terça-feira, 17 de junho de 2025

Quando Deus Age de Dentro Prá Fora. da sérieO Homem Sentado no Banco da Igreja. .

 Sentado aqui, nesse banco da igreja, hoje passando pela Tiradentes resolvo chegar na Catedral Menor Na Sra da Luz dos Pinhais, gosto do cenário,  gosto do ar misterioso decseu interior, e aqui quietinho olhando os detalhes de sua arquitetura percebo que os maiores milagres não vêm do céu com trovões, mas do coração em silêncio. Não é fácil aceitar que o agir de Deus mudou — e que agora Ele espera que eu caminhe com a arca dentro de mim. Mais uma crônica da série O HOMEM NO BANCO DA IGREJA, sobre o milagre da transformação íntima.





Quando Deus age de dentro pra fora...

Por Abilio Machado 


Aqui estou, mais uma vez, no banco da igreja,  não é a minha, mas uma que já sentei várias vezes, por muitos anos.

Sem Moisés. Sem mar vermelho. Sem pedras descendo do céu.

Só eu. E essa inquietação no peito que não sei nomear.

É quase um clamor como lava vulcânica que ferve aqui dentro na procura de sair, meus pensamentos que se transfiguram em códigos digitais, letra por letra, palavras, versos, minha escrita em mim soa como poesia...crítica e dor.

Quando a Bíblia fala que Deus agia de fora para dentro nos dias de Moisés, ela fala de sinais visíveis.

Coluna de fogo. Mar se abrindo. Vozes do alto. O movimento era outro, haviam transformações, o cajado que virava serpente, o Nilo que ficou vermelho, os gafanhotos, as rãs...

Era Deus mostrando que era Deus — porque o povo não sabia confiar sem espetáculo.

Mas com Josué, o tempo muda.

Agora Deus habita na arca. E a arca é carregada pelo povo.

Agora o rio Jordão não se abre antes… só se move quando os pés se molham.

Agora o milagre começa quando o coração se move.


É de dentro pra fora.


E aqui no banco da igreja, no silêncio do culto pessoal e intransferível no tumulto da alma, é aí que a coisa pega:

Queremos o Deus que abre o mar. O Deus do show das curas e descarregos na TV, das igrejas pintadas de preto e com efeitos de luzes....

Mas o que temos é o Deus que sussurra no íntimo:

“Vai, eu estou contigo.”

E aí você tem que agir sem ver.

Crer sem ouvir trovões.

Amar sem aplausos.

Pedir perdão sem garantias.

Escolher o bem sem holofote.

Viver pela fé sem o cajado de Moisés, só com o pulsar de um Deus escondido dentro de si.


Deus deixou de ser externo para ser interior.

Não está mais na sarça, mas no sussurro da consciência.

Não desce mais com tábuas de pedra, mas com lições entalhadas em dores.

Não ordena mais de um monte, mas toca no escuro do coração. Na batida lenta e na maioria intempestiva desta ansiedade e medo...


E é por isso que a religião que só fala de fora — dos pecados dos outros, dos escândalos alheios, dos mandamentos como varas — se torna seca, punitiva, fria e vazia.


Porque o Reino agora é interior.


A verdadeira fé não é a que julga.

É a que se cala e se examina.

Não é a que grita que é salva.

É a que ouve Deus no silêncio, na dúvida, no arrependimento que ninguém vê.


É por isso que o homem sentado no banco da igreja chora às vezes sem saber por quê.

É o coração sendo tocado de dentro.

É a nova arca sendo carregada — não em ombros, mas em intenções, em autoconsciência do ser, no domínio dos monstros pessoais.

É o templo agora dentro. Uma construção vagarosa e edificante. 

É a fé sem espetáculo, mas com profundidade,  porque esse ponto é fundamental para entender a jornada espiritual de hoje, e a mudança que ela exige de você e ninguém vai poder responder por suas decisões é escolhas.



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