Hoje, sentado num banco de praça qualquer, vendo o vai e vem apressado das pessoas e um pombo que parecia mais sábio que muito teólogo, pensei: será que a Terra Prometida é mesmo um lugar? Ou é um jeito de existir, uma qualidade de ser? E assim nasceu esta crônica, entre farelos de pão e perguntas eternasque percorrem meus pensamentos inconformista, não acomodado.... espero que goste, compartilhe e claro entenda para transformar...
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A Terra Prometida: Quando o que você busca é, na verdade, quem você se torna...
Por Abilio Machado
Caminhar por décadas para alcançar algo…
Mas, e se esse algo não for um lugar, mas um estado de alma?
A Terra Prometida sempre soou como um destino.
Mas talvez fosse, desde o início, um processo.
Um caminho de dentro pra fora.
O povo saiu do Egito.
Mas o Egito demorou a sair do povo.
Libertar-se da escravidão externa foi fácil.
A interna, nem tanto.
A Terra Prometida só faz sentido para quem passou pelo deserto.
Porque o deserto tira as ilusões.
Revela os ídolos.
Purifica os desejos.
Não dá pra levar o velho eu pra nova terra.
Por isso muitos morreram antes de chegar.
Não por castigo.
Mas porque o corpo chegou, mas a alma ficou pra trás.
O homem no banco da igreja também sonha com sua Canaã.
Mas, às vezes, acha que ela é um emprego, um casamento, uma estabilidade.
E se frustra ao perceber que, mesmo com tudo isso, continua com sede.
A verdadeira Terra Prometida não se mede em metros quadrados.
Ela se manifesta quando você olha pra si e vê que está inteiro.
Mesmo com cicatrizes.
Mesmo com perdas.
Ela não é isenta de lutas.
É onde as lutas finalmente fazem sentido.
E não é lugar onde se chega sozinho.
A Terra Prometida se habita em comunidade, em amor, em construção coletiva.
Por isso a Bíblia fala de um povo, não de um herói solitário.
Hoje, muitos querem atalhos.
Querem chegar rápido.
Mas esquecem que a pressa destrói a colheita.
A Terra Prometida é o lugar onde a promessa vira presença.
E onde a presença é suficiente.
Hoje, a Terra Prometida ganhou CEP.
E boletos.
Vem em forma de aluguel com reajuste anual.
Ou em trinta anos de financiamento, onde a casa prometida vira a dívida eterna.
“Muita casa, pouca paz”, já dizia um sábio que nunca passou na GloboNews.
O povo moderno não atravessa mais o deserto —
Atravessa burocracia, parcelas, e a frustração de ver que o lar idealizado
Nem sempre tem varanda, mas tem goteira emocional.
O que era leite e mel, virou juros e IPTU.
A Terra Prometida virou a planilha do Excel.
Virou a busca pelo “meu lugar no mundo” — mas com Wi-Fi e vaga de garagem.
Mas mesmo assim, a alma continua nômade.
Porque a verdadeira promessa nunca foi uma construção de tijolos,
E sim de valores.
Talvez seja por isso que tanta gente se muda sem nunca se encontrar.
E tantos moram em casas… sem jamais se sentir em casa.
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