segunda-feira, 23 de junho de 2025

Filosofia Oriental Zen

 


"Para a maioria dos alunos da filosofia oriental, o Zen é uma estranha e austera escola de auto-disciplina, embalada no Oriente impenetrável e completamente além da compreensão do Homem Ocidental. Parece ser uma doutrina de contradições ensinada em enigmas. No entanto, é o caminho simples e directo que leva a acabar com o sofrimento. Disso Buda escreveu: "Tendo alcançado serenidade, tornamo-nos calmos de corpo e tranquilos de mente".


Não há maneira certa de definir o Zen, a própria palavra significa "meditação abstrata". Zen não é realmente uma religião, filosofia e ciência como interpretamos esses termos no Ocidente. No entanto, procura o objetivo que todas estas tentam alcançar. É a experiência imediata de uma existência que vai além da mente, e pela qual todos os hábitos e atitudes do indivíduo podem ser controlados e direcionados aos seus objetivos corretos, o conhecer aquilo que é eternamente Verdade.


Bodidharma foi o primeiro patriarca da seita Zen. No início do século VI este severo monge budista fez a longa e perigosa travessia da Índia para a China. Seus ensinamentos tiveram um efeito profundo e duradouro na cultura chinesa, e a seu tempo foi transmitido para o Japão, onde floresceu desde então. De acordo com o que Bodidharma disse originalmente, o Zen é transmitido sem qualquer referência às Escrituras Sagradas, mas deriva delas. É um perceber baseado somente em uma experiência íntima, e não depende de instrução oral ou escrita. Ele se ocupa totalmente da vida interior do indivíduo e leva à compreensão da própria natureza de cada um.


Porque o Zen não é baseado na autoridade de um professor ou ensino, deve resultar de descobertas que fazem as pessoas que refletem quando se cansa das desgraças. Essas descobertas são chamadas de experiências, e cada uma delas nasce da que o precede, exceto a primeira, que resulta simplesmente de perceber que nos faltou coragem e compreensão para viver vidas equilibradas. Toda experiência é comprovada ao progredir, de modo que em nenhum momento nos é necessário aceitar, ideia ou credo, que ainda não descobrimos ser verdadeiros. Assim, na verdade, nos guiamos e nos conduzimos a nós mesmos. Tudo o que precisamos é de sinceridade e um pouco de coragem, e eles se tornarão mais fortes à medida que sentimos seus benefícios.


Nossa descoberta dos valores práticos do Zen é desenvolvida de acordo com um plano de dez passos. A primeira experiência é uma necessidade urgente de compreender mais do que agora compreendemos. O segundo passo é a experiência que nos é possível alcançar de um grau de compreensão necessário para a nossa segurança interna. O terceiro passo é perceber que a paz interior só pode ser alcançada através do controle correto dos nossos pensamentos e emoções. O quarto passo é perceber que não pode ser melhorado o caráter sem autodisciplina. Quinto passo: vida mental, emocional e física pode ser trazida sob o controle de um propósito "iluminado". Sexto passo: é perceber que o controle sobre pensamentos e emoções pode ser obtido sem ênfase e tensão de qualquer tipo. Sétimo passo: é a experiência de que o controle correto torna possível a condição de completa paz interior, reduzindo gradualmente o poder dos fatores externos que alteram a paz interior. Oitavo passo: é a experiência de que através da quietude é possível se tornar receptivo a toda a beleza e sabedoria do Universo. Nono passo: é a experiência de que existimos eternamente no espaço, e que a verdadeira felicidade e paz da alma nos chegam pela completa aceitação do Plano Universal e das suas Leis. Décimo passo: é a experiência de que a consciência pura, além da vontade própria, e autopropósito, nos conduz à união com essa realidade inominável. "


Manly Palmer Hall, a Virtude Clara do Zen. 

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