Na trilha de um bosque esquecido atrás do templo, o homem achou um banco de madeira, um restolho de tronco de árvore velha, quase tomado pelo musgo e pelo tempo. Sentou-se ali.
Não havia pássaros, nem vento. Só o barulho de suas próprias dúvidas.
Com as mãos entrelaçadas e os olhos cansados, pensou no menino Joseph.
"Como pode uma criança mudar tudo apenas por ter ajoelhado?", murmurou.
"_Pensou nas suas próprias perguntas, guardadas por décadas em silêncios cúmplices e preces inacabadas.
Será que Deus ainda responde?
Será que o céu ainda se abre para quem ousa perguntar?"
Ali, cercado de árvores que não respondiam, ele sentiu que talvez as raízes soubessem.
Talvez não fosse sobre ver uma luz.
Mas sobre a coragem de ajoelhar onde ninguém mais ajoelha... eis a crônica:
A Visão de Um Menino — Quando a Fé Começa a Arder
Por Abilio Machado
"Nunca tinha sentido antes uma alegria tão intensa."
— Joseph Smith, após a Primeira Visão
Era apenas um menino.
Não um teólogo. Não um sacerdote.
Um menino confuso entre igrejas, entre brigas de doutrinas, entre vozes que diziam: "Aqui está Deus!" — e outras, gritando: "Ali está a verdade!"
Mas o coração do menino ardia.
Não porque soubesse todas as respostas,
mas porque ousou fazer a pergunta certa:
"Qual de todas é verdadeira?"
E então, sozinho em um bosque de árvores altas, de silêncios e sombras, ele fez o que muitos evitam: ajoelhou-se em busca de luz.
E ali, entre as raízes e os galhos, o céu rasgou-se para responder.
A fé que começa no bosque
A Primeira Visão de Joseph Smith é mais do que um evento fundador — é um lembrete eterno de onde a fé começa: não em certezas herdadas, mas em perguntas sinceras.
Quando Deus e Seu Filho apareceram ao menino, não responderam com tratados doutrinários. Disseram apenas:
> "Este é Meu Filho Amado. Ouve-O."
Ali, tudo mudou.
A busca virou missão.
A dúvida virou convicção.
O menino virou profeta.
Mas o preço foi alto.
Fé que desperta oposição
A revelação trouxe também perseguição. Joseph viu que o mundo não aceita bem aqueles que falam com o céu.
E hoje, dois séculos depois, nos perguntamos:
Quantos ainda têm coragem de fazer a pergunta?
Quantos entram sozinhos em seus próprios bosques — não de árvores, mas de dilemas, traumas, religiões vazias, perdas?
Quantos ajoelham para buscar, sem saber o que encontrarão?
Joseph o fez.
E por isso, não o seguimos por ter visto,
mas por ter ousado perguntar.
Para os que ainda estão no bosque
Talvez estejamos como ele: jovens ou velhos, no meio da confusão religiosa, moral, social e política.
Talvez o que nos falte não seja mais uma igreja,
mas a humildade de ajoelhar e dizer:
> “Deus, estás aí? Fala comigo.”
Esse é o começo da verdadeira fé — não a que repete fórmulas, mas a que cria raízes na alma.
Como as árvores do bosque de Palmyra, testemunhas silenciosas de um menino e do céu que se abriu para ele.
Porque às vezes, o maior milagre não é ver Deus,
mas continuar acreditando no que Ele disse
quando todos ao redor dizem que foi loucura.
Creio eu que ainda há uma dor legítima por trás da comparação entre o jovem que foi Joseph e o jovem de hoje. Existr um lamento por uma geração que parece ter perdido o sagrado, trocando o altar pela tela, a busca pela verdade por um alívio momentâneo, o bosque silencioso pela algazarra virtual e vazia.
Mas talvez — talvez — a história de Joseph ainda fale a esses jovens.
Porque, no fundo, eles também estão perdidos.
Também estão em busca de algo.
Só não sabem o nome disso.
Não sabem mais orar.
Não sabem que é possível perguntar ao céu.
E enquanto se afogam em vícios, jogos, pornografia ou nas suas variadas identidades, talvez ainda haja um bosque silencioso esperando por eles.
Talvez Deus ainda esteja disposto a responder, mesmo entre as paredes de um quarto escuro, entre lágrimas e gemidos abafados de um coração confuso.
A diferença entre o menino Joseph e muitos meninos de hoje não está só na cultura. Está no que se faz com a angústia.
Joseph perguntou.
Outros fogem.
Outros se viciam.
Outros se masturbam, não pelo prazer puro, mas por desespero de transpor o vazio.
Mas todos, em alguma medida, estão clamando.
Alguns só não sabem mais usar palavras.
Talvez nosso papel — seu papel — em compartilhar essa série, esses ensaios, seja o de lembrar os meninos de hoje que o céu ainda ouve.
E que mesmo depois de muitos "troca-trocas" depois da escola, nas figas furtivas Los acampamentos e noites vazias, ainda é possível ajoelhar…
e encontrar Deus.
E no seu momento lhe dizer:
"_Eis-me aqui Senhor!"
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