sexta-feira, 13 de junho de 2025

A Terra Prometida: Quando o que você busca é, na verdade, quem você se torna - da série O Homem Sentado no Banco da Igreja

 


Hoje, sentado num banco de praça qualquer, vendo o vai e vem apressado das pessoas e um pombo que parecia mais sábio que muito teólogo, pensei: será que a Terra Prometida é mesmo um lugar? Ou é um jeito de existir, uma qualidade de ser? E assim nasceu esta crônica, entre farelos de pão e perguntas eternasque percorrem meus pensamentos inconformista, não acomodado.... espero que goste, compartilhe e claro entenda para transformar...


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A Terra Prometida: Quando o que você busca é, na verdade, quem você se torna...

Por Abilio Machado 


Caminhar por décadas para alcançar algo…

Mas, e se esse algo não for um lugar, mas um estado de alma?


A Terra Prometida sempre soou como um destino.

Mas talvez fosse, desde o início, um processo.

Um caminho de dentro pra fora.


O povo saiu do Egito.

Mas o Egito demorou a sair do povo.

Libertar-se da escravidão externa foi fácil.

A interna, nem tanto.


A Terra Prometida só faz sentido para quem passou pelo deserto.

Porque o deserto tira as ilusões.

Revela os ídolos.

Purifica os desejos.


Não dá pra levar o velho eu pra nova terra.

Por isso muitos morreram antes de chegar.

Não por castigo.

Mas porque o corpo chegou, mas a alma ficou pra trás.


O homem no banco da igreja também sonha com sua Canaã.

Mas, às vezes, acha que ela é um emprego, um casamento, uma estabilidade.

E se frustra ao perceber que, mesmo com tudo isso, continua com sede.


A verdadeira Terra Prometida não se mede em metros quadrados.

Ela se manifesta quando você olha pra si e vê que está inteiro.

Mesmo com cicatrizes.

Mesmo com perdas.


Ela não é isenta de lutas.

É onde as lutas finalmente fazem sentido.


E não é lugar onde se chega sozinho.

A Terra Prometida se habita em comunidade, em amor, em construção coletiva.

Por isso a Bíblia fala de um povo, não de um herói solitário.


Hoje, muitos querem atalhos.

Querem chegar rápido.

Mas esquecem que a pressa destrói a colheita.


A Terra Prometida é o lugar onde a promessa vira presença.

E onde a presença é suficiente.


Hoje, a Terra Prometida ganhou CEP.

E boletos.


Vem em forma de aluguel com reajuste anual.

Ou em trinta anos de financiamento, onde a casa prometida vira a dívida eterna.

“Muita casa, pouca paz”, já dizia um sábio que nunca passou na GloboNews.


O povo moderno não atravessa mais o deserto —

Atravessa burocracia, parcelas, e a frustração de ver que o lar idealizado

Nem sempre tem varanda, mas tem goteira emocional.


O que era leite e mel, virou juros e IPTU.


A Terra Prometida virou a planilha do Excel.

Virou a busca pelo “meu lugar no mundo” — mas com Wi-Fi e vaga de garagem.


Mas mesmo assim, a alma continua nômade.

Porque a verdadeira promessa nunca foi uma construção de tijolos,

E sim de valores.


Talvez seja por isso que tanta gente se muda sem nunca se encontrar.

E tantos moram em casas… sem jamais se sentir em casa.



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