Aqui neste quase adormecer, quando os pensamentos me levam para os bastidores da história, reflito: e se o maior herói não foi o que entrou, mas o que preparou a entrada? Mais uma crônica da série O HOMEM NO BANCO DA IGREJA, para quem já se sentiu esquecido depois de tanto caminhar nos corredores até sentar no banco da igreja...
O Homem Que Chegou Perto, Mas Não Entrou
Por Abilio Machado
Aqui sentado no banco da igreja — mas poderia ser do parque, ou do banheiro, tanto faz, o templo hoje é qualquer lugar onde o silêncio me encontre — me pego pensando em Moisés.
O homem que enfrentou faraós, mares, murmuradores, desertos, pedras duras e até a própria dúvida.
O homem que carregou um povo nas costas, que subiu o monte, desceu com leis, suportou rebeliões e seguiu... Por vários anos ...
Mas não entrou.
Não entrou na Terra Prometida.
E isso me dói.
Me dói porque Moisés sou eu.
É você.
Somos todos nós que fazemos tudo certo, obedecemos, acreditamos... e mesmo assim, a promessa não se cumpre do jeito que esperávamos.
Na mais célebre frase: _ Nadou, nadou e morreu na praia.
Como lidar com isso?
Com essa ideia de que a vida é um roteiro onde o mocinho, por vezes, não vence no último ato?
Talvez a maior lição de Moisés esteja aí: ele não foi recompensado com a chegada, mas com o caminho.
O olhar sobre a Terra Prometida, lá do monte Nebo, foi o presente que Deus lhe deu.
Mas por que não o deixou entrar?
Porque até mesmo o mais fiel carrega falhas.
Porque liderança carregue um custo.
Porque nem tudo que construímos será para nós.
Porque há missões que não se encerram com aplausos, mas com um último suspiro, longe da multidão.
Isso é muito atual.
Isso é muito eu, é muito nós!
Quem nunca sentiu que “merecia mais”?
Quem nunca achou que, depois de tanto esforço, a vida ainda ficou devendo?
E no entanto... talvez a maior benção seja ter sido usado para abrir caminhos que outros atravessarão.
O problema é que fomos doutrinados a acreditar que a vitória é entrar na terra, colher os frutos, morar na casa, tirar selfie com a promessa.
Mas o Reino é outra lógica: é plantar e deixar que outros colham.
É entender que, às vezes, o verdadeiro milagre foi não ter desistido no deserto. E saber com a Alma que :
_Quem planta tâmaras não colhe tâmaras...
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