O Mar Aberto: Fé é pisar onde não tem chão

 

Hoje, aqui nesta praça onde 

Estava aqui hoje pensando no Êxodo e nesta crônica tentarei manter uma estrutura reflexiva, espirituopsicológica e criativa, por vezes eu acho que me acho muito.... hahahahahhah...Hoje, aqui neste degrau de escada, a muito feita e até agora não terminada,  onde o cimento é mais duro que muitos corações que conheci na igreja, no trabalho, na faculdade, nos barzinhos e na arte, fiquei olhando o Feijão Bean White e a Frida Marron. A criançada jogando bola em nosso beco, acho que ficam tentando ver quanto tempo vou os aguentar para reclamar. E me veio a lembrança: e se Moisés tivesse feito isso? Se ao invés de fé, ele tivesse só testado a física? A gente fala do mar vermelho como se fosse cena de filme... mas pisar onde não tem chão exige mais do que coragem: exige fé que desafia a lógica. E você a quanto anda sua fé?! 

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*O Mar Aberto: Fé é pisar onde não tem chão*

por Abilio Machado 

Não era ponte.

Não era barquinho.

Não era estrada mágica da Disney.

Era mar. Vermelho. Imenso. Intransponível.

E atrás, o exército.

E à frente, o impossível.

O homem no banco da igreja conhece esse lugar.

Entre o que já não serve e o que ainda não se revelou.

Entre o medo e a esperança.

Entre o Egito e a promessa.

A travessia sempre será o momento mais crítico da fé.

Porque não é mais o antigo, mas ainda não é o novo.

É o “já saí”, mas ainda “não cheguei”.

É o lugar onde Deus testa não só a paciência, mas a confiança.

Moisés não tinha manual.

Não tinha trilha no Google Maps.

Não tinha wi-fi nem download de fé pronto pra uso.

Mas tinha uma ordem:

“Diga ao povo que marche.”

Ora, Deus… marchar pra onde?

Não tem estrada, só mar!

E é aí que mora o milagre:

O mar não abre antes. Ele abre enquanto se caminha.

Quantas vezes ficamos parados, esperando que Deus abra as águas antes do primeiro passo?

Mas Ele é Deus do movimento. 

O Mar Aberto: Fé é pisar onde não tem chão.

De quem marcha mesmo com o medo na alma.

De quem crê mesmo quando não vê.

Pisar no mar é reconhecer que fé não é ausência de medo.

É decisão de não ser paralisado por ele.

É atravessar o caos com a alma molhada de coragem.

Na travessia, os pés tocam o fundo.

A água molha as barras das roupas.

O vento bagunça tudo.

Mas do outro lado… tem chão novo.

O homem no banco da igreja talvez não tenha um cajado, talvez apenas uma velha bengala dos velhos tempos de atuação nos palcos, que hoje se transformou em acessório diário.

Mas tem uma história.

E às vezes, é ela,  com sua hipocrisia, que eleva as águas para que ele passe —

Com dor, sim.

Mas em pé.

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