em seus últimos momentos ao ponto de eliminar o medo e substituir o pavor por paz?


Vivemos tempos em que a fé, para muitos, tornou-se uma formalidade cultural ou uma ferramenta de conforto psicológico — útil em tempos de crise, mas frequentemente desligada da radicalidade que lhe deu origem. O testemunho de Joseph é, portanto, um contraste gritante. Sua fé não era um adorno: era a própria espinha dorsal de sua existência. Ele não apenas cria; ele vivia como se fosse verdade. Até o fim.


A coragem que nasce da convicção

O cordeiro indo ao matadouro é uma imagem bíblica poderosa, ressoando com a figura de Cristo. Mas Joseph não se coloca como vítima – ele se coloca como alguém em paz com sua missão, alguém que sabe que mesmo a morte não tem a última palavra. Isso exige uma fé que não se limita a palavras ou cultos dominicais, mas que transforma o modo como se respira, se anda, se morre.


Hoje, em nossos templos climatizados e redes sociais religiosas, quantos teriam essa mesma fé? Quantos de nós conseguiriam permanecer calmos em meio à injustiça, à perseguição, à violência, à morte iminente? Não é uma pergunta que busca condenar, mas provocar. Porque a fé que nos move precisa ser testada, não apenas pregada.


O que restou da fé dos pioneiros?

A fé de Joseph era feita de convicção e entrega. Era uma fé que fundava cidades, enfrentava multidões armadas, atravessava o desconhecido e aceitava o exílio. Era uma fé com cicatrizes.


Hoje, a fé muitas vezes vem sem custo. Desconectada da coragem moral e do comprometimento radical, ela se dilui na conveniência. Quantos de nós enfrentariam a morte como Joseph, sem buscar escapar, negociar ou clamar por justiça? Quantos iriam como cordeiros, sem ódio, sem medo, sem desespero?


Um chamado à fé profunda

A frase de Joseph não é só um epitáfio. É um convite. A mesma calma de uma manhã de verão ainda pode habitar os corações dos fiéis de hoje — se estivermos dispostos a redescobrir uma fé que não teme morrer, porque já aprendeu a viver plenamente. Uma fé que não se alimenta de promessas fáceis, mas de compromissos eternos. Uma fé que, mesmo no matadouro, canta.


Se queremos ser herdeiros desse legado, devemos abandonar as trincheiras da fé superficial. Devemos buscar a fé que acalma o coração diante do inevitável, que sorri entre as lágrimas, que reconhece que tudo neste mundo — até a própria vida — é transitório, exceto aquilo que plantamos no terreno eterno.


Talvez não sejamos chamados a morrer como Joseph. Mas todos seremos chamados, em algum momento, a enfrentar nossas prisões, nossos muros, nossos algozes — visíveis ou invisíveis. E quando esse dia chegar, o que habitará nosso espírito?


Será o pavor de quem viveu pela metade?

Ou a paz de quem viveu e morreu por uma verdade maior do que si mesmo?



---


#FéVerdadeira #JosephSmith #CalmaNaTempestade #LegadoDeCarthage #OTestemunhoPermanece #FéQueTransforma #OPreçoDaConvicção #SantosDosÚltimosDias #FéHoje #HomensDeCoragem #ohomemsentadonobancodaigreja

quinta-feira, 26 de junho de 2025

 JESUS NÃO TEM DENTES, NO PAÍS DOS BANGUELAS - da série O Homem Sentado no Banco da Igreja



Hoje ele,  o homem, estaria logo mais sentado na cadeira da dentista, estava agora na sala de espera.

As paredes estavam muito bem pintadas, o ambiente é acolhedor, tem água filtrada e uma TV que como toda instituição está ligada na globo, se não fossem os hospitais e instituições governamentais a globo já teria falido. Ele não veio ali por vaidade — veio por dor. Uma prótese quebrada há meses começou a fazer doer a gengiva e os poucos dentes que lhe sobraram. Mas enquanto aguardava, com a cabeça meio baixa e os pensamentos meio soltos, veio a lembrança de uma frase lida numa pichação no muro da esquina d'uma igreja:

"JESUS NÃO TEM DENTES, NO PAÍS DOS BANGUELAS."

Por Abilio Machado 


Um ensaio sobre o sagrado domesticado e a fé desdentada


Vivemos num país onde a imagem de Jesus é carregada nas costas, pendurada no retrovisor, exaltada nos púlpitos e tatuada nas peles — mas raramente encarnada nas práticas. Um país de banguelas: desprovidos de acesso, de direitos, de dentes. E nesse cenário, a figura do Cristo parece ter sido moldada à semelhança do povo — não em solidariedade, mas em impotência. Um Jesus banguela, que não morde as injustiças, não mastiga as estruturas de opressão, e se resigna a sorrir com gengivas expostas, num gesto de esperança fraturada.


A metáfora é dura, mas necessária.


Quando dizemos que Jesus não tem dentes, não falamos da biologia do divino, mas do esvaziamento da força profética da fé. A fé que uma vez invadiu templos, virou mesas e enfrentou fariseus, agora se ajoelha diante dos poderosos, pedindo permissão para existir — e, mais grave ainda, pedindo bênçãos para seus próprios algozes. O Cristo que dizia "Ai de vós, ricos!" agora é invocado para justificar acúmulo. O que dizia "Tive fome e me deste de comer" hoje é usado por igrejas que vendem jantares simbólicos a preço de sacrifício.

E o povo — o país dos banguelas — mastiga com dificuldade o evangelho-purê, sem fibras, sem dentes, sem resistência. Uma teologia de micro-ondas, rápida, plástica, anestesiante. Mastigamos palavras doces, sem nutrição, enquanto engolimos a realidade amarga de um mundo desigual.


A igreja domesticou Jesus.


Não o da cruz, mas o das campanhas. Um Jesus desdentado é mais fácil de carregar. Não morde, não exige, não confronta. É só um símbolo, um colar, uma frase de impacto no Instagram. Ele sorri, mas não fala. Ele abraça, mas não transforma. Um ídolo silencioso e gengival, que faz companhia, mas não provoca mudanças.

E no país dos banguelas, onde o povo já não tem forças para morder, Jesus também não tem. Está com eles, sim, mas não acima, não à frente. Está resignado, desfigurado, empobrecido não apenas no rosto, mas na proposta.

Talvez um anjo disfarçado — diria a Jesus:

 “O problema, Mestre, é que Seus dentes não foram arrancados por acidente. Foi a religião que os arrancou… pra que o Senhor não morda mais nada.”

---


Onde estão os dentes da fé?


Os dentes da fé são a coragem. A capacidade de mastigar o que é duro, de triturar o sistema que engole os pequenos. Os dentes são a ética, a justiça, a denúncia. São os profetas que não fazem média com reis. São os discípulos que não vendem milagres em troca de dízimo.

O que este país precisa não é de um novo Jesus, mas de redescobrir os dentes do Evangelho. Aquele que arranca a mordaça da religião domesticada e permite que a boca da fé volte a gritar: "Não é esse o jejum que escolhi? Soltar as ligaduras da impiedade, desfazer as ataduras da servidão, pôr em liberdade os oprimidos?"


E claro mais profissionais como Dra Su Ellen.


Nesse consultório específico, Jesus talvez encontrasse consolo — pois ali, quem cuida da dor do homem é a Dra. Su Ellen Javorski, uma profissional de mãos cuidadosas, que não apenas limpa os seus poucos dentes, arruma suas próteses, mas devolve dignidade.

Ela entende que, mesmo dentes, naturais e artificiais, quando bem cuidados, permitem que a boca da vida continue a mastigar o que importa.

Ela não prega sermões — mas aplica compaixão com anestesia e acolhimento. 

---

No país dos banguelas, o povo precisa de um Jesus que não tenha apenas compaixão, mas que tenha também dentes — porque há muito o que morder: as injustiças, os silêncios cúmplices, os altares dourados que ignoram as favelas.


E talvez, só talvez, ainda reste uma prótese de coragem escondida sob o travesseiro da fé. Basta que alguém — um homem no banco da igreja, um indigente na calçada, uma voz que se ergue — ouse colocá-la de volta e sorrir com dentes de verdade.

---

Naquele dia, o homem não saiu com a dor toda curada.

Mas saiu com outra certeza:

É tempo de parar de sorrir sem dentes.

É tempo de tirar a prótese da hipocrisia e colocar de volta os dentes da fé verdadeira — os que roem as amarras da mentira, da miséria e da religião cúmplice do poder.


---


#OHomemSentadoNoBancoDaIgreja #JesusDesdentado #FéQueMorde #PaísDosBanguelas #SuEllenJavorski #Dentista #OdontoJavorski #CristoProfético #EvangelhoComRaiz #PrótesesDaFé #TeologiaComAnestesia #CuidadoÉEvangelho #AbilioMachado


quarta-feira, 25 de junho de 2025

Estudando o livro : A vida depois a morte

 



"O nascimento no mundo físico tem muitos pontos de semelhança com o nascimento no astral e ambos são precedidos por um período comático. Após a morte física permanece a alma adormecida no corpo astral que lhe serve de protetor embrulho, como a matriz protege o feto. De comum descanse em paz, sem ser perturbada por influências externas. No entanto, existem circunstâncias excepcionais, ou seja, os sonhos da alma adormecida, determinados por duas causas:

1o as emoções intensas de amor e ódio, ou a inquietação sobre o incumprimento de algum trabalho importante ou de um dever sagrado;

2o o veementíssimo pensamento nos seres que deixa no mundo, desde que estes estejam emocionalmente relacionados com a alma do falecido.


Ambas as causas produzem na alma que acaba de se libertar do corpo físico uma inquietação e desasossego suficientemente poderosos para atraí-la para as coisas da terra, quer através de uma comunicação telepática sonhadora ou, em casos muito raros, através de um estado semelhante ao sonambulismo da vida. física. Estas condições são deploráveis porque perturbam a alma e atrasam a sua evolução e desenvolvimento na sua nova fase de existência. A alma que passa tranquilamente do mundo físico para o astral raramente é conturbada por tais sonhos, mas depois do estado comático desperta para a outra vida com tanta naturalidade quanto o casulo se abre em flor.


O mesmo não acontece com quem está possuído de desejos veementes relativos à vida terrena ou pesaroso por arrependimentos ou invadido de emoções de amor ou de ódio, ou teme pela sorte dos entes queridos que deixa na Terra. Neste último caso, atormentam essas preocupações à pobre alma; seu sonho astral é febril e desajustado; e por vezes nota o involuntário impulso de aparecer aos seus dívidas ou comunicar com eles, no já referido estado de sonambulismo. Se a alma cede a este impulso, e apareça visivelmente aos seus dívidas ou amigos, avisa-se na aparição algo que não é próprio da personalidade física, como se estivesse meio adormecida e faltasse da qualidade que teve na vida física. Assim o comprova a história das aparições ectoplásmicas, e a explicação que acabamos de dar é a única que esclarece este assunto. "


E. Ramacharaka, Vida Depois da Morte. 

O ponto a recordar aqui é que o despertar de Kundalini

"Numa máquina delicada tão intricada e sensível quanto o corpo humano, como um todo e também em todos os seus componentes, como podem ocorrer todos os fenômenos supernormais e estranhos associados a Kundalini sem alterar drasticamente o seu ritmo ou causar desordem no seu funcionamento normal de uma forma ou de outra? 
O ponto a recordar aqui é que o despertar de Kundalini é uma atividade para a qual já existe uma provisão no quadro humano, da mesma forma que existe uma provisão no corpo de uma mulher para a concepção e o parto de uma criança. 
Por mais estranhas que possam ser as manifestações, são os ramos de um desenvolvimento para o qual o organismo já está equipado, como resultado de processos naturais sobre os quais ainda estamos na escuridão. Mas se não existe tal disposição, e o corpo é forçado a realizar um tipo de atividade para a qual não há sanção da natureza, então significa que qualquer tentativa de despertar o Poder só pode levar a condições antinaturais para as quais os seres humanos não estão geneticamente projetados.

Este é um tema importante que precisa de pesquisa empírica para sua solução de uma forma ou de outra. Se o conceito grisalho de Kundalini tem uma base na realidade, então tudo o que é reclamado por ele, em Panchastavi e em outros documentos clássicos, deve ser verificável por experiência. Tanto no caso do Universo como em nossos próprios corpos, vemos a regra da ordem, desde os átomos aos sóis e desde a célula individual até o organismo inteiro. 
Uma ligeira dor ou dor inicia uma reação em cadeia no nosso sistema da qual, geralmente, nunca sabemos o alcance completo. Portanto, é inconcebível que a libertação súbita de um poder que pode alterar drasticamente a atividade do cérebro e elevar a consciência a alturas completamente inimagináveis não possa ter impacto no organismo e não deixar marcas nas células cerebrais ou outros órgãos e tecidos que o formam. 
Se não houver um efeito apreciável no corpo, significa que todo o fenômeno (as luzes vistas, as vozes ouvidas, a alegria experimentada, o conhecimento adquirido, a sabedoria adquirida e o contato com a Divindade experiente) são todos feitos puramente mentais ou espirituais, sem nenhuma relação com o quadro físico do homem. Nesse caso, a verificação objectiva do fenómeno nunca pode ser possível e os investigadores continuarão sempre a ter dúvidas sobre se a condição é puramente imaginária e enganosa ou se significa a percepção supra sensorial de uma realidade que não temos outros meios para conhecer.
Isto não é tudo. Se as experiências experimentadas no novo estado alterado de consciência não causarem reação no cérebro e não tiverem impacto no corpo, significaria que a condição é simplesmente um estado artificial provocado pelos nossos próprios esforços e não um objetivo natural para o qual existe. Já existe uma disposição na dotação psicossomática dos seres humanos. 
Então a doutrina da reencarnação perde seu propósito e as ideias de divindade associadas a tais experiências todo o seu peso. Então, também surgirá a questão de saber se as práticas e disciplinas do tipo que conduzem a este estado subjetivo extraordinário e, de facto, toda a esfera religiosa em si, conduzem ao bem-estar humano. Porque se a experiência não tem uma sanção natural por trás dela devido à sua dissociação total com fatores biológicos e a condição mental normal do homem, como podemos saber que não teria um efeito antinatural e pouco saudável a longo prazo tanto no indivíduo como na raça?
Não há dúvida de que de uma forma ou de outra o segredo de Kundalini era conhecido em muitas partes do mundo, mesmo em tempos pré-históricos. Há indicações inequívocas para demonstrar que os princípios básicos do yoga tântrico devem ter sido conhecidos pelas populações da civilização do Vale do Indo, que floresceu entre aproximadamente 3 000 e 1 500 a.C. 
O alto grau de civilização atingido, com suas cidades planejadas, ruas largas, regularmente alinhadas, poços públicos, postes de luz, caixas de sentinela, elaborados sistemas de drenagem, amplos banheiros públicos, vastos celeiros, salas com colunas, cerâmica lindamente pintada, móveis de alta classe, armas e implementos de qualidade de bronze e cobre, brinquedos artísticos para crianças, joias e ornamentos, e pesos e medidas precisas, todos dão testemunho de um nível de vida quase tão alto quanto o dos países em desenvolvimento nos tempos modernos. Portanto, não é surpreendente que pessoas com uma vida urbana tão sofisticada, que persistem por não menos de 1 500 anos, estejam profundamente interessadas no mistério da vida e da morte. Bem pode ser que, na sua ardente busca por uma resposta ao enigma, tenham encontrado o segredo de Kundalini ou o tenham aprendido com uma civilização anterior.

Quando uma vez despojamos a religião e a experiência religiosa do sobrenatural e milagroso e o tratamos como um impulso inerente ao organismo psicossomático do homem, atraindo-o para uma vida mais elevada do espírito, também temos que admitir que esse impulso deve ser reunido em força e levar a esforços intensos para resolver o mistério de cada vez, quando os fatores ecológicos são favoráveis ao seu crescimento. 
É um grande erro subestimar a grande contribuição do mundo antigo para a ciência da vida. 
O que é preciso é um conhecimento da chave dos hieróglifos religiosos do passado. 
Quando esta chave for encontrada, perdida no labirinto de mistérios, magia e alquimia, não será difícil encontrar o caminho central que, girando e girando sobre si mesmo, formou um labirinto desconcertante e agora parece impossível de distinguir. "

Gopi Krishna, Antigos Segredos de Kundalini Escondido no Panchastavil


Recorte de estudo do livro Anatomia Oculta do Homem



 "A mediunidade é antinatural para o homem, enquanto a clarividência é o resultado natural do crescimento e desenvolvimento da natureza espiritual. Há cem médiuns por um vidente, porque só se pode tornar vidente pelo autodominio e pelo exercício de um tremendo poder; enquanto que o mais fraco, o mais doente e mais nervoso dos indivíduos é o que melhor médium resulta. O vidente desenvolve a sua mente enchendo-a de conhecimentos caritativos, enquanto que a primeira instrução dada a quem quer ser médium é: "Tente deixar a sua mente vazia".


A razão pela qual a mediumidade, através do plexo solar, é uma retrogradação, pode ser resumida da seguinte forma: Os espíritos-grupo, que controlam o reino animal, desempenham suas cargos produzindo imagens no plexo solar, pois o animal não tem mente autoconsciente. Seu resultado é que, em vez de pensar com seu próprio cérebro, pensa com o cérebro do espírito-grupo, a quem está ligado por fios magnéticos invisíveis. Estes fios levam suas impressões e fotos no sistema nervoso simpático. Sem vontade própria, o animal é incapaz de combater seus impulsos e, consequentemente, obedece-os implicitamente. O homem governa a si mesmo através do sistema cerebral espinhal, porque desenvolveu a individualidade, e o sistema simpático já não governa mais. Expondo-se aos impulsos que lhe chegam pelo plexo solar, o médium atrapalha o seu próprio desenvolvimento ao não permitir que o sistema nervoso cerebral espinhal controle o seu destino.


O homem sempre gostou de se apoiar em coisas externas. Ele não gosta de enfrentar todos os problemas e resolvê-los com o cérebro que Deus lhe deu. Por isso, ele busca o apoio dos mundos invisíveis, pedindo-lhes ajuda para realizar a obra que deveria realizar por seu próprio esforço. Milhares de pessoas devem participar da responsabilidade do médium, porque muitos deles seguem esse caminho porque centenas de pessoas querem falar com seus parentes mortos ou ter informações reservadas sobre os valores da Bolsa. Aqueles que incentivam coisas que eles não fariam por si mesmos são pessoalmente responsáveis pelos danos que, pelo seu egoísmo, permitiram que as outras pessoas chegasse.


A diferença, portanto, entre mediumidade e clarividência está perto da metade da coluna vertebral. É a diferença entre negativo e positivo; é a diferença entre a escuridão de um quarto onde se realiza, à meia-noite, uma sessão espírita e a cerimônia ao meio-dia num templo. "


Manly P. Hall, Anatomia Oculta do Homem 

terça-feira, 24 de junho de 2025

Doritos e M&M's com "selo da morte": o Texas...

 


Doritos e M&M's com "selo da morte": o Texas quer chocar, e o Brasil vai copiar?

Interessante que no sábado, Toddy atacava um pacote de salgadinhos e eu falei: _ mão colo chulézitos... Realmente não consumo, mais pelo cheiro que pelo gosto. Nunca fui consumidor, liberava para as crianças, porque... depois de ler este artigo me perguntei: _Por quê ?

Parece piada, mas não é. O senado do Texas decidiu que, se você quer vender um pacote de Doritos ou um saquinho de M&M's, terá que estampar na embalagem: "Isso aqui vai te matar. Coma sabendo disso." Sim, como se fossem maços de cigarro pós-Anvisa, os snacks preferidos da humanidade agora podem vir com um selo de "100% prejudicial à saúde".


A medida, que mistura preocupação legítima com histeria regulatória, levanta uma questão: e se o Brasil resolver importar essa ideia? O que acontece com as gigantes de alimentos, o marketing que nos convence de que "você não para quando abre um Doritos", e o compliance que precisa equilibrar lucro e (suposta) responsabilidade social?


O Texas deu o primeiro tiro. Quem será o próximo?


O Texas não está sozinho nessa cruzada anti-snack. Vários estados dos EUA e países europeus já discutem medidas semelhantes para combater a obesidade e doenças relacionadas a ultraprocessados. Mas o pulo do gato texano foi transformar a embalagem em um aviso de perigo, quase um "coma por sua conta e risco".


E se o Brasil seguir o exemplo? Imagine:


Cheetos com um "Contém química que seu avô não reconheceria como comida".


M&M's com "50% cacau, 50% arrependimento".


- Coca-Cola com "Uma lata = 10 minutos a menos na sua vida".

A indústria teria duas opções: reformular os produtos (e arriscar o sabor que vicia gerações) ou investir em um marketing tão criativo que faça você ignorar o aviso de morte.


O dilema do marketing: vender veneno com storytelling


Se a lei pegar, as agências de publicidade vão ter que trabalhar o dobro. Como vender um produto que o governo diz que vai te matar?


- Doritos: "A vida é curta. Que pelo menos seja crocante."


- M&M's: "Derreta na boca, não na expectativa de vida."


- Oreo: "O prazer proibido que não está nem aí para o seu colesterol."


A ironia é que, quanto mais a indústria for pressionada, mais ela vai apelar para o emocional. Se não pode negar que faz mal, vai vender a ideia de que "todo mundo merece um pecado diário".


E o Brasil? Vai aderir ao "terrorismo nutricional"?


Por aqui, a Anvisa já regula rótulos com advertências para altos teores de açúcar, gordura e sódio. Mas colocar um "mata 100%" seria um salto dramático.


O compliance brasileiro vai ter que decidir:


Ignora e paga multa?


- Reformula e perde o sabor que define a marca?


- Ou abraça a polêmica e faz campanhas do tipo "sim, é ruim, mas você vai amar"?


Enquanto isso, o consumidor fica no meio do fogo cruzado: entre a vontade de devorar um pacote de Ruffles e o peso na consciência de estar cometendo um "suicídio por sal".

O Texas acendeu o pavio, e o mundo está observando. Se a medida vingar, preparem-se para embalagens que parecem advertências de filme de terror e campanhas publicitárias que transformam culpa em desejo.


E você? Já parou para ler o que realmente está comendo? (Ou prefere não saber?)


Você sabia que as abelhas mais velhas...

 


Sabia que as abelhas mais velhas não regressam à colmeia à noite? Passam a noite em flores e, se tiverem a sorte de ver outro nascer do sol, retomam o seu trabalho trazendo pólen ou néctar para a colónia. Fazem-no sabendo que o seu fim está próximo. Nenhuma abelha espera morrer na colmeia, por isso não querem ser um fardo para as outras.

🐝🐝🐝 As abelhas têm sangue frio, como todos os insetos, mas dentro da colónia, formam um megaorganismo quente.

🐝🐝🐝 Algumas abelhas recolhem pólen, enquanto outras trazem néctar. Uma abelha polinizadora nunca troca de tarefa para recolher néctar e vice-versa.

🐝🐝🐝 Embora os dentes-de-leão sejam amarelos, o seu pólen fica laranja quando misturado com o néctar nas urnas das abelhas.

🐝🐝🐝 O recorde de uma colónia de abelhas a sobreviver ao inverno sem sair da colmeia para voos de limpeza é de 356 dias.

🐝🐝🐝 As abelhas podem ainda ser úteis aos humanos mesmo depois de mortas, pois são utilizadas para tratar dores nas articulações.

🐝🐝🐝 As abelhas nunca dormem. Obrigada, minhas abelhinhas abençoadas! 🐝❤

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Filosofia Oriental Zen

 


"Para a maioria dos alunos da filosofia oriental, o Zen é uma estranha e austera escola de auto-disciplina, embalada no Oriente impenetrável e completamente além da compreensão do Homem Ocidental. Parece ser uma doutrina de contradições ensinada em enigmas. No entanto, é o caminho simples e directo que leva a acabar com o sofrimento. Disso Buda escreveu: "Tendo alcançado serenidade, tornamo-nos calmos de corpo e tranquilos de mente".


Não há maneira certa de definir o Zen, a própria palavra significa "meditação abstrata". Zen não é realmente uma religião, filosofia e ciência como interpretamos esses termos no Ocidente. No entanto, procura o objetivo que todas estas tentam alcançar. É a experiência imediata de uma existência que vai além da mente, e pela qual todos os hábitos e atitudes do indivíduo podem ser controlados e direcionados aos seus objetivos corretos, o conhecer aquilo que é eternamente Verdade.


Bodidharma foi o primeiro patriarca da seita Zen. No início do século VI este severo monge budista fez a longa e perigosa travessia da Índia para a China. Seus ensinamentos tiveram um efeito profundo e duradouro na cultura chinesa, e a seu tempo foi transmitido para o Japão, onde floresceu desde então. De acordo com o que Bodidharma disse originalmente, o Zen é transmitido sem qualquer referência às Escrituras Sagradas, mas deriva delas. É um perceber baseado somente em uma experiência íntima, e não depende de instrução oral ou escrita. Ele se ocupa totalmente da vida interior do indivíduo e leva à compreensão da própria natureza de cada um.


Porque o Zen não é baseado na autoridade de um professor ou ensino, deve resultar de descobertas que fazem as pessoas que refletem quando se cansa das desgraças. Essas descobertas são chamadas de experiências, e cada uma delas nasce da que o precede, exceto a primeira, que resulta simplesmente de perceber que nos faltou coragem e compreensão para viver vidas equilibradas. Toda experiência é comprovada ao progredir, de modo que em nenhum momento nos é necessário aceitar, ideia ou credo, que ainda não descobrimos ser verdadeiros. Assim, na verdade, nos guiamos e nos conduzimos a nós mesmos. Tudo o que precisamos é de sinceridade e um pouco de coragem, e eles se tornarão mais fortes à medida que sentimos seus benefícios.


Nossa descoberta dos valores práticos do Zen é desenvolvida de acordo com um plano de dez passos. A primeira experiência é uma necessidade urgente de compreender mais do que agora compreendemos. O segundo passo é a experiência que nos é possível alcançar de um grau de compreensão necessário para a nossa segurança interna. O terceiro passo é perceber que a paz interior só pode ser alcançada através do controle correto dos nossos pensamentos e emoções. O quarto passo é perceber que não pode ser melhorado o caráter sem autodisciplina. Quinto passo: vida mental, emocional e física pode ser trazida sob o controle de um propósito "iluminado". Sexto passo: é perceber que o controle sobre pensamentos e emoções pode ser obtido sem ênfase e tensão de qualquer tipo. Sétimo passo: é a experiência de que o controle correto torna possível a condição de completa paz interior, reduzindo gradualmente o poder dos fatores externos que alteram a paz interior. Oitavo passo: é a experiência de que através da quietude é possível se tornar receptivo a toda a beleza e sabedoria do Universo. Nono passo: é a experiência de que existimos eternamente no espaço, e que a verdadeira felicidade e paz da alma nos chegam pela completa aceitação do Plano Universal e das suas Leis. Décimo passo: é a experiência de que a consciência pura, além da vontade própria, e autopropósito, nos conduz à união com essa realidade inominável. "


Manly Palmer Hall, a Virtude Clara do Zen. 

O peso do coração


 No Antigo Egito, acreditava-se que, após a morte, o coração do falecido era pesado para determinar seu destino na vida após a morte. Esse julgamento, conhecido como "Pesagem do Coração", era realizado por Anúbis, o deus da mumificação e da vida após a morte.


Durante a cerimônia, o coração do falecido era colocado de um lado de uma balança, enquanto do outro lado estava a pena de Ma'at, a deusa da verdade, justiça e ordem cósmica. Se o coração fosse mais leve ou igual à pena, isso indicava que a pessoa havia vivido uma vida justa e poderia entrar no paraíso egípcio, conhecido como o Campo dos Juncos (Aaru). Porém, se o coração fosse mais pesado, significava que a pessoa havia cometido pecados, e sua alma seria devorada por Ammit, a deusa devoradora de almas, resultando em aniquilação eterna.


Esse ritual simbolizava a importância da moralidade e da justiça na cultura egípcia, refletindo a crença de que as ações de uma pessoa durante a vida determinavam seu destino eterno. A cena da Pesagem do Coração é frequentemente retratada em papiros funerários, como o Papiro de Hunefer, que ilustra Anúbis pesando o coração contra a pena de Ma'at, com Thoth registrando o resultado e Ammit aguardando para devorar o coração, caso fosse mais pesado.

Déboras e Desnudos: Quando o Corpo Cala a Voz - da série O Homem Sentado no Banco da Igreja.

 Hoje na consulta vi muitas mulheres, uma delas me chamou a atenção pois comentava sobre todas as pessoas que passavam pelo corredor dos ambulatórios, e um comentário dela foi sobre a roupa muito curta da moça que passou em seus saltos altos... e aí pensei: Vou de Débora — mulher que julgava, liderava, profetizava em um tempo de caos e covardia masculina. Sua figura é força e lucidez em meio à fraqueza institucional e espiritual. E o contraste com o que se vê hoje — tantas vezes o feminino usado como isca, moeda, vitrine — abre uma reflexão poderosa sobre o que se perdeu… e o que ainda pode ser resgatado.



Déboras e Desnudos: Quando o Corpo Cala a Voz

Por Abilio Machado 


O primeiro passo é onde colocar o homem sentado nesta crônica... Então hoje ele está sentado no banco de um ônibus do Moradias Bom Jesus rumo ao terminal urbano onde pegará outro ônibus rumo a capital. A cidade corre pela janela, mas seus olhos estão fixos no celular. Chegou uma notificação: pedido de amizade. Uma mulher, corpo curvado, olhar direto, lábios entreabertos. Uma legenda que mistura desejo e carência: “Aceita?”

Ele suspira fundo. Não há julgamento — só um cansaço antigo. Pensa em Débora. A juíza. A mulher que não precisou expor o corpo para ser ouvida. E se pergunta: 

_Onde foram parar essas vozes?

Débora surge em um tempo de colapso. Israel está sob opressão. Homens com espadas, mas sem coragem. Chefes de tribo com títulos, mas sem postura. É ela quem se levanta. Não com armas — mas com presença. Julga debaixo de uma palmeira. Ouve, discerne, fala. Quando convoca Baraque para lutar, ele hesita. E ela diz: “Tudo bem. Mas a honra não será sua.”


Débora não precisava gritar, nem seduzir. Seu valor estava na clareza. Sua força era sabedoria. Hoje, a mulher continua forte — mas muitas foram convencidas de que só serão vistas se forem desejadas, se forem sensuais, vemos isso mas fotos e poses. A voz perdeu espaço para a imagem. A palavra cedeu lugar ao filtro, ao botox, a lipo, aos métodos com silicone.


Vivemos a era da exposição sem escuta. As Déboras modernas estão aí, mas soterradas sob algoritmos que premiam a nudez e ignoram a profundidade, a entrevistas e programas que expõem suas intimidades. Não é um ataque ao corpo — o corpo é sagrado. Mas quando ele se torna o único meio de validação, já não liberta… acorrenta na ideologia e aprisiona no sistema da bolha.


O feminino foi sequestrado por uma indústria que finge empoderar, mas vende. Que promete liberdade, mas cobra padrão. E os homens? Confusos, ora seduzidos, ora ressentidos, ora cúmplices. Incapazes de distinguir admiração de consumo. Olham para as mulheres como se fossem vitrines: clicam, curtem, descartam ou se desconstroem, também para ter validade, fazer parte, ser pertença ao grupitcho de algum movimento tudo porque não foi preparado a ser homem.


Débora desafia isso.


Ela lembra que há um lugar onde o feminino e o masculino podem se encontrar sem se devorarem: o território da honra, mas cadê a honra nos dias de hoje? Porém... aibda há esperança de um lugar onde ela não precise se despir para ser ouvida. E onde ele não precise dominar para ser respeitado, onde não precise se tornar algo que não lhe é fiel a sua essência.


Talvez por isso o homem, naquele ônibus, não aceite o pedido. Não por moralismo. Mas por saudade. Saudade de uma mulher que o olhe nos olhos e diga: “Levanta. Vai à luta. Mas saiba que a vitória não será só sua, porque somos um, weareone.”

Weareone fica ecoando em seu cérebro...



---


#DéborasModernas #FemininoQueConduz #OHomemNoBancoDaIgreja #ReflexãoContemporânea #TeologiaDoOlhar #CorpoENarrativa #PsicanáliseDoDesejo #EmpoderamentoOuExposição #SabedoriaFeminina #HonraEIdentidade


domingo, 22 de junho de 2025

ALEGRIA SUPREMA - da série de devocionais :Cicatrizes Sagradas: Devocionais de Cura e Redenção”

 



ALEGRIA SUPREMA 

— uma devocional poética

Inspirada em D&C 18:11–16, Tiago 5:20, e nas palavras de Cathryne Allen


Eis que o Senhor, nosso Redentor,

Sofreu a dor de todos os homens —

Não por glória, mas por amor.

Na carne, entregou-se à morte

Para que todo arrependido

Pudesse caminhar de volta à Vida.


E quão imensa é Sua alegria

Quando uma alma se volta a Ele,

Como um filho reencontrado,

Como uma ovelha acolhida

Em braços feridos — mas abertos.


Ah… e se grande é o gozo do Salvador,

Quão grande será o nosso

Se conduzirmos alguém a essa mesma luz?

Pois quem semeia fé, colhe eternidade.


Não morremos por ninguém,

Mas ao amar o errante,

Ao estender a mão ao perdido,

Ao guiar os olhos do irmão

De volta à esperança,

Tornamo-nos salvadores por amor —

Ecoando a missão d'Aquele

Que tudo entregou por todos.


Tiago escreveu:


> “Quem converte o pecador do erro

Salvará uma alma da morte

E ocultará uma multidão de pecados.”




Sim, porque ao resgatar o outro,

Também somos resgatados.

Ao acender uma luz na escuridão alheia,

Nos vemos iluminados também.


Oh, se pudéssemos amar como Cristo ama!

Se sentíssemos esse zelo ardente

Por cada alma que se afasta,

Por cada filho que se perde...


Quantas vezes choramos por aqueles que geramos?

Quantas orações sussurradas por quem amamos?

Quantos pedidos na eternidade

Para que cruzássemos seus caminhos aqui —

Para fortalecê-los, ensiná-los, salvá-los?


Penso nisso...

E penso no conselho de Joseph:


> “Desgastai vossas vidas em tal busca.”

E eu também creio.

Vale a pena. Sempre vale.





---


Plantei a verdade no solo do coração,

Mas ela pesava demais para ser só minha.

Espalhei sementes de fé pelo caminho da humanidade,

Alimentei almas famintas por muitos anos...

E cada alma cuidada com amor e suor

Traçou um trilho de lágrimas felizes em meu rosto.



🕊️ Que nossa maior alegria seja esta:

Trazer almas ao Senhor — incluindo a nossa.

Amar como Ele amou. Ensinar como Ele ensinou.

Servir, mesmo quando dói. Crer, mesmo quando cansa.

Porque no fim, o Reino não foi feito para se entrar sozinho.


— Por Abilio Machado-especialista na Docência em Filosofia e Teologia. 

D'O enigma nazi de José Lesta

 

"Por volta do ano 1200 havia no Languedoc (Sudeste da França) uma estranha corrente religiosa. Seus seguidores eram chamados "cataros" ou "homens bons". Fundamentalmente maniqueístas, acreditavam que o mundo estava dividido em 2 correntes opostas: o bem e o mal. Apesar de pertencerem à Igreja de Roma, eles não acreditavam na morte de Jesus pelas mãos dos romanos, por isso nunca usaram o símbolo da cruz.


Os sacerdotes do movimento Cátaro eram chamados "os perfeitos" ou "homens puros". Com seus longos trajes pretos percorriam os caminhos por casais ajudando todos os que pedissem, tanto no trabalho do campo como no plano espiritual. Para este último, eles traziam sempre uma cópia do Evangelho de São João, o único verdadeiro para eles. Com essa filosofia de vida, unida à sua austeridade e total desapego das riquezas materiais, ganharam-se grandes simpatias, tanto dos cavaleiros e nobres como do povo plano, onde eram plenamente aceites.


No mundo de opressão, injustiças e sofrimentos da Baixa Idade Média, a sua atraente filosofia libertadora logo se espalhou por quase toda a Europa, contando com milhares de adeptos em França, Alemanha, Norte de Itália e Espanha, o que preocupou seriamente o poder de Roma. Se a isto unirmos o facto de algumas das suas mais profundas crenças se revelarem, como a de que Lúcifer, o portador da luz a que eles chamavam Luzbel, era um ser benfeitor para o homem, temos as razões pelas quais o Papa Inocêncio III os declarou seita. herética.


Assim, em janeiro de 1208 começa a cruzada albigense, o cerco e o genocídio dos mais importantes enclaves Cátaros. Para isso, o Papa contou com o apoio militar do rei de França, Henrique IV. A resistência Catara caiu cidade após cidade por mais de 40 anos. Por exemplo, o saque de Béziers estima-se que em um único dia foram passados à faca e queimados mais de sete mil almas entre homens, mulheres, crianças e idosos. Quando um dos cruzados perguntou ao Sumo Pontífice como distinguiriam os hereges dos cristãos, este respondeu: Matem-nos a todos, que Deus já separará os bons! ».


Finalmente, os últimos "homens puros" foram cercados no reduto-fortaleza de Montségur, nos arredores dos Pirenéus franceses. A montanha de Montségur, incrivelmente íngreme e cortada quase a faca, está coroada no seu topo por um castelo que no ano de 1243 era a capital do movimento herético. Rodeado por precipícios intransponíveis, sua conquista era quase impossível. Após 10 meses de luta, no interior do castelo ainda sobreviviam 500 pessoas rodeadas por 20 mil soldados que esperavam o momento da rendição.


Cátaros receberam armas, mantimentos e dinheiro de toda a Europa, possivelmente através de uma intricada rede de túneis que tinham construído no interior da montanha. Por esta mesma via, salvaram o tesouro Cátaro. Conforme consta hoje nas actas da Inquisição, em 1243 os cátaros Pierre Bonet e Matheus foram encarregados de salvar o tesouro material, constituído por grandes sacos de pedras preciosas e moedas de ouro. Entregaram tudo a Pons-Amaud de Castelverdun, senhor da região de Sabarthez, onde estão situadas as cavernas onde mais tarde se refugiariam os últimos cátaros.


Na noite de 16 março 1244, as hordas do Papa entraram em Montségur. Eles levaram todos os ocupantes acorrentados montanha abaixo para um descampado, onde os aguardava uma grande fogueira. Desde então é conhecido como Camp deis Cremats (Campo dos Queimados). 205 "perfeitos" e "perfeitos" começaram a entoar cânticos que não cessaram até que o fumo e o fogo acabaram com as suas vidas, como se pode ler nos arquivos da Inquisição. Estes mesmos documentos podem ler-se como na noite da queda de Montségur quatro corajosos cátaros cobertos de panos de lã foram descolados através de cordas do topo da montanha pela gargantal vertical de Lasset (a mais inacessível de Montségur), carregando com eles algo vital. importância. As atas só registam o nome de 3 deles: Amiel Alicart, Hugo e Poitevin. Horas mais tarde, e enquanto seus irmãos são queimados na fogueira, um fogo é aceso no cume de neve do monte vizinho de Bidorta, tal como eles tinham acordado. Sinal inequívoco de que o "tesouro espiritual" da fé Catara estava seguro. Mas se o ouro e a prata já tinham sido transferidos do castelo há quase um ano, em que consistia o chamado "tesouro espiritual"? Talvez se tratasse de documentos e do verdadeiro evangelho de São João que, segundo alguns historiadores, estava na posse dos cátaros. Ou talvez houvesse mais alguma coisa? Seria sobre o Santo Graal? "


Jose Lesta, o Enigma Nazi. 

sábado, 21 de junho de 2025

Ecos em mim do primeiro dia da Conferência da Estaca Campo Comprido/25



Ecos do Primeiro Dia da Conferência 

Por Abilio Machado 


O céu parecia mais limpo neste sábado, sim, um tanto preguiçoso,  fiz comidinha, fiz até gelatina, dobrei e guardei roupas e não podia de deixar de me preparar para ir a igreja, mesmo com minhas dores,  arrumei tudinho,  por incrível que pareça tomei banho hahahahaha. Logo ao chegar, os sorrisos se misturavam ao som de abraços e reencontros. Foi o primeiro dia da conferência da Estaca Campo Comprido, acontecendo este primeiro aqui na Ala Campo Largo — uma noite que começaria com vozes humanas, mas terminaria ecoando nos corações com ecos celestiais.

O inicio ganhou forma com o coral cantando música de elevação, depois vieram o testemunho de uma família. Não qualquer família, mas uma em que todos — pais e filhos — participam dos estudos, da partilha e do testemunho. As palavras deles não foram apenas ouvidas; foram sentidas. Mostraram que o evangelho em casa não é uma teoria, é prática diária: nas orações ao redor da mesa, nos sorrisos compartilhados entre tarefas e no respeito mútuo que cresce em solo sagrado, no seu solo sagrado do lar e do coração.

Falou-se de serviço. Não como um dever, mas como uma dádiva. A família foi retratada como o primeiro campo de missão, e servir juntos, a expressão mais pura da fé. No discurso a mãe relatou sobre os 4 filhos que foram a missão,  hoje o mais velho é bispo e a caçula está missionando. A palavra aqui sentida foi partilha...

O patriarca falou sobre a bênção patriarcal ser uma página do evangelho na vida de cada uma, que não é apenas um papel a ficar na gaveta empoeirando, é  para ser estudada e usada para direcionar sua vida. 

A bênção patriarcal é uma carta de amor pessoal de Deus para você. Nela, estão revelações do céu, promessas eternas e lembretes do seu valor diante do Pai Celestial.É um mapa espiritual — não do caminho mais fácil, mas do mais verdadeiro.

Leia-a com fé, viva-a com esperança e confie no que ela diz sobre quem você realmente é

Costa falou sobre os métodos que usa para evangelizar, pois a ele carecia fazer mais além do quanto já serve a igreja... 

O tema do perdão surgiu como um sussurro persistente — e necessário. A lembrança de que somos todos imperfeitos, e ainda assim, profundamente amados. O perdão não apenas reconcilia; ele liberta.

Perdoar não é esquecer, é escolher seguir em frente sem arrastar o peso da dor. É libertar o outro… e, sobretudo, libertar a si mesmo.

O perdão é um presente que oferecemos ao coração, quando já não queremos que ele sangre mais.

Nem sempre é fácil — mas é sempre divino.

Também se destacou a fidelidade ao dízimo e à contribuição do jejum. Não como mera obrigação, mas como demonstração de confiança e gratidão. Foi um lembrete de que, ao devolvermos uma parte, reconhecemos que tudo vem do Senhor e podemos ajudar aqueles que também precisam de ajuda e sustento. 

Falaram-nos de sermos discípulos — não apenas em discurso, mas em atitudes. Evangelizar nas pequenas ações, nos gestos silenciosos que apontam para Cristo.

Ser discípulo é mais que seguir — é viver como o Mestre viveu.

É carregar a cruz com amor, servir com humildade e permanecer firme mesmo quando o caminho aperta.

O discipulado começa nos pequenos gestos e se revela na grandeza de um coração disposto.

Não é perfeição… é constância. Não é brilho… é entrega.

Foi falado sobre o Sagrado, A Arca da Aliança não era apenas um objeto — era o símbolo da presença de Deus no meio do Seu povo.

Carregá-la exigia reverência, pureza e obediência, pois o sagrado não se trata com descuido.

Hoje, o sagrado habita em nossos corações e escolhas.

O que carregamos com honra revela o lugar que damos a Deus em nossa vida. 

E muito interessante o que o Pai Celestial tem feito comigo pois escrevi duas crônicas sobre o Sagrado, discipulado e dobre a Arca da Aliança. (Deixo os links no final)

E assim, entre testemunhos, sorrisos e lágrimas, aprendemos. O encontro terminou, mas algo ficou. Não no relógio, mas na alma. O tipo de aprendizado que transforma, que reconstrói. Como ver como a mãe que estava no mesmo banco que eu provocava a atenção das crianças dando palavras chave para que ao ouvir nos discursos  falassem a ela e ganhariam pontos para alguma coisa... Achei muito válido.

E tive uma companhia muito boa ao meu lado o caçula de Felipe: o molequinho, o pedaço de massinha tão usada que não dava forma mais e seus dois botões que hora viravam rodas e hora asas de avião...

A conferência começou com vozes humanas. Mas, ao final, ouvíamos algo mais — a suave confirmação de que estivemos, todos, em um pedaço do céu  ouvindo palavras de edificação.

Houve os abraços com as crianças e até foto com Elder Louza dos Setenta de Área e conversei rapidinho com seu neto por videochamada... Papai Noel recebeu a encomenda de uma bicicleta hohohohohoho...

Amanhã tem mais...


Links das crônicas sobre o Sagrado, discipulado  e da  A Arca da Aliança 
- https://ensinamentosdopapainoel.blogspot.com/2025/06/a-arca-da-alianca-o-que-carregamos-como.html 
-https://ensinamentosdopapainoel.blogspot.com/2025/06/o-discipulo-ou-o-doutrinado.html
-

Javé

 


Javé (em hebraico: יהוה) — YAHWEH) foi o deus nacional dos reinos de Israel e Judá, ambos reinos coexistiram durante a Idade do Ferro no Levante. Suas origens exatas são contestadas, apesar de remontarem à Idade do Ferro primitiva e até à Idade do Bronze tardia: seu nome pode ter começado como um epíteto de El, o principal deus do panteão cananeu da Idade do Bronze, mas as mais antigas menções plausíveis de Javé estão em textos egípcios que se referem a um nome de local de sonoridade semelhante associado aos nômades shasu do sul da Transjordânia.

Javé é frequentemente invocado em textos mágicos greco-romanos que datam do século II a.C. até o V d.C., mais notavelmente nos Papiros Mágicos Gregos, sob os nomes Iao, Adonai, Sabaoth e Eloai. Nesses textos, ele é frequentemente mencionado ao lado de divindades greco-romanas tradicionais e também divindades egípcias. Os arcanjos Miguel, Gabriel, Rafael e Uriel e os heróis culturais judeus, como Abraão, Jacó e Moisés, também são invocados com frequência. A ocorrência frequente do nome de Javé deve-se provavelmente a magos gregos e romanos que procuram tornar seus feitiços mais poderosos através da invocação de uma prestigiosa divindade estrangeira.

Uma moeda cunhada em Pompeia para celebrar a conquista da Judeia mostra uma figura de joelhos agarrando um galho com as palavras escritas BACCHIVS IVDAEVS, ou "o Baco judeu". De maneira similar, Tácito, João Lídio e Cornélio Labeo, todos identificam Javé com o deus grego Dionísio. Os próprios judeus frequentemente usavam símbolos que também eram associados a Dionísio, como cílices, ânforas, folhas de hera e cachos de uvas. Em sua Quaestiones Convivales, o escritor grego Plutarco escreve que os judeus saúdam seu deus com gritos de "euoi" e "sabi", frases associadas com a adoração de Dionísio. De acordo com Sean M. McDonough, os falantes de grego podem ter confundido palavras aramaicas como sabbath, aleluia ou mesmo possivelmente alguma variante do nome Javé para termos mais familiares associados a Dionísio.

O mundo pode tremer, porém o Evangelho continuará firme....


 Irmãos e irmãs, como pais e discípulos de Cristo, uma das coisas mais difíceis que enfrentamos é explicar aos nossos filhos a tristeza e o conflito que vemos no mundo. Guerras estão acontecendo, corações estão sofrendo e a paz parece distante. Mas mesmo nestes tempos sombrios, temos a luz do evangelho para nos guiar. 🥺


✅ O Élder Jeffrey R. Holland ensinou: “No evangelho de Jesus Cristo, vocês têm ajuda de ambos os lados do véu e nunca devem se esquecer disso. Quando a decepção e o desânimo vierem, lembrem-se e nunca se esqueçam de que, se nossos olhos pudessem ser abertos, veríamos cavalos e carruagens de fogo até onde a vista alcança.”


Devemos ensinar aos nossos filhos que, enquanto o mundo se enfurece, Cristo é o nosso refúgio. Como diz em 3 Néfi 22:10:


Pois as montanhas se afastarão e os outeiros serão removidos, mas a minha bondade não se desviará de ti, nem o convênio da minha paz será removido, diz o Senhor que tem misericórdia de ti.”


 ✅ O Élder Dieter F. Uchtdorf disse certa vez: “Ao imitarmos Seu exemplo perfeito, nossas mãos podem se tornar Suas mãos; nossos olhos, Seus olhos; nosso coração, Seu coração.” Sejamos a paz que nossos filhos precisam. Em nossos lares, que haja oração. Em nossos corações, que haja confiança. E em nossas palavras, que haja esperança. 🙏


O mundo pode tremer, mas o evangelho permanece firme. E com Jesus Cristo, podemos olhar para o futuro com fé — não com medo.


Ensinemos aos nossos filhos que, embora o mundo possa estar abalado, Deus ainda está no controle. Que Jesus Cristo, o Príncipe da Paz, venceu o mundo (João 16:33).


Deixe-os saber que nem sempre entendemos por que tais coisas acontecem, mas podemos escolher responder com fé, oração e compaixão.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Fé Verdadeira a quem pertence?



Sempre existiu em cada ser em tentar provar que a forma do outro crer ou de sentir é errada e a sua é a correta e verdadeira... e aqui algumas palavras sobre o pensamento de Boehme... Para você refletir comigo:

FÉ VERDADEIRA

Com relação à distinção entre fé e crença, Jacob Boehme diz:
“A crença histórica não passa de uma opinião baseada nas explicações da letra da palavra escrita que se adota, uma opinião adquirida nas escolas, ouvidas pelo ouvido externo e que produzem dogmatas, sofistas e palpiteiros da letra.
A Fé Verdadeira resulta da direta percepção da verdade, ouvida e compreendida pelo sentido interno, ensinada pelo Espírito Santo e produzida pelos teósofos e servos do Divino Espírito”.

PECADO

Quanto à questão do pecado, se o homem pode ou não ser perdoado por padre ou pastor, a opinião de Boehme não deixa dúvidas:
“Nenhum pecado pode ser retirado através da absolvição sacerdotal.
Se o Cristo ressuscitar no coração o velho Adão está morto e com ele todos pecados cometidos.
Quando o sol surge, a noite é engolida pelo dia e não mais existirá.
Finjam, gritem, chorem, cantem, preguem e ensinem o quanto quiserem.
Mas de nada irá adiantar enquanto o mal existir no seu coração.
Se eu me confessar durante 1000 anos e tiver um sacerdote para me absolver todos os dias e além disso receber o sacramento a cada quatro semanas, de nada vai adiantar se eu não tiver o Cristo em mim.
Um animal que vai à igreja sai um animal, não importa a que cerimônia ele tenha assistido.
Os cristãos modernos possuem um templo de pedras, onde servem a deusa da vaidade, onde se enganam, onde as pessoas exibem as suas melhores roupas e o pregador fala aquilo que aprendeu em teoria".

IGREJA DO CRISTO

"O verdadeiro Cristão tem a sua igreja na Alma onde ele prega e escuta.
A sua igreja está com ele e está nele onde quer que ele vá, pois ele está sempre na sua igreja.
Esta igreja é o Templo do Cristo, onde o Espírito Santo prega a todos os seres e em tudo o que faz ouve o Sermão de Deus. 
O verdadeiro Cristão não pertence a nenhuma seita particular.
Mas ele pode participar de cerimônias de qualquer seita sem pertencer a nenhuma delas.
Ele possui uma ciência única que é a do Cristo interior, porque ele só tem um desejo no coração que é fazer o bem.
Olhe para as flores do campo.
Cada uma possui o seu atributo particular, no entanto elas não brigam e nada disputam.
Elas não disputam a posse do raio de sol ou da chuva; não brigam por causa de cores, perfumes e sabores.
Cada uma cresce de acordo com a própria natureza.
O mesmo ocorre com os filhos de Deus.
Cada um possui os próprios dons e atributos, mas todos surgem do mesmo Espírito.
Eles apreciam os dons e louvam a sabedoria.
O que vem Daquele Ser de quem tiveram a sua origem.
Por que eles iriam disputar as qualidades Dele, cujos atributos estão manifestados neles mesmos?
Todos nós temos uma única ordem à qual pertencemos.
A única regra dessa ordem é realizar a Vontade de Deus.
O que é ficar quieto e servir como o instrumento através de que Deus possa realizar a Sua Vontade.
O que Deus semeia e manifesta nós devolvemos à Ele com os próprios frutos.
O reino do Céu não está baseado nas opiniões e crenças autorizadas, mas enraíza-se no próprio Poder Divino.
O nosso objetivo maior deve ser possuir o Poder Divino dentro de nós.
Porque se o possuímos a busca científica será uma mera brincadeira das faculdades intelectuais com que nos distraímos.
Pois a verdadeira ciência é a Revelação da Sabedoria de Deus na própria mente humana.
Deus manifesta a Sabedoria através dos Seus filhos.
Assim como a terra manifesta os seus poderes através da produção de flores e frutos.
Portanto, que cada um fique contente com o próprio dom e aprecie os dons dos outros.
Por que tudo precisa ser semelhante?
Quem condenaria os pássaros da floresta por não cantarem no mesmo tom?
Cada um louva o Criador ao seu próprio modo.
No entanto, o Poder que os permite cantar emana de uma mesma e única Fonte“.

Fonte: "Caminho Para Cristo", de Jacob Boehme.

Deus Cumpre Suas Promessas

 



Quer pregar um sermão temático sobre como Deus cumpre suas promessas? Esse esboço de sermão fala sobre a promessa que Deus cumpriu quando Jesus ressuscitou e como somos encorajados por isso.

Por Abilio Machado 

 Deus Cumpre Suas Promessas

Mateus 28:1-10


“E, indo elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram. Então Jesus disse-lhes: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão à Galiléia, e lá me verão.”



Introdução (Deus Cumpre Suas Promessas)

Todos nós precisamos ser encorajados de tempos em tempos. Li sobre um jornaleiro que, para seu próprio divertimento, escreveu um bilhete para vinte de seus amigos com apenas uma palavra. “Parabéns”.

Nenhum deles tinha feito nada em particular que ele achasse que merecesse um comentário de felicitações, ele só queria ver a reação deles. Todos os vinte retornaram uma nota de agradecimento sem questionar por que a mensagem havia sido enviada. Todos nós precisamos de encorajamento.

Os discípulos certamente precisavam de algum encorajamento após os eventos do Calvário. Todas as suas esperanças e sonhos pareciam desmoronar a cada golpe do martelo que pregou Jesus na cruz. Mas, como diz o compositor, então veio a manhã.

A manhã da ressurreição trouxe a eles a percepção de que Jesus não estava mais morto. Que Ele ressuscitou, exatamente como Ele havia dito.

Esse mesmo encorajamento pode ser nosso hoje ao considerarmos o que a ressurreição de Cristo significa para nós.

I. Significa que nossa fé não é em vão

A. As decepções são muitas.

Há muitas pessoas procurando por algo ou alguém em quem acreditar.

Considere a última das tragédias que foi encontrada esta semana. A esperança deles em algo que não era real.

Isso traz à mente os muitos desencantados do passado que seguiram os homens e foram recebidos com morte e grande decepção.



B. Mas Deus Cumpriu Sua Promessa!

Os discípulos sentiram que tudo estava acabado agora. Eles viram os milagres, ouviram Sua mensagem e O aceitaram como o Filho de Deus. Mas quando eles O viram pregado na cruz, sua fé desmoronou.

A mensagem do anjo para as mulheres no túmulo foi simples: “Ele não está aqui, pois ressuscitou como disse.”

Deus cumpriu Sua promessa. Lembra do que Ele disse em João 2:19: “Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei.”



C. Encorajamento de Suas promessas.

Aqueles discípulos que estavam atrás das portas com medo do que poderia acontecer com eles creram nas promessas de Deus.

“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco.” (João 20:19).

Ver seu Senhor ressuscitado devolveu a esperança que haviam perdido. Veja o que diz em Romanos 1:4:

“Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor.”

Hoje, quero te encorajar dizendo: Servimos a um Salvador vivo. Ele está vivo e cumpre Suas promessas para nós. Ele não apenas está vivo, mas está voltando para nos receber para Si mesmo.



II. Significa que nossa vida não termina com a sepultura

A. A pessoa sem Cristo não tem esperança.

Para aqueles que não conhecem Jesus Cristo como seu Salvador pessoal, eles vivem com medo da morte. Pense nos milhões que são gastos em pesquisa e desenvolvimento para que as pessoas possam viver mais.

Se os cientistas descobrissem uma maneira de garantir que viveríamos mais, eles poderiam cobrar o preço que quisessem e as pessoas pagariam por isso. Mas, deixe-me falar de uma maneira que é gratuita!

B. A vida eterna pode ser sua.

“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?” (João 11:25-26).

É uma questão de fé. Se você colocar sua fé em Jesus Cristo, arrependendo-se de seus pecados e confiando em Sua obra consumada no Calvário… você pode ter a vida eterna! Vejamos então Romanos 10:9-10 que diz:

“A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.”

Não há outro meio de salvação. Jesus não é um caminho, mas, Ele é o único caminho!



III. Isso significa que nosso amanhã será melhor do que hoje.

A. O Calvário não foi o fim da história.

Tenho certeza de que os inimigos de Cristo pensaram que tudo estava acabado naquela época. Sem dúvida, o diabo pensou que tinha vencido.

Até mesmo Seus próprios discípulos pensaram que estava acabado. Mas Deus cumpriu Sua promessa, embora estivesse escuro naquele dia em que Jesus foi crucificado, seria mais claro na manhã em que a pedra fosse removida.



B. Mas o alvorecer da manhã da ressurreição deixou claro.

Toda a tristeza dos discípulos foi tragada pela alegria daquela manhã de ressurreição.

Esta vida pode nos encher de tristeza, mas conhecer Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador transformará toda a tristeza em alegria.

Veja, eu posso morrer fisicamente… mas viverei para todo o sempre… porque Deus cumpre Suas promessas. Vejamos, então, João 14:1-3 que diz:

“NÃO se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.”


Para concluir este Sermão (Deus Cumpre Suas Promessas)

Você crê em Deus hoje? Você pela fé aceitou Jesus Cristo como seu Salvador? É disso que se trata a vida.

Chegar ao ponto de compreender nossa necessidade de um Salvador. Aceitar que Deus fez provisão para nós ao dar Seu Filho unigênito para morrer em nosso lugar. E vivendo nossas vidas para Ele.

Então, você já entregou sua vida a Cristo? Você precisa de encorajamento hoje? Pois, tenha certeza de uma coisa, Deus cumpre Suas promessas! Ele não nos falhará.

Veja dicas para se livrar das dívidas e usar bem o crédito Especialistas dão dicas para sair do vermelho.


 

Veja dicas para se livrar das dívidas e usar bem o crédito Especialistas dão dicas para sair do vermelho. É fundamental planejar gastos e usar bem o crédito. 

 Por Anay Cury e Gabriela Gasparin Do G1.

 Para ficar longe das dívidas e manter-se “financeiramente saudável”, a dica unânime entre especialistas é fazer um planejamento mensal das despesas previstas e dos rendimentos recebidos. “É preciso fazer um orçamento sempre, incluindo todos os gastos, toda a renda, separar uma quantia desse saldo para a poupança e deixar uma margem de segurança para imprevistos. 

O que sobrar disso, o consumidor pode pensar em novos gastos. Tem que pensar como se fosse uma empresa, que tem receitas e despesas“, diz o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo. “A pessoa tem que entender o seguinte: se ela está enrolada, só há duas receitas – ou ganhar mais ou gastar menos”, afirma Fabio Gallo Garcia, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC). 

 OITO PASSOS PARA SE LIVRAR DAS DÍVIDAS 

 1) Calcule o tamanho da dívida Peça à empresa ou ao banco que concedeu o empréstimo um demonstrativo com os valores discriminados da dívida total. O ideal é ter os documentos com os valores de todas as dívidas adquiridas. 

 2) Cheque os valores a serem pagos Avalie quais são as taxas e valores cobrados junto com as dívidas. Veja se todas as cobranças estão dentro do estabelecido no contrato, inclusive a taxa de juros. É possível que haja cobranças indevidas. Caso tenha dificuldade em fazer essa avaliação, procure especialistas ou órgãos de defesa do consumidor para ajudar. 

 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E PREVIDENCIÁRIA OITO PASSOS PARA SE LIVRAR DAS DÍVIDAS 

 3) Renegocie Com os valores da dívida em mãos, retorne ao local em que ela foi adquirida e peça uma renegociação. Chore por descontos, melhores juros e prazos maiores, pois o credor tem interesse em receber o dinheiro. 

 4) Busque empréstimos mais baratos Outra opção é pesquisar um empréstimo mais barato. Se a dívida é no cartão de crédito ou no cheque especial, que têm juros altos, pesquise outras taxas, como as do crédito consignado, que costumam ser menores. Feito isso, quite a outra dívida e organize-se para pagar a nova. Também é possível fazer acordos com parentes para emprestarem o dinheiro. 

 5) Organize o orçamento Paralelamente ao cálculo e pagamento da dívida atual, é preciso organizar o orçamento para não fazer novas dívidas. Calcule quais são as despesas e ganhos mensais e coloque tudo no papel. 

 6) Corte gastos Considere quais são os gastos essenciais (como alimentação do dia a dia), os básicos (como despesas com moradia), os contornáveis (que trazem benefícios, mas podem ser descartados, como academia) e os desnecessários (que não fazem falta no dia a dia). Corte primeiro os gastos desnecessários, passando depois para os demais, se for preciso. 

 7) Busque alternativas de renda Se mesmo com os cortes ainda estiver difícil manter as despesas mensais, busque alternativas de renda, como dar aulas, vender produtos etc. Avalie bens que possam ser vendidos, como carro, terreno e joias, para ajudar ou no pagamento da dívida ou nos gastos do dia a dia que não podem ser cortados. 

 8) Eduque-se financeiramente 

-Organize-se financeiramente para não voltar a ficar endividado. 

-Fazer um orçamento mensal e anual é indicado. 

-Use o cartão de crédito de forma inteligente, ou seja, para organizar as finanças e concentrar o pagamento das contas mensais. 

-Organize-se para pagar sempre todo o valor da fatura, e não somente o valor mínimo. 

-O cheque especial deve ser usado apenas em casos de emergência, como gastos com saúde. 

 Fonte: Fabio Gallo Garcia, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e Carlos Daniel Coradi, da EFC Engenheiros Financeiros & Consultores.

 Organização 

 Uma dica na hora de organizar o orçamento é classificar as despesas por ‘importância’, diz Gallo. 

O especialista faz a seguinte separação: gastos essências (como alimentação do dia a dia), os básicos (como despesas com moradia, água e luz), os contornáveis (que trazem benefícios, mas podem ser descartados, como academia) e os desnecessários (que não fazem falta no dia a dia, como a assinatura de uma revista que quase nunca é lida). “Os gastos desnecessários são aqueles que você realmente vai se perguntar porque está gastando dinheiro com isso”, explica. 

 Eliminando dívidas 

 Para Carlos Daniel Coradi, da EFC Engenheiros Financeiros & Consultores, o endividado deve somar todos os bens que possui, como casa, carro, terrenos, para saber o quanto valem e, se necessário, abrir mão de alguns deles.

 “Se estiver muito embaraçado, pode pedir a ajuda de um contador”, afirma. Para quem já está inadimplente, os especialistas sugerem tentar renegociar a dívida com o credor. 

“Procurar a empresa é uma boa coisa se fazer. Há bancos que permitem a renegociação pelo site. A pessoa nem precisa ir à agência. Todo credor está interessado em receber. É melhor, de repente, receber menos, em mais tempo, do que não receber nunca”, explica Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian. 

 Fazer novos débitos para quitar os antigos só é vantajoso se o novo empréstimo for mais barato do que o antigo. “Não há pior maneira de se pagar dívidas fazendo outras. Isso só vale se o consumidor tiver condições de, por exemplo, contratar um crédito consignado, que tem taxas menores, para pagar o cheque especial ou o cartão de crédito, que são dívidas crescentes”, diz Almeida. 

 Mantendo o orçamento - evite novas dívidas Com as dívidas encaminhadas, é preciso cuidado para não entrar outra vez no vermelho. 

“Não adianta renegociar só por renegociar e já começar a fazer novas dívidas. Terminou de pagar, é preciso seguir a dica do orçamento e não fugir do que está previsto nele”, alerta Solimeo, da ACSP. 

 A utilização do crédito deve ser feito de forma sustentável, segundo os especialistas ouvidos pelo G1: o parcelamento do cartão de crédito e o uso do cheque especial, por exemplo, devem ser feitos em casos de “emergência”, de acordo com Almeida, não como meio de pagamento das despesas. 

“O crédito pode ser usado, mas tem que ter claro o limite, porque pode virar uma bola de neve”, alerta. Fabio Gallo ressalta, ainda, que o cartão de crédito pode até ser usado ao favor do consumidor, desde que administrado corretamente. Isso porque é possível concentrar o pagamento de gastos extras para saber o quanto eles representam como um todo no orçamento do mês. 

 “Desde que o consumidor entenda o cartão de crédito, ele pode consolidar os gastos nele, sabendo que dia ele vence. [O cartão] pode ser usado até para os pequenos pagamentos”, sugere. Para passar longe da inadimplência, Solimeo aconselha os consumidores a não comprarem por impulso e a pagarem suas compras à vista ou no menor número possível de parcelas. “Mas, para isso, o orçamento da família deve ser considerado.” 

Segundo o economista, não adianta o consumidor pagar à vista, por exemplo, e não ter dinheiro para o resto das despesas do mês. Educação financeira Para o educador e terapeuta financeiro, presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira, Reinaldo Domingos, é preciso que os consumidores racionalizem seus gastos e evitar as despesas, poupando seus recursos, como uma forma de realizar “sonhos”, como a compra de um carro ou mesmo da casa própria. 

 “É preciso começar a repensar os gastos dentro da própria casa, economizando energia, por exemplo. Uma televisão em stand by, por exemplo, consome R$ 6 por mês. Não custa ao consumidor tirar o plugue da tomada”. 

O ideal, na opinião do especialista, é trabalhar a educação financeira com toda a família, inclusive com as crianças. “Em vez de a família se reunir para dizer que os gastos terão de ser cortados, é preciso fazer diferente: falar sobre sonhos. Pensar juntos quais são os sonhos de curto, médio, longo prazo que as pessoas têm e o que pode ser feito para alcançá-los. 

É uma troca, poupar para realizar sonhos. Temos que criar o ciclo da saúde financeira. Inadimplência é falta de organização, metodologia”, diz Domingos. Fonte: G1/Economia