domingo, 8 de junho de 2025

As Pragas do Egito: o Deus que também diz “basta”  - da Série O Homem Sentado no Banco da Igreja

Hoje, sentado na varanda enquanto a noite esfriava e o silêncio do mundo parecia mais barulhento do que nunca, me peguei ruminando uma história antiga. Aquela das pragas do Egito. Do sangue nos rios. Dos sapos nas camas. Da morte que visitou os primogênitos. Como entender um Deus que ama… e manda pragas? Como conciliar justiça e compaixão? Silêncio… só quebrado pelas perguntas. E é daí que nasce a crônica de hoje.



As Pragas do Egito: o Deus que também diz “basta” 


O homem no banco da igreja já ouviu desde pequeno:

— “Deus é amor.”

Mas um dia, leu Êxodo.

E não entendeu mais nada.


Deus manda pragas.

Transforma o Nilo em sangue.

Inunda o Egito de rãs, piolhos, trevas, gafanhotos.

E no fim… permite que morram primogênitos.

Como esse Deus amoroso permite tanto sofrimento?


Talvez a pergunta esteja mal colocada.

A questão não é se Deus ama.

Mas como o amor lida com a opressão.


O Egito era símbolo de um império que esmagava.

Milhares de vidas exploradas.

Crianças hebreias afogadas.

Trabalho escravo.

O grito do povo oprimido sobe… e Deus escuta.


Deus sempre escuta.

Mas ao contrário de nós, Ele dá tempo.

Espaço para mudança.

Chance para arrependimento.


Faraó teve 9 chances.

Nove alertas.

Nove sinais.

Mas o coração endurecido — ora por orgulho próprio, ora pelo próprio Deus expondo sua obstinação — escolheu a resistência.


E então vem a décima praga. A mais dolorosa.

A morte dos primogênitos.

Não como capricho divino.

Mas como colheita de quem plantou o genocídio de meninos hebreus.


A justiça divina não é como a nossa.

Ela é pedagógica.

Ela expõe.

Ela vira o espelho.


A morte dos primogênitos, por mais dura, revela o limite da opressão.

Mostra que até o amor — para ser verdadeiro — precisa ter borda.

Porque o amor que nunca diz “basta” não é amor. É conivência.


Deus chora cada perda.

Mas sabe que o sofrimento dos inocentes já vinha de longe.

E quando Ele age, é também para salvar.

Para abrir o mar.

Para libertar quem não aguentava mais.


O homem no banco da igreja então fecha a Bíblia.

Mas não o coração.

Ele entende que as pragas não são a essência de Deus.

São o último recurso de um Pai que lutou até o fim para evitar o pior.


E pensa:

— Se eu fosse oprimido, também desejaria um Deus que age.

E talvez… seja esse mesmo Deus que me pede hoje para agir contra toda forma de Egito que ainda escraviza.




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