domingo, 1 de junho de 2025

Coloca a correntinha em mim também, pai ?!

 


“Coloca a correntinha em mim também, pai…”

Essa me tocou profundamente. Um lembrete suave para todos os pais.

— “Coloca a corrente em mim,” sussurrou o menino, com os olhos cheios de esperança silenciosa.

Aquela manhã foi como tantas outras:

— “Levanta! Lava o rosto! Penteia o cabelo! Veste a camisa — depressa!”

— “Sem tempo para o pequeno-almoço! Leva o sumo contigo — e não entornes!”

— “O que acabei de dizer, hein? Já sujaste! Estou farto disto. Nunca fazes nada direito!”

O menino não disse nada.

Ele não conseguia dizer “pai”.

Tinha medo.

Na escola, não conseguia concentrar-se.

Estava sempre distraído. Sempre triste.

Ficava a pensar porque é que os outros meninos eram felizes… e ele não.

Mais tarde naquele dia, num raro momento de coragem, falou:

— “Hoje a professora perguntou: ‘O que é que o teu pai faz?’ E eu não soube o que responder…”

— “Treino cães,” respondeu o pai, ainda sem olhar.

— “E o que é que lhes ensinas?” perguntou o menino em voz baixa.

— “A obedecer. A não destruir as coisas. A proteger. A guiar os cegos. A salvar vidas. A serem pacientes, corajosos e leais. E a fazerem tudo isso… sem esperar nada em troca.”

— “E como é que os treinas?”

— “Só coloco uma correntinha neles. Ando ao lado deles, falo com calma, corrijo sem magoar, e depois dou carinho — para saberem que não estou zangado. Mas é preciso paciência… muita paciência.”

O menino engoliu em seco. Os olhos encheram-se de lágrimas.

Olhou para o pai e disse com a voz trémula:

— “Então põe a correntinha em mim também, pai…

Quero aprender contigo.

Corrige-me sem gritar.

Abraça-me depois.

Tem paciência comigo.

Eu vou proteger a nossa casa. Vou aprender a cuidar dos outros.

E se um dia… tu perderes a visão,

eu serei os teus olhos.

Só… põe a corrente em mim.”

O pai desabou em lágrimas.

E naquele abraço, formou-se uma nova corrente —

Invisível, feita de amor, paciência e ternura.

Uma que, se for bem cuidada, nunca se parte.

🤍 Que nunca nos esqueçamos: os nossos filhos precisam de tempo, cuidado e delicadeza.

Porque o amor não se grita… demonstra-se.

Um comentário:

  1. Excelente mensagem para reflexão. Que exemplo de ensino de uma criança a um adulto!!!

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